quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

As "árvores gêmeas" do Rosário

    Localizadas na Avenida Cesário de Melo, em frente ao Colégio Nossa Senhora do Rosário, tradicional do bairro de Campo Grande, duas árvores centenárias da espécie ficus chamam a atenção e despertam curiosidades dos que passam pelo local. Alguns afirmam de se tratar de um caso de árvores gêmeas, interligadas por um tronco. Outros acham que são apenas duas árvores próximas umas das outras.
    Indagações à parte, o fato é que as árvores já estiveram no alvo de uma discussão de uma obra de construção do corredor de ônibus BRT. Havia uma ameaça do corte das árvores centenárias, por estarem no traçado da via.
    Porém, moradores do bairro mobilizaram-se com o intuito de impedir o corte das árvores, organizando um protesto em 15 de agosto de 2012 contra a retirada das chamadas "Gêmeas do Rosário", como ficaram conhecidas. Alguns moradores mais antigos afirmam que antes mesmo da construção do Colégio elas já estavam lá.
    Assim, foi feito um abaixo-assinado encaminhado para a Subprefeitura,e, devido à força da população local, as árvores siamesas continuam fazendo parte da história viva do bairro.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

As andanças de Melhoral

 FOTO: Acervo: Chopp da Villa

    Entre tantas curiosidades sobre o bairro de Campo Grande, destaca-se a figura de Melhoral, um andejo que ficou muito conhecido na região. Segundo Ernesto Domingos Pires, "Melhoral não era um morador de rua, e sim um pedinte, que inclusive residia em uma casa.".
Antônio dos Santos Paiva, o Melhoral, filho de João dos Santos e Adelaide Ferreira Borges (nome de uma rua de Campo Grande), foi primo em segundo grau de um político, segundo alguns relatos. Nasceu no Rio da Prata, em 1921, no bairro de Campo Grande, e segundo informações, estudou na escola Municipal Venezuela, no centro de Campo Grande. 

    O mais famoso dos andarilhos de Campo Grande passava os dias pedindo moedas. O curioso é que, se alguém desse uma nota de valor mais alto, não aceitava. Só moedas. Querido por boa parte dos moradores do bairro, geralmente galanteava as moças, com um "pedido" de casamento. Também fazia pequenos biscates para os comerciantes locais, como por exemplo, anunciando novas lojas. 



    Além disso, segundo ainda moradores do bairro, quando chamavam "Melhoral!", ele respondia: "Já morreu!. Outros contam que de vez em quando ele "atuava" como se fosse um guarda de trânsito.
    Mesmo causando certo receio em alguns moradores, Melhoral era visto pela maioria da população como uma pessoa muito querida, sendo visto inclusive, em uma certa ocasião, sentado na primeira fila da Igreja Nossa Senhora do Desterro, ao lado do professor Moacyr Bastos, figura de grande destaque e relevância do bairro.
Melhoral também foi tema de livro, "Na terra do Melhoral ", de Odir Ramos da Costa, no qual o autor descreve uma curiosa história a respeito:
" Lá, com sua idade indefinida e a cara invadida por milhares de cravos pretos, ele aprimora o catolicismo, corrige o Sinal da Cruz. No gesto que o mundo cristão consagrou como definitivo através dos séculos, Melhoral descobriu lamentável falha, consertou-a... Todo mundo repete: Em nome do Pai (ou Padre, depende da espécie da fé), e leva o polegar direito à testa; do Filho, ao peito; do Espírito Santo, à esquerda; Amém, à direita... Pois bem. Melhoral, ao contrário dos que, encerrando a sinalização, beijam o dedo... acabando o benzinento, Melhoral oferece, endereça, estrojeta... revelando bondade e grande intimidade com o Pai, ele executa o sinal, coloca a mão debaixo da boca e dá um assoprozinho delicado no Sinal, remetendo-o no rumo de Deus e ainda ajuda com ligeiro impulso com a mão pro Sinal subir na trajetória certa..."



E assim, entre outras histórias, foi Melhoral, um dos grandes personagens do bairro de Campo Grande. 

Fontes e imagem do jornal: Damazio. 
Na terra do Melhoral, Odir Ramos da Costa.  Segunda edição ampliada. 2013. Edital. Rio de Janeiro. 

sábado, 12 de novembro de 2016

Campo Grande de Freire Alemão

    Francisco Freire Alemão e Cisneiro é um dos orgulhos do bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Médico, naturalista botânico brasileiro e zoólogo, Freire Alemão nasceu na Serra do Mendanha, antiga Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, em 24 de junho de 1797.
    Ao longo de sua trajetória, Freire Alemão já foi de militar a suplente de deputado. Mas foi na área científica e de medicina que seu nome mais teve destaque. Entre muitas contribuições, descreveu muitas plantas, com muitas destas conservando o nome dado por ele; contribuiu para a notável obra de raridade de Von Martius, naturalista alemão; formou-se médico pela Academia Médico - Cirúrgica do Rio de Janeiro e doutorou-se em medicina pela Universidade de Paris; foi professor de botânica médica e zoologia em instituições de ensino superior como a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e a Escola Central Militar, entre outras.
    Freire Alemão, no início de sua carreira, costumava desenhar e estudar plantas que observava em suas caminhadas por alguns locais do Rio de Janeiro, inclusive Gericinó e Serra do Mendanha. Em 1866 ainda organizaria o rico acervo do Museu Nacional, o qual tornara diretor.
    Depois de uma vida repleta de contribuições, principalmente no ramo da medicina e da botânica, Freire Alemão falece em 11 de novembro de 1874, aos 77 anos (segundo relatos, na Serra do Mendanha, mesmo local onde nascera). Até bem pouco tempo, o bairro de Campo Grande homenageava seu ilustre filho com um monumento localizado na Avenida Cesário de Melo, como mostra a imagem abaixo.


