Imagem de um casarão antigo na localidade do Salim, na estrada do Tingui, em Campo Grande. Permissão da foto concedida pelo proprietário do mesmo, "Seu Eno ".
Foto: Aline Xavier.
Imagem de um casarão antigo na localidade do Salim, na estrada do Tingui, em Campo Grande. Permissão da foto concedida pelo proprietário do mesmo, "Seu Eno ".
Foto: Aline Xavier.
A COPA DO MUNDO E A GEOGRAFIA
Desde pequeno, pelo que lembro, já era interessado e curioso em saber sobre a cultura, origem, população, bandeiras e outras características dos estados brasileiros e dos países. Lembro-me bem que na casa de meus pais havia um atlas (dos anos 80) pertencente a minhas irmãs, o qual eu, com meus 6, 7, 8 anos, já ficava degustando dos territórios, nomes de países, continentes, bandeiras e afins. Não à toa tornei -me professor de geografia.
Aliado a isso, desde pequeno também já desenvolvia uma outra paixão: o futebol. Meu primeiro álbum de figurinhas da Copa do Mundo que colecionei foi o de 1990, disputada na Itália. Tinha 9 anos e nem poderia passar pela minha cabeça que aquele álbum iria, de uma forma ou de outra, associar-se à geografia e à história.
À época, por mais curioso que fosse, não entendia a fundo sobre os assuntos políticos, econômicos e ideológicos daquele momento. Era o fim da Guerra Fria, e com ele uma reviravolta no mapa-mundi, principalmente na Europa. Não poderia imaginar que meu primeiro álbum da Copa do Mundo seria o último disputado por alguns países que pouco tempo depois deixariam de existir, ou passariam por profundas mudanças em seus territórios e política. Foram os casos da União Soviética, Tchecoslováquia, Iugoslávia e a Alemanha Ocidental.
Quatro anos mais tarde, colecionei mais um álbum de Copa, a que o Brasil sagrou-se campeão depois de 24 anos. Com 13 anos, ainda continuava não entendendo muito de assuntos políticos e econômicos do Brasil e do mundo. Fui forçado, pela circunstância, a entender um pouco da economia brasileira, já que presenciei, nesse ano de 1994, o surgimento do Real.
Em 1990 vi uma seleção vermelha jogar com a Argentina, era a então União Soviética, conhecida por mim por URSS; em 1994, assisti uma seleção azul e branca jogar contra o Brasil. Era a Rússia, "herdeira" da já extinta União Soviética. Em 1990, via no álbum a tal da Alemanha Ocidental, que viria a ser campeã daquele mundial e unificada com a Oriental meses depois; em 1994, já era só Alemanha.
Entre 1990 e 1994 muita coisa aconteceu no cenário mundial. A Guerra Fria havia chegado ao fim, a disputa capitalismo x socialismo também, e com ela o fim da União Soviética, em 1991, a unificação das Alemanhas, em 1990, a separação da Tchecoslováquia, dando origem a dois novos países (República Tcheca e Eslováquia) em 1993, e a desintegração sangrenta da Iugoslávia, ocasionando o surgimento de 7 novos países (considerando Kosovo). A Iugoslávia ainda chegou a disputar a Copa do Mundo de 1998, mas já com seu território reduzido, assistindo, inclusive, um ex "pedaço" seu chegar em terceiro lugar, a Croácia. A mesma Iugoslávia, depois de 1990, chegou a se classificar para a Eurocopa de seleções de 1992, mas não disputou por estar em guerra, dando vaga para a Dinamarca, que acabou sagrando-se campeã. Coisas do futebol e da geografia também.
Hoje, com a maturidade de minha idade, comparando esses dois álbuns que ainda guardo, vejo que possuo duas relíquias, que contam através do futebol, um período de transformações importantíssimas da história mundial.
E assim ainda consigo guardar e juntar duas peças que reúnem duas paixões particulares: a geografia e o futebol.
Nossa Senhora do Desterro é considerada como padroeira daqueles que, por muitas razões, deixaram sua terra natal, familiares e amigos para enfrentar viagens, muitas vezes perigosas e longas, em direção a algo desconhecido e sem saber como seriam recebidos em um novo território.
Entre os colonos portugueses, era muito comum trazerem na bagagem imagens da "Sagrada Família " em fuga para o Egito, tradicionalmente representada por Maria com o menino Jesus nos braços montada num burrinho, e José.
Pelo calendário Gregoriano, 17 de fevereiro é o dia dedicado à devoção de Nossa Senhora do Desterro, data aproximada da chegada da Sagrada Família à antiga Heliópolis, atual Cairo, capital do Egito, depois de uma longa jornada.
O bairro de Campo Grande tem sua origem atrelada à uma capela em devoção à Nossa Senhora do Desterro, inicialmente em terras de Barcellos Domingos (Domingues), na Fazenda Bangu, que é hoje o bairro de Bangu. Mais tarde a mesma foi "transferida" para limitações já próximas ao atual bairro de Campo Grande, até a consolidação do atual templo no centro do bairro, localizado numa pequena elevação.
Depois de passar por um terrível incêndio, em 1882, a Paróquia foi praticamente reconstruída com esforços de autoridades, da população e principalmente do Padre Belisário dos Santos, Vigário de Campo Grande . A 3 de janeiro de 1926, a Matriz, já recuperada do já citado incêndio, foi sagrada - processo chamado "sagração", o qual a igreja recebe uma bênção numa inauguração, reinauguração ou algo próximo disso, geralmente com o templo possuindo alguma relíquia de um santo, num ritual com portas fechadas, com os fiéis do lado de fora respondendo algumas palavras para o sacerdote - pelo bispo de Santos, D. José Maria Pereira Lara
Ao Vigário Pe. Felício Magaldi os paroquianos de Nossa Senhora do Desterro devem a instituição da "Novena de Nossa Senhora do Desterro, Padroeira de Campo Grande", sendo um relevante trabalho feito de orações, meditações e hino composto por ele.
Abaixo o hino a Nossa Senhora do Desterro
Fonte consultada e imagens: Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande. A história de uma Freguesia do Arcebispado do Rio de Janeiro revista e documentada. José Nazareth de Souza Fróes. 2006.
Explicação sobre o processo de "Sagração ": por Daniele Ferraz.