sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

O retorno do Campo Grande Atlético Clube

   Em meu livro "A evolução econômica e populacional de Campo Grande", lançado em 2015, cito algo sobre o Campo Grande Atlético Clube, nosso Campusca, que me deixava muito triste na época, infelizmente deixava triste também todos os outros moradores do bairro e/ou simpatizantes do Galo da Zona Oeste. 
     Uma parte do trecho do livro "diz": "No futebol, o bairro é representado pelo Campo Grande Atlético Clube, fundado em 13 de junho de 1940...sua maior conquista aconteceu em abril de 1982, quando o clube ficou com a Taça de Prata, vencendo o CSA de Alagoas...um dos patrimônios do clube, o estádio Ítalo Del Cima, hoje praticamente abandonado...no momento, o clube, que já contou com jogadores como Claudio Adão, Elói e Roberto Dinamite, vive uma situação muito difícil, com graves problemas financeiros, e recentes dívidas com a FFERJ."
     Pois é, quando comecei a escrever meu livro e até o momento de sua publicação, esse era o cenário do clube: dívidas, rebaixamentos, ausência de disputas do time profissional em algumas temporadas e um estádio com um aspecto de abandono, por dentro e por fora.
     Como apaixonado por futebol, pelo bairro e pelo clube, além de já ter treinado na escolinha do Campo Grande, no antigo campo do Oiti, em 1995, escrevi e relatei esse fato em meu livro com o coração partido, torcendo para o cenário mudar.
     Pois bem, parece que as coisas estão mudando. Hoje, o estádio já apresenta uma estrutura renovada, com um bonito desenho do mascote do clube estampado, além de um letreiro com o nome do clube. Recentemente também foi inaugurada a loja oficial do Campo Grande, com camisas, shorts e outros produtos oficiais sendo vendidos aos apaixonados torcedores. O clube subiu de divisão no campeonato carioca ano passado, e nesse ano de 2020 promoveu um baile de carnaval no qual atraiu uma multidão de foliões, resgatando assim seus bons tempos.
     E assim, a esperança é que dias melhores virão, que o passado de um clube ativo, marcado pela presença constante na elite do futebol carioca e pelos shows memoráveis realizados no estádio, volte com tudo.
     Como diz o slogan atual do clube: "Campo Grande Grande de novo!".







Fotos: Carlos Eduardo de Souza. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O bairro dos shoppings

    Foto: Jornal Zona Oeste especial 20 anos 2008. Imagem de projeto de expansão do West Shopping. 

    O bairro de Campo Grande já foi caracterizado por produções de cana-de-açúcar, café, o famoso ciclo da laranja, além de um período relevante da avicultura.
     Com o passar do tempo e as consequentes transformações do espaço, o antigo Sertão Carioca/Zona Rural perdeu seus ares agrícolas e, com a expansão comercial e de serviços, passou a possuir características mais urbanas, principalmente a partir de meados do século XX.
     No final do século citado, o bairro da Zona Oeste vê surgir um dos maiores símbolos urbanos capitalistas: um shopping center.  Inaugurado em 1997, numa área em que antes, segundo moradores, era um terreno vazio, vez em quando ocupado por parques e circos, o West Shopping aparece como um dos grandes empreendimentos da história de Campo Grande. Localizado na estrada do Mendanha, o surgimento do mesmo traz consigo outros investimentos, como expansão de residências, do comércio e serviços em seu entorno, mudando o perfil dessa localidade do bairro. Mais tarde, o shopping sofre uma mudança, criando mais dois prédios, aumentado assim seu espaço físico.
     No ano 2000, Campo Grande presencia a aparição de um novo shopping: o Passeio Shopping. Este já se localiza no centro do bairro, na Rua Viúva Dantas, no Calçadão de Campo Grande. Sua área de influência engloba alguns bairros da região, como Santa Cruz, Bangu e Guaratiba.
     Mais de uma década depois, o bairro recebe seu terceiro shopping: o Park shopping. Localizado na estrada do Monteiro, na "outra" ponta de Campo Grande, este é relativamente moderno, destacando-se a diversidade de paisagismo, fachada de vidro, corredores amplos, entre outras características.
    Com certeza, Campo Grande, ao possuir três shoppings, cria uma imagem de um bairro mais moderno, atraindo mais investimentos e população para a região.
    Em relação aos shopping centers, Mello (In: Espaço e Cultura, 1995: 32) afirma:
     "A chamada 'Catedral de consumo', 'subcentro fechado e de luxo', ou como quer que seja rotulado, não deve ser confundido (a ressalva é importante) com galerias comerciais. Enclave glamoroso e das maravilhas, onde os passantes são belos ou assim se fazem, por suas roupas e ainda pela conduta, esse 'rincão da pós-modernidade', como nos lindos contos de fadas, reproduz paraísos encantados, oferecendo para os seus 'eleitos' comodidades, música, pequenos lagos e canteiros, iluminação feérica, comércio e serviços refinados, além de proteção contra a violência, a poluição, as intempéries e a pobreza ou miséria do mundo exterior".

