sábado, 31 de agosto de 2019

De Campo Grande a Nova York

   Alguém já parou pra calcular a distância do Brasil para os Estados Unidos? E mais especificamente, do bairro de Campo Grande para a cidade de Nova York? Não? Pois já aconteceu de um campograndense se preparar para fazer uma viagem do bairro da Zona Oeste para a metrópole norte-americana. O detalhe: de bicicleta! É isso mesmo! A reportagem do Jornal Patropi constata essa incrível história, como mostra a imagem abaixo:

Fonte: Jornal Patropi, Janeiro 1983.

  A seguir, um trecho dessa inusitada preparação de viagem: "Para realizar seu sonho de visitar Nova Iorque, um campograndense fará uma viagem à cidade americana do Norte numa bicicleta que ele comprará no próximo dia 10. Esta pessoa é Joseny Viana Leonardo, funcionário do depósito da Brahma, de Campo Grande, que está recebendo todo apoio da firma para realizar o passeio. Ele espera chegar em dois anos e não sabe ainda quanto tempo ficará nos Estados Unidos, uma vez que há uma família, amiga sua, o esperando lá..
Ele, para realizar a viagem, está recebendo uma total ajuda da Brahma...que afirmou que a companhia vai lhe mandar embora para que receba seu Fundo de Garantia... Ele ainda declarou que vai levar alguns adesivos para vender durante a viagem. Quanto ao idioma, embora não tenha nenhum curso de inglês, 'Eu já ganhei um livro Inglês sem Mestre, que todas as perguntas existem em um lado em Português e no outro em Inglês. O resto vai ser mole.' "
     A viagem do corajoso campograndense previa passar por onze países das 3 Américas, numa ousadia para poucos tentarem. Ainda sobre a reportagem, um desenho sobre o assunto brinca com a aventura em uma "Monark 83 de 10 marchas":
Fonte: Jornal Patropi , Janeiro 1983.

    E assim, o Jornal da época destacava esta incrível história. Será que alguém não cantou pra ele aquela famosa música do Lulu Santos "Não vá para Nova York, amor não vá..."?

Fonte: Jornal Patropi. Janeiro 1983.



terça-feira, 27 de agosto de 2019

Campo Grande: dois lados, dois Guanabaras

    Campo Grande, além de ser o bairro mais populoso do Rio de Janeiro, é um dos mais extensos do município, e também exerce uma forte influência nos bairros adjacentes e até em municípios próximos. Não à toa, o bairro que possui título honorário de bairro-cidade, é palco da atuação de três shoppings (com um em uma "ponta" e outro em outra "ponta" da região, e o terceiro no centro), indústrias e um forte comércio e rede de serviços à disposição da população. 
    Um outro exemplo é a presença de dois supermercados Guanabara, um em cada "lado" do bairro. O primeiro localiza-se no chamado centro de Campo Grande, próximo ao Calçadão, sendo inaugurado em 1983. O fato foi registrado pelo Jornal Patropi, como mostra a imagem abaixo:
Fonte: Jornal Patropi. 19 de abril de 1983.

    A seguir, um trecho da reportagem que registrou a inauguração: "A comunidade de Campo Grande está de parabéns com a inauguração dia 13 de mais nova filial do Supermercado Guanabara situado à Rua Aurélio de Figueiredo, próximo à Rodoviária de Campo Grande, com amplo estacionamento para 250 carros... A nova filial foi abençoada pelo padre Arturo que em nome da comunidade de Campo Grande desejou que ali fosse mais um empreendimento onde a fraternidade imperasse entre funcionários, clientes e diretores... Após a inauguração a direção do Supermercado Guanabara recepcionou aos fornecedores, funcionários das demais filiais autoridades locais, com um coquetel realizado no Campo Grande AC..."
    Já o segundo, localizado na estrada Rio do A, foi inaugurado em 01 de setembro de 2018, com uma estrutura mais diversificada, contendo um formato parecido com um shopping, com lojas, praça de alimentação, e estacionamento com aproximadamente 500 vagas, distribuídas em 2 andares, além de uma estrutura de trânsito, com a presença de orientadores, colocação de placas e inclusive mudanças provocadas nas vias próximas ao supermercado.
     Assim, constata-se mais um episódio da evolução econômica, estrutural e comercial de Campo Grande, refletindo diretamente na região e na população. 

