terça-feira, 21 de maio de 2024

As saudosas bolas de gude

 

"Há um menino, há um moleque 
morando sempre no meu coração...
Há um passado no meu presente...
Bola de meia, bola de gude..."

Como cita Milton Nascimento na canção, a infância sempre acompanhará nossos passos. Afinal, como era bom ser criança, não é mesmo!? Amizade, inocência, pureza... e as brincadeiras. 
Uma das brincadeiras de minha infância que lembro muito é o da bola de gude. Ah, eram de diversas cores, desde a "normal" (geralmente esverdeada), passando pela espelhada, leiteira, carambola, paraguaia, olho de gato, metálica, entre outros. Até os tamanhos também poderiam variar.
Nos reuníamos na rua, escolhíamos a modalidade do jogo (podia ser mata-mata, triângulo, círculo, bulica, etc), e começávamos o jogo, geralmente em chão de terra. A gente mirava e apertava o "gatilho" do dedo dando um teco na redonda e a alegria era suprema quando se ouvia aquele estalo de uma bolinha acertando a outra.
Ah, não podemos esquecer das artimanhas que usávamos, como a utilização do "palmo", quando a gente colocava nossa mão na frente, deixando nosso alvo mais perto. Algumas crianças exibiam seus potes cheios de bola de gude. Quando o jogo era "à vera ", muitos saiam tristes, sem suas bolinhas, pois as perdiam nas partidas. 


O tempo foi passando e aos poucos fui percebendo o desaparecimento dessa brincadeira tão popular nas gerações seguintes. Atualmente, é raro ver a criançada de hoje em dia jogar bola de gude. 
Mas para minha surpresa, certo dia, na sala de aula com meus alunos de uma faixa etária de 12 anos, conversando informalmente com alguns deles, citei que a geração deles não conhecia uma brincadeira tão comum de minha infância: a bola de gude. Foi quando fiquei muito feliz com alguns deles dizendo que não só conheciam, mas que também jogavam. Não acreditando muito, perguntei a eles como se jogava. Prontamente responderam: - Ah, professor, pode ser mata-mata, triângulo, bulica...". Não contive a satisfação em saber que em pleno 2024, as crianças/adolescentes ainda praticam esse jogo. E espero que seja assim também com as outras tradicionais brincadeiras, como a amarelinha, queimado, bandeirinha, pião, entre outras.
Até porque, como canta Milton Nascimento:
"Há um menino, há um moleque 
morando sempre no meu coração.
Toda vez que o adulto balança 
ele vem pra me dar a mão..."
E assim, que evoquemos sempre essa viagem nostálgica ao universo infantil, em que a pureza e a simplicidade da infância seja um refúgio contra os problemas do mundo adulto. 




domingo, 19 de maio de 2024

Paisagens de Campo Grande - Parte II

 Dando continuidade às belas paisagem do bairro de Campo Grande, seguem os seguintes atrativos:

PICO DA PEDRA BRANCA 


Pico mais elevado do município do Rio de Janeiro, com 1.025 m de altitude, se estende por alguns bairros, incluindo Campo Grande. Imagem acima do Rio da Prata. Tem como atrativos, riachos, cachoeiras, trilhas, mirantes naturais e nascentes d'água. As vias de acesso e trilhas podem ser a estrada da Batalha, o Caminho do Monteiro, Caminho da Pedra Branca, entre outras. Possui uma extensão de 6 km.

PEDRA DO CARVALHO


Localiza-se no Rio da Prata, podendo ser acessado pela estrada da Batalha, Caminho do Padre, entre outros. Riachos, trilhas e mirantes naturais são seus atrativos. Na caminhada tem-se um privilegiado panorama do Maciço da Pedra Branca, com uma altura de 600 m.

TRAVESSIA SERRA DO MENDANHA  - RIO GUANDU DO SAPÊ

Localizado no Mendanha, sendo acessado pela estrada do Mendanha e o Caminho da represa do Mendanha. Piscinas naturais, trilhas, cachoeiras, rios e vestígios vulcânicos são seus atrativos. Numa caminhada leve, numa determinada parte da Serra do Mendanha, pode-se observar Mata Atlântica ainda preservada, com uma altura de no máximo 300m.