Fonte consultada: A criação de um subcentro em Campo Grande. Carlos Eduardo de Souza. Editora Pequena Tiragem. 2018.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

O encanto dos pássaros

  Os pássaros proporcionam cantos que encantam uma boa parte das pessoas. Quem nunca parou para apreciar ou prestar atenção na comunicação dos bem-te-vis? Ou a algazarra que pardais e outros pássaros fazem reunidos numa árvore?
     Devido às belas melodias, muitos são postos em gaiolas ou viveiros para seus donos apreciarem seus cantos durante boa parte do dia. E por isso, muitos pássaros são comercializados a altos preços.
     Nunca tive um pássaro de estimação, mas sou agraciado por receber uma sinfonia todo dia de manhã no pé de acerola de meu quintal. Acho muito gostoso acordar com a cantoria dos pássaros. É um privilégio poder presenciar esse verdadeiro espetáculo da natureza. Detalhe: de graça!
     Há um tempo fotografei o que parecia ser um casal de Bico de Lacre, parados no meu pé de acerola. Nesse caso, o que chamou a atenção não foi o canto, mas a pose dos mesmos.

     Isso se estende para a praça em frente à minha casa, a qual alguns moradores, inclusive eu, tentam resguardá-la das intempéries da evolução e do progresso, plantando árvores e conservando a natureza existente, propiciando assim a visita de pássaros e até de corujas, estas mudando de um gol ao outro, toda vez que alguém se aproxima, reforçando aquela famosa frase do futebol "A bola foi onde a coruja dorme", ou seja, na junção da trave com o travessão. E o mais interessante é que onde moro, sub bairro Salim, em Campo Grande, as ruas próximas à minha casa têm nome de pássaros: Rua Águia, Rua Cotovia, Rua Falcão e a minha rua, Ave Maria. Ave Maria? Nesse caso seria um pássaro ou uma oração católica? Aí é outra história. 
     Abaixo, um flagrante de um pássaro da cor da vegetação na praça.


    Fora de minha casa e de minha localidade, também percebo e contemplo as belas melodias compostas por esses divinos seres. Já notei isso caminhando pela Avenida Cesário de Melo, numa árvore na calçada de uma agência bancária, em frente ao Hospital Rocha Faria. Sempre no final da tarde, de longe percebe-se uma "conversa" animada da passarinhada, numa histeria que dura um bom tempo.
     Em outras caminhadas, também contemplo essa manifestação "passarinheira" quando atravesso o viaduto Alim Pedro, a pé, para fugir do caótico trânsito ali presente. No decorrer do percurso, é possível presenciar algumas árvores cujas copas chegam a altura do viaduto. Ali, todo fim de tarde em que passo pelo local, também admiro a cantoria e a agitação desses seres voadores. Isso torna-se mais espetacular porque é a imagem da resistência, pois em pleno centro de Campo Grande, com excesso de asfalto, automóveis, prédios, poluição e o andar apressado das pessoas, ainda poder presenciar esse tipo de manifestação da natureza.
    Abaixo, uma imagem das árvores que encostam no viaduto e abrigam os pássaros.


     Segundo o misticismo judeu, existe a Câmara de Guf, chamada também de Otzar (salão das almas, localizado no sétimo céu). Ali, é guardada cada alma humana. O "folclore" afirma que os pardais podem ver as almas descendo do Guf. Será que isso explica o alegre cantar desses animados seres? E se for, isso deve acontecer à tarde, pois é nesse período que os pardais mais se encontram nas árvores fazendo aquela algazarra, possivelmente cantando a poesia dos espíritos.
     É, vamos aproveitar esse espetáculo da natureza enquanto é tempo, pois com o avanço desenfreado do progresso em Campo Grande, as árvores estão desaparecendo, e consequentemente levando junto o belo cantar e conversar dos pássaros, além do frescor, das belas paisagens etc...
     "Todos esses que aí estão
       Atravancando meu caminho,
       Eles passarão...
       Eu passarinho!"
Poeminho do Contra, Mário Quintana.
  

