Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, já possuiu uma paisagem essencialmente agrícola. Um grande período rural do bairro foi o dos laranjais, entre as décadas de 1920 e 1940, principalmente. Nesse período, Campo Grande era um dos maiores produtores de laranjas do estado do Rio de Janeiro, exportando principalmente para a Inglaterra. Porém, devido a alguns fatores, como pragas e prejuízos com exportações, devido ao fato dos países compradores da laranja estarem envolvidos na 2° Guerra Mundial, o "ciclo" dos laranjais entrou em declínio até desaparecer de vez.
Só que além dos laranjais, Campo Grande já foi destaque também na criação de galinhas, num período relevante da avicultura no bairro, como mostra a imagem abaixo do jornal O Carioca - BN - 1944.
Imagem. Fonte de pesquisa: Guaraci Rosa
À época, a matéria deixava claro que o bairro da Zona Oeste ficava "longe demais das capitais", como o repórter constatara: "Um verdadeiro suplício chegar em Campo Grande, trem lotado, baldeação em Bangu para sair do trem elétrico e passar para um trem puxado à máquinas".
Atualmente, Campo Grande mantém viva a lembrança do período rural. Uma escultura de uma laranja localiza-se na Avenida Cesário de Melo, próxima ao Hospital Rocha Faria; já no Calçadão do bairro, mesmo passando despercebidas da maioria dos transeuntes, é possível notar figuras de galo no chão, feitas de pedras portuguesas, remetendo à época do auge da avicultura na região.
Imagem do galo. Fonte: Carlos Eduardo de Souza.
Fonte de pesquisa do artigo: Face Santa Paciência
Meu pai e meu tio trabalharam em uma granja em Inhoaíba na década de 70/80. Haviam outras granjas na Estrada da Posse, Estrada do Monteiro, Pedregoso, Paciência... Eh época boa.
ResponderExcluirBoa tarde, José Fernandes. Muito obrigado pela visita ao blog. Que bacana sua família ter participado da história da região. Um grande abraço.
ExcluirQue maravilha falar sobre isso. Poucos sabem, mas Campo Grande também ficou conhecido, até o início da década de 1970 como um dos maiores exportadores de frango e de ovos para os Estados Unidos. Como o amigo José Fernandes disse acima, havia muitas granjas.
ResponderExcluirAinda temos um pouco da história dessas granjas em construções já bem deterioradas, principalmente na Estrada do Mato Alto, Estrada da Cachamorra e uma ainda mantém seu esqueleto na Estrada do Morro Cavado.
Não foi à-toa que escolheram como símbolo do Campo Grande o nosso amado galo. Muitos acreditam que seja por essa época de ouro de Campo Grande.
Parabéns pelo artigo.
Muito obrigado, meu amado amigo. Como sempre enriquecendo com detalhes meus artigos. Gratidão infinita. Um grande abraço.
ExcluirQdo minha família mudou-se para CG, em 65, morei no final da rua Moranga. Lá havia uma bela granja. Achava muito interessante.
ResponderExcluirHavia tb sítios abandonados e produtores de laranja mas já em decadência. Isso tb conheci lá em Santa Margarida, para onde fomos depois, e onde trabalhei (Castro e Barão).
Parabéns pela pesquisa Professor.
Boa noite, Guilherme. Muito bacana sua vivência e seus relatos. Que legal que você trabalhou na Castro Rebello. Eu sou professor lá desde 2011. Muito obrigado pela visita ao blog. Um grande abraço.
ExcluirEsqueci de mencionar o brasão de Campo Grande, que destaca o galo, como símbolo da avicultura campo-grandense. No mesmo brasão, temos a agricultura simbolizada pelo café, pela laranja e pela cana-de-açúcar. Talvez, por ter tido maior destaque nas mídias da época, o símbolo maior acabou ficando com a laranja mesmo, devido também à força produtiva. Sem esquecer que já tivemos, além da Manteiga Campo Grande, o Café Sacipan, o refrigerante gaseificado A Nossa Laranja. Acredito que tudo isso tenha contribuído para que o fruto seja o símbolo local, o que muito nos honra, evidentemente. Além da beleza do símbolo, a simbologia literária da laranja também deve ser destacada. No Vietnã é símbolo de prosperidade e de fecundidade. Na China, nos tempos mais antigos, quando um jovem desejava pedir uma mulher em casamento, presenteava-lhe com uma laranja, pois era símbolo do amor fiel. Na mitologia grega, em algumas regiões, significava eternidade. Se qual for a visão, contemplar uma uma laranja é sempre algo belo e saudável.
ResponderExcluirBom dia. Oh, meu querido amigo, sempre enriquecendo meus artigos. Muito obrigado. Realmente Campo Grande foi e é terra de muitas coisas, como cana, café ☕, caqui, banana 🍌, avicultura, laranja 🍊, entre outras. Mas com certeza, a laranja até hoje possui um destaque diferenciado quando se remete ao passado do bairro. Muito obrigado pela visita ao blog. Um grande abraço.
ExcluirO tio do meu pai teve um laranjal em inhoaiba na época de ouro, onde sustentava toda família e fez algum patrimônio na época. Tinha tb plantação de cocos. Hj só tem mato no lugar, infelizmente.
ResponderExcluirBoa Noite, Flávio. Muito obrigado pela visita ao blog. Realmente, infelizmente muitos locais da Zona Oeste que tinham plantações dos mais variados produtos foram substituídos pela expansão imobiliária ou abandonados. Realmente uma pena! Um grande abraço.
ExcluirTrabalhei num aviário, em Senador Vasconcelos, junto com o meu irmão mais velho nós anos 90.
ResponderExcluirBoa Noite. Muito obrigado pela visita ao blog.
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