terça-feira, 30 de outubro de 2018

Os impactos de um supermercado em Campo Grande

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  Foto: Aline Xavier
     
     É fato que o espaço em que vivemos sofre modificações com o passar do tempo. E com as modificações, alguns impactos (positivos e negativos) surgem, transformando paisagens, trânsito, modo de viver da população, entre outros.
    Um exemplo recente no bairro de Campo Grande diz respeito a inauguração de outro Supermercado Guanabara na região (o mais antigo localiza-se no centro do bairro). O mais novo, inaugurado este ano, encontra-se entre a estrada Rio do A e a Rua Victor Alves. Com a construção e posteriormente inauguração do supermercado, algumas alterações relevantes foram presenciadas nesse trecho de Campo Grande, como por exemplo, modificações no  sentido do trânsito da já citada Victor Alves; abertura em um ponto da estrada Rio do A, "atravessando-a"; placas indicando, além do Guanabara, outros locais de acesso do bairro a outras localidades; colocação de semáforos, além de todo um trânsito controlado por agentes em torno do supermercado. Ou seja, toda uma estrutura foi articulada devido à presença desse novo estabelecimento.
    Parte disso impacta diretamente no já caótico trânsito do bairro, principalmente na estrada Rio do A, que há tempos recebe um grande fluxo de veículos, oriundos, em boa parte, da estrada do Mendanha (onde localiza-se um dos shoppings do bairro, o West Shopping) em direção ao Viaduto Alim Pedro.
   Com relação à Rua Victor Alves, uma considerável retenção já é notada após a inauguração do supermercado, indo até à antiga estrada Rio-São Paulo, a qual é atravessada pela já citada rua. É bom salientar que a rua tem uma importância geográfica por “começar” no centro de Campo Grande e “ir” para outra parte do bairro. Além de abrigar o tradicional teatro Arthur Azevedo, a mesma tem a presença de uma diversidade religiosa, abrigando, em seu percurso, uma igreja evangélica, a Paróquia Bom Pastor e o Centro Espírita Luz e verdade.
     Uma curiosidade sobre a Rua Victor Alves é que a mesma homenageia o advogado, escritor e jornalista de nome citado, membro da academia carioca de letras. Nascido em Guaratiba, em 1894, filho de lavradores, este era maçom e seguia o pensamento positivista (ordem e progresso), além de escrever para alguns jornais e revistas (destacando “O Triângulo”, jornal que fazia referência a uma região formada por três bairros importantes do então sertão carioca: Campo Grande, Santa Cruz e Guaratiba), vindo a falecer com apenas 39 anos, em 1934, vítima de tifo. 
    E assim, Campo Grande continua seu caminho de evolução (não necessariamente positivo ou negativo, e nem sempre com ordem, mas com relativo progresso), testemunhando modificações importantes em seu espaço abrangente.