sábado, 13 de abril de 2019

Quem foi Barcelos Domingos?

   
    Ao passarmos pelas ruas, estradas e avenidas do bairro de Campo Grande, nos deparamos com nomes de certas pessoas das quais, na maioria das vezes, temos poucas ou nenhuma informação. E quando o assunto é como surgiu o bairro de Campo Grande, há algumas versões que buscam elucidar o caso. Uma das linhas de investigação defende que o bairro provavelmente tenha se originado com a construção da capela de Nossa Senhora do Desterro, em 1673, só que não no atual local, mas ainda em terras do bairro de Bangu. Aí entra uma figura muito importante da história de Campo Grande e da Zona Oeste: Barcelos Domingos. 
    Segundo pesquisas, a capela de Nossa Senhora do Desterro foi erguida por Manoel Barcelos Domingos, localizada nas terras de Gericinó, distante aproximadamente 2 léguas da área na qual, dois séculos mais tarde, seria construída a Matriz de Campo Grande.
    Barcelos Domingos foi um dos proprietários da primitiva sesmaria de terras do Gericinó, dono de uma terceira meia légua, numa divisão de terras como consta no auto de medição de 04 de março de 1670. Essas terras acabaram dando origem ao chamado "O Campo Grande", região bem maior que o atual bairro.
    Sobre Barcelos Domingos (ou Domingues), Francisco Klörs Werneck comenta:
    "Refere Milliet de Saint Adolphe no seu 'Dicionário Geográfico, Histórico e Descritivo do Império do Brasil' pág 214, que Campo Grande, freguesia da Província do Rio de Janeiro, deve sua origem a Manuel Barcellos Domingos, um dos habitantes daquele território no século XVII. Há engano no último nome, pois é Domingues e não Domingos. Encontrei rastos desse personagem nos livros mais antigos de Irajá e Campo Grande. Afora várias referências à sua pessoa, na falta do livro de batismo nº 1, de Campo Grande, achei o registro de casamento de dois filhos dele, respectivamente, em Campo Grande e Guaratiba...".
    Ainda sobre o assunto, Monsenhor Pizarro e Araújo, em Memórias históricas do Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1945), afirmam:
    "Na ermida sita em Bangú, e dedicada ao Destêrro da Virgem Mãe de Deus, que no meio de um campo sem abrigo fundara Manuel de Barcelos Domingues, um dos conquistadores primeiros do Rio de Janeiro, e dos povoadores também primeiros do Distrito de Campo Grande, se criou a paróquia com o mesmo título do orago da sua origem, desunindo-se o território da Freguesia de N. Senhora da Apresentação do Irajá, no ano de 1673..."
    Mesmo não sendo esta a única versão sobre a criação da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, é incontestável a importância de Barcelos Domingos na "construção" no que é hoje o bairro de Campo Grande, contribuindo de forma relevante na evolução da região, sendo uma figura histórica impregnada e sempre presente no bairro da Zona Oeste.

Fontes consultadas:
FRÓES, José Nazareth, GELABERT, Odaléa Ranauro. Rumo ao Campo Grande por trilhas e caminhos. Rio de Janeiro. 2004.
SOUZA, Carlos Eduardo de. A evolução econômica e populacional de Campo Grande - Século XX. Rio de Janeiro, Editora Edital, 2015.
WERNECK, Francisco Klörs. Hiostória e Genealogia Fluminense, Rio de Janeiro, Edição do autor, 1947.

terça-feira, 9 de abril de 2019

A narração da conquista do Campusca

     Abaixo, uma narração histórica da conquista da Taça de Prata de 1982 pelo Campo Grande, o galo da Zona Oeste. A narração é de Edson Mauro, locutor que tem alguns bordões marcantes, como "Foi ele que botou lá dentro", "Eu vi, eu vi, eu vi", "E agora tá lá", "é o pai da criança", com comentários de Luis Carlos Silva. 
    O Campo Grande venceu o jogo por 3x0 e sagrou-se campeão da Taça de Prata.




https://www.youtube.com/watch?v=rl9nEtsuOng