domingo, 19 de setembro de 2021

A tradição das rezadeiras

 

Ilustração: Carmen Paixão

Quando lembro-me de minha infância, uma das primeiras imagens que vem à minha cabeça é de minha avó materna. Católica e rezadeira, minha saudosa avó Júlia - vez ou outra, quando percebia que algo não estava bem, ou quando começava a bocejar sem parar - me chamava e iniciava uma reza com um galho de arruda,  e com um tom de voz bem baixo, quase não entendia o que pronunciava durante a reza. Na maioria das vezes, após a bênção, em poucos minutos o galho se encontrava murcho. Isso significava que eu estava com "olhado", ou "mau olhado".
Assim era a rotina das chamas rezadeiras,  benzedeiras (ou alguma outra denominação próxima), fazendo o trabalho pela fé, numa tradição passada por gerações,  principalmente num tempo e em lugares em que a medicina era escassa. Com o ofício de combater os "males da alma e do corpo", como espinhela caída, quebranto, empacho,  sensações físicas incômodas, entre outros, essas mulheres de muita fé atendiam várias pessoas, com frases como: " Se botaram pela frente, tiro com o Senhor São Vicente. Se botaram por detrás, tiro com o Senhor São Brás", entre outras.
Minha querida avó faleceu em 1996, e com o passar do tempo, devido a alguns fatores, essa maravilhosa tradição foi diminuindo, em alguns lugares quase desaparecendo,  porém deixando um legado e uma espécie de patrimônio imaterial na sociedade que nem o tempo consegue apagar. 

Imagem retirada do gibi "A aventura do jovem Apoema no futuro".

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Antiga Linha Férrea Santa Cruz/Austin

 

Acima está um croqui, feito pelo artista e historiador Leu Lima, sobre uma antiga Linha Férrea que ligava Santa Cruz a Austin. Entre várias informações, há uma sobre a passagem de nível subterrânea. A mesma ainda existe (ou o que sobrou dela), localizada Na Linha de Austin, próxima à Estrada do Tingui e da Avenida Brasil, no bairro de Campo Grande. 
Abaixo, fotos recentes do local, feitas por Leu Lima e família.



Abaixo, mapas antigos que mostram o antigo ramal





 Abaixo a Ponte dos 15 metros, sobre o Rio Campinnho, por onde passavam os trens.


Estrada do Campinho e Linha de Austin (também chamada de Estrada do Tingui), localidade hoje conhecida como "Cinco Casas". Ao fundo, o prédio da Estação Ferroviária Heitor Lira. 
Segundo Leu Lima, nos anos 1960, a mesma foi utilizada como capela e atualmente serve como moradia. Veja a imagem abaixo.


Pesquisa, informações, fotos, imagens antigas, mapas e croqui: Leu Lima,  artista e historiador.
Organização do texto: Carlos Eduardo de Souza. 



quarta-feira, 15 de setembro de 2021

América e Campo Grande: o "Clássico dos esquecidos"

 

A reportagem acima, de 31 de agosto de 1997, do caderno de esportes Ataque, cita um confronto entre o América do Rio contra o Campo Grande, no estádio Ítalo Del Cima, pelo campeonato brasileiro da série C, a famosa "Terceirona". Na matéria, destaca-se o sub título "América e Campo Grande fazem clássico dos esquecidos", numa referência aos dois clubes que já protagonizaram dias melhores, como títulos, colocações honrosas e participações frequentes em competições importantes, mas que atualmente (e desde 1997, o ano da reportagem) estão longe de seus dias de glória.
Com certeza, dois clubes tradicionais da cidade do Rio de Janeiro que precisam voltar a buscar andares mais elevados.

Fonte consultada e imagem: Instagram "Foi futebol ou impressão".