*A parte dos pardais foi inspirada no livro "Alma de poeta", de Carlos Santos.

     

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

O jogo das faixas do Campusca

    Até um tempo atrás, era comum no futebol brasileiro ocorrer um jogo em que um time que acabara de ser campeão de alguma competição receber simbolicamente faixas do título conquistado, entregue por um adversário, em um jogo logo após a conquista. Também acontecia de um time entregar faixa para o outro e vice versa, caso os dois tivessem erguido taças recentemente.
    Era o chamado jogo de "entrega das faixas", que poderia ser um amistoso ou valendo por alguma competição.
     A imagem acima remete ao "jogo de entrega das faixas de campeões brasileiros", ocorrido em 18 de julho de 1982, envolvendo o Flamengo (então campeão da Taça de Ouro, primeira divisão do campeonato brasileiro) e o Campo Grande (campeão da Taça de Prata, a segundona do brasileirão na época). O jogo, realizado no Maracanã, foi válido pelo campeonato carioca, terminando 5x2 para os rubro negros, e acabou sendo também o da "entrega das faixas".
    Seria muita pretensão dizer que o Campo Grande, mesmo que não de forma oficial, disputou uma espécie de Supercopa, já que o jogo envolvia dois campeões nacionais?
    Bom, aí é outro assunto. O fato é que foi um jogo especial para o Campusca, já que o clube comemorava sua grande conquista, celebrada e lembrada até hoje.

Foto: imagem pertencente ao Campo Grande Atlético Clube, fixada na Loja do clube.



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

A "árvore genealógica" do Rio da Prata

   O Rio da Prata é um sub bairro de Campo Grande quase que com uma vida própria. Conhecido por sua gastronomia, inclusive com placas pelo bairro indicando isso, a localidade ainda mantém um pouco do passado rural de Campo Grande, com produções agrícolas relevantes.
    Além disso, Rio da Prata apresenta um simpático Largo onde se encontra uma também simpática igreja, a de Nossa Senhora das Dores, entre outros atrativos.
    Acima, encontra-se uma imagem exposta por alunos na Feira de Campo Grande, organizada no ano de 2019 no Colégio Estadual Fernando Antônio Raja Gabaglia. 
    A figura representa uma espécie de "árvore genealógica" das principais famílias do Rio da Prata, com suas posses e outras características. É possível constatar os nomes dos principais proprietários, com os anos da posse e outras informações importantes, como quando a localidade começou a usufruir do bonde, ligando o Rio da Prata até o centro de Campo Grande. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Representação de Cosmos

    Acima uma imagem de Cosmos,  bairro pertencente à Região administrativa de Campo Grande. 
    Trata-se de um croqui, feito por Leu Lima, morador de Cosmos, profundo conhecedor das terras de Inhoaíba, Cosmos, Santa Margarida e Palmares.
    O desenho foi exposto na feira de Campo Grande, realizada em novembro de 2019 no Colégio Estadual Fernando Antônio Raja Gabaglia, e apresenta as ruas do bairro, a estação ferroviária, a Estrada de Paciência e a Estrada da Pena, entre outros pontos. No alto, a igreja de Nossa Senhora da Penha, restaurada há pouco tempo, depois da mesma ter ficado por muito tempo só em ruínas.

Créditos da imagem: Leu Lima. 
    

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Os arcos da Desterro

Foto: Carlos Eduardo de Souza 

    Na Matriz de Campo Grande, Nossa Senhora do Desterro, é possível encontrar e desfrutar particularidades muito interessantes e relevantes, tanto para os devotos, católicos, quanto para as outras pessoas que não possuem vínculo com a religião.
    Entre museu, pinturas, oratório, ao lado do templo o religioso ou o simples transeunte é contemplado com uma espécie de arco. Segundo informações, o mesmo representa os sete sacramentos ou os sete dons do espírito santo. Numa versão não oficial, o monumento representaria também as capelas que viraram paróquia e/ ou as sete dores de Maria.
    E assim, os "arcos" da Desterro complementam a beleza do local e reforçam a contemplação do "sagrado", permitido também aos "profanos" desfrutarem dessa arte. 

Pesquisa: Daniele Ferraz 
Texto: Carlos Eduardo de Souza 
    

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

A antiga caixa d'água de Campo Grande

Foto: Carlos Eduardo de Souza 

    A imagem acima refere-se a um antigo reservatório, ou caixa d'água do bairro de Campo Grande.
     Localizado no terreno da Igreja de Nossa Senhora do Desterro, ao lado do templo, o mesmo, hoje desativado, abriga algumas salas e um oratório.
    É bom lembrar que Campo Grande, atualmente, possui um reservatório. Trata-se do Victor Konder, no Morro do Barata, inaugurado em 1928.