Imagem referente à inauguração do Supermercado Guanabara em 1983, em Campo Grande. 
Fonte: Jornal Patropi, 19 de abril de 1983.

Fonte consultada: Jornal Patropi, 19 de abril de 1983.
Pesquisa: Carlos Eduardo e Daniele Ferraz.

    

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Campo Grande numa fria

    Nos últimos anos, Campo Grande,  assim como outros bairros da Zona Oeste, como Bangu e Santa Cruz, vem apresentando temperaturas muito altas, em especial no verão. Relevo, urbanização, destruição de áreas verdes, entre outros fatores podem explicar os termômetros nas alturas. É claro que em décadas atrás, quando o bairro ainda era pertencente à chamada Zona Rural do Rio de Janeiro, as temperaturas eram mais amenas.
    Agora, dá pra imaginar uma temperatura de 4 graus em Campo Grande? Pois é, e isso aconteceu, como mostra a reportagem do Jornal O Patropi, de junho de 1979:


  Na reportagem, é citado o seguinte: "A onda de frio que assolou o Rio de Janeiro, na semana passada, em Campo Grande, chegou a 4 graus na madrugada de quarta-feira dia 30, e fez os campograndenses tirarem o velho capote do baú. O comércio também aumentou a venda de agasalhos, mas como o Rio só tem duas estações (Verão e calor) o sol reapareceu no sábado para felicidade das praias da região".
     É, nesse dia Campo Grande teve seu momento polar, entrando literalmente numa fria.

Fonte consultada: Jornal O Patropi, maio de 1979
Pesquisa de Carlos Eduardo e Daniele Ferraz

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Campo Grande para cima

    Abaixo, duas reportagens sobre o crescimento vertical em Campo Grande. A primeira, de junho de 1980; a segunda, de abril de 2008. O fato curioso é que desde 1980 já se tinha a ideia e uma certa necessidade de verticalizar, justificando a falta de pontos para novos comércios no bairro. Já na segunda reportagem, 28 anos depois, constata que o bairro que registrou mais investimentos em empreendimentos e mercado imobiliário em 2007 fora Campo Grande. 
     

Fonte: Jornal Patropi, 06/1980.

A reportagem acima comunica o surgimento do prédio "76", na Rua Coronel Agostinho, no Calçadão de Campo Grande. Eis um trecho: 
"Poucos bairros do município do Rio de Janeiro tiveram um crescimento comparado ao de Campo Grande. Hoje, esse bairro-cidade, com aproximadamente 1.400.000 habitantes, tem vida própria, comércio próprio, além das indústrias que estão se instalando em sua periferia.
    O 'Calçadão' da Rua Coronel Agostinho, tornou-se a maior concentração de público do local, e por isso mesmo, o maior atrativo dos que procuram um ponto comercial para desenvolver seus negócios.
     Na falta desses pontos, a opção seria "subir" e nós subimos!
        Em apenas 20 meses, erguemos o "Centro do Comércio de Campo Grande" à Rua Coronel Agostinho 76, bem no eixo do Calçadão, com 12 andares cuja construção obedece aos mais modernos e rígidos padrões da arquitetura moderna".
    Nota-se que em algumas partes do anúncio, Campo Grande é tratado com ares de cidade, começando pelo título que o bairro possui de bairro-cidade; a população é apresentada com mais de um milhão de habitantes, com certeza abrangendo bairros que à época faziam parte de Campo Grande; é frisado que o bairro é alvo dos que procuram um ponto comercial para seus negócios; além de citar as indústrias, "que estão se instalando em sua periferia". Ou seja, centro, periferia, indústrias...ares de uma verdadeira cidade já naquele ano.
     
    Abaixo, a segunda reportagem do Caderno Zona Oeste, do Globo/Extra, de 20 de abril de 2008:

Fonte: Caderno Zona Oeste, abril 2008.

    28 anos depois, o título da matéria enfatiza novamente o crescimento vertical do bairro, expondo "Campo Grande para cima". Abaixo, afirma-se: "Nova menina-dos-olhos do mercado imobiliário carioca, bairro terá 1.920 novas unidades até 2010". Em um trecho da reportagem, aponta que "o bairro que registra mais investimentos é Campo Grande, que fechou o ano de 2007 como o quinto colocado no ranking de lançamentos de novas unidades na cidade, atrás apenas de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio e Del Castilho".
     Fica nítido, com as duas reportagens, que a evolução econômica e comercial de Campo Grande começou há décadas, refletindo na estrutura e dinâmica atual do bairro, que pode ser considerado um centro urbano da Zona Oeste, exercendo influência não só em bairros adjacentes, mas também em outros municípios, como Itaguaí, Mangaratiba e chegando a Angra dos Reis, fato comprovado por parte da população desses locais procurar serviços ou algo do tipo em Campo Grande. 