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Reportagem sobre o ciclo da laranja no bairro de Campo Grande

 Abaixo, reportagem sobre o bairro de Campo Grande, Jornal Extra, 14/09/2021. A mesma relata sobre o ciclo da laranja 🍊 no bairro, apontando uma data para a comemoração do dia da fruta na região, entre outros assuntos.




segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Apresentação no Teatro de Arena de Campo Grande

 

Acima encontra-se uma imagem de uma apresentação no antigo teatro de Arena, atual Lona Cultural Elza Osborne, no bairro de Campo Grande. 
Inaugurado em 1952 como Teatro Rural do Estudante, o mesmo torna-se Teatro de Arena em 1958, e recebe o atual formato em 1993, como Lona Cultural. 
O espaço homenageia uma das primeiras engenheiras a integrar o quadro de funcionários da prefeitura do então Distrito Federal, além de ter sido responsável por muitas obras na região.

Fonte da imagem: Ives Macena. Arquivo da Lona Cultural Elza Osborne.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Proposta de municípios de Campo Grande, Jacarepaguá e Rio de Janeiro

 

Acima encontra-se uma proposta de divisão e formação dos municípios de Campo Grande, Jacarepaguá e Rio de Janeiro. Fonte: Jornal do Brasil, 12 de abril de 1987.
No ano citado acima, houve uma movimentação por emancipação do bairro de Campo Grande e/ou parte da Zona Oeste do Rio e do bairro ou Baixada de Jacarepaguá (ou Jacarepaguá e Barra da Tijuca).
As propostas consideravam que os novos municípios apresentariam as "três vocações principais do Rio de Janeiro ", com a Zona Oeste representando uma função rural; a Baixada de Jacarepaguá se destacando com os polos de informática, confecções e ótica; e o que "sobrou" do Rio, da Gávea a Marechal Hermes, ficando como o principal polo turístico.
Com a divisão, a cidade do Rio de Janeiro ficaria com 2,4 milhões de eleitores, e Campo Grande ficaria com a maior área.

Fonte de consulta: Reflexões em desenvolvimento territorial: limites, vivência e políticas no Oeste metropolitano do Rio de Janeiro. Artigo Territórios da institucionalidade: breve histórico das mobilizações em torno da emancipação da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro (1956-1987) - Marcio Rufino Silva.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

O antigo clássico rural

 

Campo Grande e Bangu vão muito além de serem bairros geograficamente próximos. Podemos citar algumas coisas em comum, como o fato de apresentarem calor excessivo, principalmente no verão carioca; outro fato é a origem do bairro de Campo Grande, que segundo historiadores, teve sua gênese com a capela de Nossa Senhora do Desterro, inicialmente construída nas terras que hoje fazem parte do bairro de Bangu. E não podemos deixar de citar o futebol.
Os dois bairros possuem clubes, com destaque para o Campusca, o galo 🐓 da Zona Oeste, e o Bangu, clube conhecido por seu histórico de inclusão social.
A partir da década de 1960, os dois clubes da Zona Oeste passaram a criar uma rivalidade futebolística entre eles, o que ficou conhecido como o "clássico rural", devido ao fato da região ser conhecida como Sertão Carioca, antiga Zona Rural do Rio de Janeiro.
No dia 16 de setembro de 1962 houve a primeira partida oficial entre os dois clubes, com vitória do Bangu por 3x2, no estádio Moça Bonita. O time do Campo Grande era formado por jogadores como Barbosa, Brandãozinho, Décio, Adilson, Nelsinho, Russo, Roberto Peniche, entre outros.
Os clubes continuaram se enfrentando, principalmente em campeonatos cariocas, com o último confronto datando o campeonato carioca de 1995, com vitória do time alvirrubro por 6x2.
Durante suas trajetórias, os dois times conquistaram títulos e colocações importantes. O Campo Grande orgulha-se da conquista da Taça de Prata de 1982; o Bangu possui 2 cariocas e foi vice-campeão brasileiro em 1985, perdendo nos pênaltis para o Coritiba, no Maracanã. 
Atualmente, os clubes não se encontram nos seus melhores dias, nem a rivalidade de outrora chama atenção, mas com certeza ainda são motivo de orgulho de seus torcedores, apaixonados pelo chamado "futebol raiz".

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Lançamento do livro "A lenda do Vulcão do Mendanha "

 

Próximo dia 18 de setembro estarei apresentando meu mais novo livro, "A lenda do Vulcão 🌋 do Mendanha".  No ambiente vão estar sendo seguidos todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. Quem puder comparecer, ficarei muito grato.