Vale da Virgem Maria 


Localizado no Rio da Prata, pode ser acessado pela estrada da Batalha, Caminho do Sacarrão e caminho da Virgem Maria. Suas trilhas, nascentes d'água e riachos são alguns de seus atrativos. A caminhada ocorre entre vales no interior do Maciço da Pedra Branca, podendo atingir 500m de altitude. 


VALE DA CAIXA D'ÁGUA 

Localiza-se no Rio da Prata, podendo ser acessado pela rua Soldado Antônio da Silveira, Caminho do Vaivém e Caminho da Caixa D'água. Na caminhada, percorre-se por vales, seguindo o curso do Rio da Prata de Cabuçu, passando por pequenas quedas d'água e piscinas naturais. 

Fonte consultada e imagens: Guia turístico Rio Zona Oeste.


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sexta-feira, 17 de maio de 2024

Paisagens de Campo Grande

 Abaixo, algumas paisagens do bairro de Campo Grande:


Morro do Cabuçu

Acessado pela estrada dos Caboclos e/ou trilha de acesso ao morro, tem como atrativos naturais as trilhas e mirantes. Possui uma altitude de aproximadamente 568 m, proporcionando um visual de parte da Zona Oeste, numa extensão de 4,5 km.

Morro dos Caboclos

Localizado no Rio da Prata, tem como atrativos os riachos, nascentes d'água, mirantes naturais e trilhas. Na caminhada é possível ter um visual amplo da Baixada de Sepetiba, da restinga da Marambaia e da Serra do Mar. Possui uma altitude de aproximadamente 688m, com uma extensão de 5 km.

Travessia Morro do Lameirão 


Localizado entre o Lameirão Pequeno e Vasconcelos,  podendo ser acessado pela estrada do Lameirão Pequeno ou/e Caminho do Morro do Lameirão, possui riachos, trilhas e mirantes naturais. Tem uma altura de aproximadamente 487m, numa extensão de 1,5 km.

Informações e imagens: Guia turístico Rio Zona Oeste. 


segunda-feira, 13 de maio de 2024

O antigo "Largo do Jenipapo " no Tingui

 Localizado no cruzamento entre a Estrada do Tingui e a estrada Santa Maria, no bairro de Campo Grande, está o Largo do Tingui, atualmente com uma rotatória. 

Nesse local, segundo moradores, existia um pé de jenipapo, aproximadamente onde hoje está a rotatória, até a década de 1960, antes da chegada do asfalto. Por isso, o espaço era conhecido como "Largo do Jenipapo". Com o asfaltamento, o mesmo foi cortado para ser feito o Largo do Tingui. Ocorreu também o saneamento dos antigos valões de água potável a céu aberto, sendo postas manilhas no local.

E Campo Grande, que é conhecido por ter sido a terra dos laranjais, possuía outros pés de jenipapos  em outros locais também. Um exemplo é na rua Augusto Vasconcelos, no centro do bairro, que por muito tempo exibia uma boa quantidade de espécies do fruto ao longo da rua, que era conhecida como "Rua dos Jenipapos".

E assim, o fruto que na língua Tupi-guarani significa "fruta que serve para pintar", utilizada para tingir tecidos, artefatos de cerâmica e tatuagem, além de utilizada no preparo de compotas, doces, xaropes e licor, foi um símbolo de uma época na localidade do Tingui, que por um tempo serviu de descanso, com sua grande sombra, e que hoje dá lugar ao movimentado trânsito da localidade. 





Informações fornecidas por Paulo Roberto Giesteira, morador há muitos anos do Tingui.



quarta-feira, 8 de maio de 2024

O começo do futebol feminino em Campo Grande

 Durante muitas décadas, os homens foram os únicos a ter o privilégio de praticar o futebol no Brasil. Proibido a partir de uma publicação de um decreto-lei, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, o futebol feminino não pôde ser praticado entre 1941 a 1979, sendo regulamentado em 1983. E nesse mesmo ano, houve um amistoso no Maracanã entre os times femininos de Bangu e Cruzeiro, vencido pelo time de Moça Bonita por 4x1, numa preliminar de Flamengo e Corinthians (masculino). Foi a primeira vez que o futebol feminino ganhou destaque, sendo inclusive quadro dos "Gols do Fantástico". No Rio de Janeiro, o campeonato carioca feminino começou a ser disputado justamente em 1983, ocorrendo, no decorrer dos anos, algumas interrupções, com organizadores diferentes, pouco patrocínio e falta de visibilidade, mas sempre resiliente.