Fontes consultadas: Jornal Patropi, junho de 1980.
Caderno Zona Oeste,  abril de 2008.
     

    
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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Campo Grande e o Brasil

  Existiria alguma semelhança entre o bairro de Campo Grande e o Brasil? Bom, podemos citar alguns fatos. Campo Grande é um bairro populoso, mas não um dos mais povoados, assim como o Brasil. Ou seja, os dois possuem uma grande população absoluta, porém, uma população relativa menor, ou  densidade demográfica (habitantes por Km2). E, segundo pesquisa, Campo Grande, além de ser o bairro mais populoso do município do Rio de Janeiro, seria também o mais populoso do Brasil.
    Um outro fato é que, assim como o Brasil, o bairro da Zona Oeste começou a tomar ares urbanos e consequentemente a perder aspectos rurais entre as décadas de 1960 e 1970, acompanhando o ritmo de seu país.
     No esporte, podemos citar um inusitado amistoso em 1990 entre o Campo Grande Atlético Clube e a Seleção brasileira sub 20, que se preparava para o sul-americano da categoria, vencido pelo Brasil pelo placar de 1x0.
       Mas o que provavelmente pouca gente já prestou atenção é com relação aos mapas de Brasil e o do bairro de Campo Grande. É perceptível como o mapa de Campo Grande, agrupando os bairros adjacentes, se assemelha com o do Brasil de cabeça para baixo, como mostram as imagens abaixo:



Imagens Fontes: Google sites e "O mundo de ponta a cabeça

    Após observar as imagens, certamente nota-se uma relevante semelhança entre as duas, abrindo margem para muitos campograndenses afirmarem que Campo Grande é um verdadeiro "país". Nesse caso, parecido, na forma, com o oficial.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Campo Grande em fatos e fotos do passado

   Abaixo, alguns postais contendo pontos importantes da história do bairro de Campo Grande. Os mesmos pertencem à biblioteca do bairro, e mesmo que a evolução transforme o espaço, eles guardam paisagens eternizadas através da fotografia.


Igreja de Nossa Senhora do Desterro.  Praça D. João Esberard. Construída no século XVIII.
Foto: José Eutrópio Mendes.

Casarão, Estrada do Viegas, Rio da Prata.  Destacam-se as linhas sóbrias de sua concepção. 
Foto: José Eutrópio Mendes. 

Antiga Caixa D'água de Campo Grande. Reservatório Victor Konder, Morro do Barata.
Foto: Rogério Marques Gonçalves.

Chafariz. Avenida Cesário de Melo. Executado em ferro fundido - final do século XIX.
Foto: Mário Mauro Filho.

Chafariz do Rio da Prata. Praça Mário Valadares, século XIX. Gárgula em ferro fundido.
Foto: José Eutrópio Mendes. 

Rua Coronel Agostinho. Frontão semicircular, com volutas executadas em destaques de gesso - 1923.
Foto: Mário Mauro Filho. 

Rua Coronel Agostinho. Sobrado, edificado no final do século XIX, com destaque para os anjos no seu frontão.
Foto: Carla Pereira Cordeiro.


Fonte. Praça D. João Esberard. Executada em bronze, final do século XIX. 
Foto: Edson Antônio Costa do Rosário.

Residência. Estrada do Lameirão Pequeno, Rio da Prata. Edificação com traços neocoloniais construída na década de 1940.
Foto: José Eutrópio Mendes. 

Residência Rua Coronel Agostinho. Edificação de traços neoclássicos, com sacadas em ferro fundido, final do século XIX. 
Foto: Carla Pereira Cordeiro. 

Residência, Rua Augusto de Vasconcelos. Exemplar de arquitetura Kitsch, década de 1950.
Foto: Mário Mauro Filho. 

Residência Rua Augusto de Vasconcelos. Edificação com linguagem neoclássica, século XIX. 
Foto: Wagner Batista Lima.

Fotos reproduzidas dos arquivos da biblioteca de Campo Grande. Devidamente autorizadas pela mesma.