Informação: Daniele Ferraz. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

A Fonte Wallace

Foto: Carlos Eduardo de Souza 

    A imagem acima refere-se à Fonte Wallace, localizada na Praça João Esberard, a mesma que abriga a Matriz do bairro de Campo Grande, Nossa Senhora do Desterro. 
      Sua história remonta ao século XIX. Em 1870, durante a Guerra Franco-Prussiana, a população de Paris havia se revoltado contra o restante da França, se isolando do resto do país. O caos se instalara, tornando inviável o acesso à água e comida. 
    Aí começa a participação do Sr. Richard Wallace, um britânico apaixonado pela Cidade Luz. Ele compra e instala, a princípio, 50 fontes. Atualmente, funcionando existem 120.
    O padre Raimundo adquire a fonte, que era vendida para catálogo, e instala ao lado de um antigo coreto, construído pelo próprio para festas da paróquia, e que localizava-se ao lado do atual templo de Nossa Senhora do Desterro.
    A Fonte Wallace - cujo autor é Charles Lebourg, e que tem como modista no Brasil Auguste Glaziou, responsável por fazer algumas praças no Rio de Janeiro e por  os chafarizes e fontes dessa mesma fundição - contém a deusa Tétis, mãe de Aquiles, e é um patrimônio tombado desde 2000.
    Do modelo igual acima, existem atualmente apena 9 no mundo todo. Uma em Paris, sete no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a que se encontra na Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande.
    

Pesquisa: Daniele Ferraz 
Dados: Fundição Val d'Osne. 
Texto adaptado da mesma pesquisa: Carlos Eduardo de Souza 

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Localização exata de Campo Grande

   Foto: Carlos Eduardo de Souza 

    A imagem acima refere-se a um marco geodésico do bairro de Campo Grande. O mesmo encontra-se no chão na entrada da porta principal da Matriz de Campo Grande, Paróquia Nossa Senhora do Desterro. 
     A geodésia faz parte de um conjunto de disciplinas conhecidas como "ciências geodésicas", incluindo a cartografia, o sensoriamento remoto, a topografia, entre outras. Essas áreas têm como finalidade ajudar na obtenção de informações precisas sobre as características do formato da Terra, assim como precisar localizações. 
    O marco geodésico em questão arquiva dados de longitude, latitude e altitude. Através de um código contido nele, é possível consultá-lo no site do IBGE.

Imagem: consulta de Daniele Ferraz. 

   Assim, pode-se saber a localização exata de Campo Grande: latitude: 22°54'35" S (sul); longitude: 43°33'51" w (oeste).  Eis as coordenadas geográficas do bairro. E a localização se dá no ponto que é considerado o início da região, centro do bairro, a Matriz de Campo Grande. 
    Então, Campo Grande, oficialmente, é uma região com localização precisa, além de suas belezas naturais e história, não estando escondido de ninguém. "Além do horizonte existe um lugar bonito e tranquilo..."

Pesquisa: Daniele Ferraz 
Texto: Carlos Eduardo de Souza 
     



    

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O exterminador do futuro em Campo Grande

   Em 2013 o bairro de Campo Grande recebeu a visita de um dos atores internacionais mais consagrados dos últimos tempos: Arnold Schwarzenegger.  O mesmo que, entre tantos personagens, ficou marcado com a saga "O exterminador do futuro", veio ao bairro da Zona Oeste em abril do ano citado, no Centro Esportivo Miécimo da Silva. 
    Na ocasião, o ator, fisiculturista  e ex-governador da Califórnia participou de uma palestra, num evento direcionado para crianças da rede pública do Rio de Janeiro, incentivando a prática de exercício e o combate à obesidade.
    Ao som do hit "You could be mine", da banda Guns N' roses, música tema do filme "O exterminador do futuro II", Schwarzenegger entrou no ginásio Algodão, num clima apoteótico, causando um frisson no público presente.
    Mesmo ficando pouco tempo no local, o "exterminador " marcou presença na antiga Zona Rural, dando oportunidade aos presentes de assistirem de perto um ícone do cinema mundial. 
    Quem sabe ele volte do futuro e nos conte como Campo Grande vai estar daqui a algum tempo, com o domínio das máquinas?
    "Hasta la vista baby"