E o bairro de Campo Grande também protagonizou o começo da valorização do futebol feminino. Desde a volta da prática do futebol entre as mulheres, o Campo Grande Atlético Clube incentivou a formação de equipes femininas, com participações em competições, inclusive sendo por duas vezes campeão carioca da categoria, em 2004 e 2008, além de um vice-campeonato em 1996.

Abaixo, algumas fotos de uma ex-jogadora do clube, uma das pioneiras do futebol feminino na região, Maria de Lourdes, a Lurdinha, que iniciou no clube em 1981.




A mesma conta que acompanhou toda a dificuldade de aceitação do futebol feminino, além da falta de patrocínio, entre outras adversidades. Abaixo, um trecho de uma matéria de jornal sobre o assunto, citando a jogadora.

Além do Campo Grande, Lurdinha também atuou em outros clubes do bairro, mesmo que amadores, como o River Futebol Clube, fundado no ano do fim da proibição do futebol feminino no Brasil, em 1979, que se localizava na Estrada do Mendanha.

Abaixo, uma carteirinha da atleta pelo clube.


Abaixo, uma foto de um time feminino amador da empresa Jabour. Os jogos aconteciam no antigo campo do Oiti, na Avenida Santa Cruz. Segundo Lurdinha, o time era formado basicamente por funcionárias da empresa. O time foi criado pelas próprias funcionárias, que recebiam um apoio da empresa com fornecimento de uniformes, bolas, lanches e despesas com viagens.


Abaixo, uma foto de Lurdinha na arquibancada do Ítalo Del Cima, esperando para jogar, ao lado de seu filho e do ídolo rubro-negro, Zico.

E assim segue o futebol feminino no Brasil, ainda enfrentando dificuldades, apesar dos avanços, mas nunca deixando a bola cair, e sempre exaltando àquelas que abriram caminho para que hoje outras atletas possam ter vez no esporte.

Fotos e depoimentos cedidos gentilmente pela ex-jogadora Lurdinha. Gratidão infinita!



quinta-feira, 2 de maio de 2024

Maciço do Gericinó - Serra do Mendanha

 

Localizado entre os bairros de Campo Grande e Bangu, além do município de Nova Iguaçu, está o Maciço do Gericinó-Serra do Mendanha. Trata-se de uma área de treinamento militar, que conserva trechos da Mata Atlântica primária na cidade do Rio. Possui também nascentes de rios de água cristalina, a Floresta do Mendanha e restos de um suposto Vulcão 🌋. 
Segundo estudos, há 30 milhões de anos, dois vulcões estiveram em plena atividade na Serra do Mendanha/Serra de Madureira. O que restou do suposto Vulcão virou atração em Nova Iguaçu. Ele foi descoberto pelo geólogo Victor de Carvalho Klein. O outro Vulcão ficaria na Serrinha do Mendanha, em Campo Grande (Chaminé do Lamego), descoberto na década de 1930.

Fonte consultada e imagem: Rio Zona Oeste  - Guia turístico.  

quarta-feira, 1 de maio de 2024

O Banco do Brasil e o antigo cemitério de Campo Grande

 

Localizada na Rua Amaral Costa, no centro do bairro de Campo Grande, em frente à Matriz Nossa Senhora do Desterro, está uma agência do Banco do Brasil. A mesma chama a atenção por possuir uma bela estrutura de paisagismo e arquitetura, com jardins e traços bem produzidos. 



Mas há um outro fato que desperta a curiosidade do local. Onde hoje fica a agência bancária, já existiu um cemitério. Inclusive, segundo informações, antes da construção do banco, existiu no local, um prédio, depois da remoção do cemitério, o qual as pessoas o chamavam de "Caveirinha", devido ao fato dos trabalhadores ou/e pessoas que o frequentavam ouvir e ver "coisas estranhas ", relacionando que ali existira um cemitério, além de encontrarem ossadas.
O cemitério ocupava uma parte do que é hoje o Banco do Brasil, se estendendo por alguns metros nas áreas ao redor. 
O mesmo foi removido e realocado para a Avenida Cesário de Melo, onde se encontra até hoje.

Informações: Will Tom.