Fotos. Fonte: Ego.Globo.com


terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Os calendários resistem

 
Imagem: arquivo pessoal
   
    Os calendários sempre fizeram parte de nosso cotidiano, alguns inclusive enfeitando nossas estantes, presentes em nossas carteiras ou pregados numa porta, grandes ou portáteis, muito úteis, principalmente num passado em que não existiam os smartphones com suas inúmeras funções.
    Sempre foi uma tradição: final de ano você ia a algum mercadinho, venda, padaria, banca de jornal, sapateiro, cabelereiro ou outros serviços e ganhava um calendário para se guiar no próximo ano. E é claro que quem fornecia o calendário tinha a certeza do nome da empresa ou do negócio ficar estampado durante um ano nas casas das pessoas. Afinal, a propaganda é a alma (ou arma) do negócio.
    Acima, um exemplo desse que já teve uma grande utilidade pública, um calendário de 1985, de um serviço na localidade do Tingui, em Campo Grande. 
    É claro que eles ainda existem, resistindo ao tempo e à avassaladora tecnologia, sem o  glamour de outrora, mas com o mesmo charme contagiante, principalmente àqueles mais saudosistas. 
    E assim, sabemos que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, e que não me agrada ser um calendário do ano passado, porém não há dúvida que a passagem de tempo marca uma época, uma região, uma pessoa, presente eternamente em nossas memórias.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

O passado do sub bairro de Santa Rosa

  
    O sub bairro de Santa Rosa é mais um de muitos que se localizam no bairro de Campo Grande. A localidade fica próxima de outros sub bairros como Vila Nova, Califórnia  e Campo Belo. 
    Acima, uma reportagem remonta ao passado do local, com o título "Santa Rosa: um bairro esquecido do município", destacando a falta de infraestrutura. Assim estampava o Jornal Patropi:
    "O bairro Santa Rosa, localizado atrás do bairro Vila Nova é um exemplo de calamidade humana, com ruas inteiramente esburacadas, presença de valas nas frentes das casas, inexistência de água encanada, falta de esgoto, iluminação deficiente, presença de mosquitos e ratos, que causam infecções dos mais diversos gêneros, além de grande carência de comércio, e lixeiro. "
    A reportagem segue apontando os problemas que existiam no final dos anos 1970 no sub bairro, mas também mostrando um outro lado:
    "Com cerca de treze anos de existência, o bairro Santa Rosa nunca conseguiu melhorias por parte das autoridades competentes, e segundo seus moradores, apesar de todos os problemas atuais, o bairro se encontra no momento numa situação melhor, já que uma pequena parte dele conta há alguns meses com água da CEDAG, e a rua principal está totalmente aplanada."
    Percebe-se a palavra CEDAG, e não CEDAE. A primeira corresponde à Companhia Estadual de Águas da Guanabara. Após a fusão da Guanabara com o Rio de Janeiro, juntaram -se três empresas: a já citada CEDAG, a Esag (Empresa de Saneamento da Guanabara) e a Sanerj (responsável pelos serviços de água e esgotos do território fluminense). Dessa junção, surgiu a CEDAE.
    E naquela época já se reclamava da água, como aponta na reportagem a D. Matilde Vieira, que diz: "Aqui o jeito é puxar água dos vizinhos do bairro ou então apanhar água no balde das casas do bairro Califórnia, que fica abaixo do nosso."
    Outra questão era que os motoristas de táxis se recusavam a levar passageiros para o local, devido às ruas precárias, cheias de buracos. 
    A questão da distância também é relatada, como mostra o seguinte trecho:
    "Fora isso aqui nós temos também o problema da distância para o comércio, já que não temos açougue, farmácia, jornaleiro, tendo para isto que recorrer ao bairro Vila Nova, até para escola, pois somente dispomos do Colégio Rainha, em V. Nova para nossos filhos. A única coisa que temos aqui são uma padaria, situada na rua principal, a Castilho e alguns armazéns e tendinhas."
    O tempo passou, o sub bairro teve suas ruas pavimentadas, o surgimento de um colégio (O CIEP Professor Darcy Ribeiro), o aparecimento de um pequeno comércio, água encanada, luz, entre outros benefícios, mas com certeza as reivindicações por melhorias ainda são válidas, como em todos os outros sub bairros de Campo Grande. 

Santa Rosa, final dos anos 1970.
Fonte: Jornal Patropi. 


Fonte de pesquisa: Jornal Patropi. Edição n°202.
Pesquisa: Carlos Eduardo de Souza.