     Infelizmente, o monumento foi furtado e até o momento o espaço continua sem a representação dessa figura ilustre do bairro.
Além disso, há uma agência bancária, localizada também na Avenida Cesário de Melo, em frente ao hospital Rocha Faria, que leva o seu nome.
    Sua casa foi demolida e um fato curioso é que, na serra da qual ele tanto gostava, tempos depois, houve descobertas, por parte de Alberto Lamego, de vestígios de um extinto vulcão na região.

sábado, 15 de outubro de 2016

Se essa rua fosse minha...

    Mas, o que é a rua? A rua ouve, enxerga, respira, é praticamente um ser vivente, pois, através dos séculos, ela presencia manifestações, shows, brigas, amores, queda de governante, troca de governo, enfim, ela participa da história. Como dizia João do Rio, em a alma encantadora das ruas: "Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma!."
    Ainda segundo João do Rio, "as ruas são perecíveis como os homens". Sim, as ruas também envelhecem, transformam-se e em alguns casos morrem.
    As ruas têm seus próprios nomes, suas identidades, Campo Grande, Olinda Ellis, Amaral Costa, Coronel Agostinho, Viúva Dantas, Engenheiro Trindade...cada uma leva um nome de uma pessoa importante, comerciante, empreendedor, prefeito, músico ou de outras "categorias", como lugares e animais. Porém, pouca gente lembra de como chamá-las, prefere usar um ponto de referência, porque o nome pouca gente sabe. "aquela rua que tem um mercado x", ou "o cartório fica na rua da padaria y" e assim vão outras situações em que o nome da rua não é tão importante.
    Mas elas estão sempre lá, pulsando junto à população, vendo o vai-e-vem dos automóveis, as construções sendo erguidas...passamos por elas e não percebemos sua importância, sua relevância ligada às nossas vidas.
    Em algumas situações tornam-se até curiosas. É o caso do quarteirão Enriqueta, na estrada do Tingui, no bairro de Campo Grande. Todas as ruas dessa localidade possuem nomes de pássaros: Rua Canário, Rua Águia, Rua Falcão, Rua Cotovia, Rua Asa Branca, Rua Macuco e Rua Ave Maria. Ave Maria? Será que a pessoa responsável pelos nomes achou que se tratava de um pássaro e não de uma saudação cristã. Ou confundiu Ave Maria com ave-fria, que se trata realmente de um pássaro. Ou existe pássaro com nome de ave maria e eu não sei? Garanto que pesquisei e não achei. Os católicos acreditam que não é coincidência, e sim providência divina. O certo é que se trata de mais um caso curioso envolvendo nomes de ruas.
    Enfim, a rua é onde ocorre a expressão dos sentimentos e fatos de todo um bairro, ou uma cidade. Dar vida à uma rua é mais do que uma personificação, é constatar que a rua é o homem, e o homem é a rua.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Nelson Mandela em Campo Grande

Foto. Fonte: Face Antigo Campo Grande

    Símbolo histórico da luta contra o racismo e pelo fim do apartheid na África do Sul, Nelson Mandela, juntamente com sua esposa e autoridades locais da época, inaugurou, no dia 02 de agosto de 1991, o CIEP que leva seu nome, em Campo Grande.
    Fundado em 1988 e inaugurado no ano citado acima, o CIEP, localizado na Praça Daniel Lames, no bairro da Zona Oeste, orgulha-se por ter tido a honra de receber o nome dessa figura ilustre que muito contribuiu para o fim de um sistema de segregação racial que vigorou durante décadas no país africano.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Incêndio na Desterro

Fonte: surrealismodemaronil.blog

   O ano era 1882. O local, atual centro de Campo Grande. O fato, um incêndio que praticamente destruiu o atual símbolo histórico do bairro, a Igreja de Nossa Senhora do Desterro. A grande questão é que, construído em 1938 no comando do Coronel Aristarcho Pessôa Cavalcanti de Albuquerque, o atual 13° Gbm - Corpo de bombeiros, localizado na Avenida Cesário de Melo, fica localizado a alguns metros da igreja. Porém, à época do ocorrido, como ainda não havia a coorporação em Campo Grande, houve a necessidade de chamar os bombeiros da Corte, trazidos por um trem especial, levando 40 minutos para chegar ao local. Se esse fato tivesse ocorrido nos dias atuais, em poucos minutos a igreja estaria sendo "socorrida".
    Mas, por ironia do destino, o fato ocorreu antes da existência do corpo de bombeiros no bairro, sobrando poucas coisas da igreja. Sorte é que, com esforço de fazendeiros, ajuda do governo e outras pessoas do bairro, e principalmente do padre Belisário dos Santos, a igreja foi reconstruída e segue imponente no núcleo de Campo Grande. Agora, bem próxima de um Corpo de Bombeiros.

Abaixo, foto histórica da igreja Nossa Senhora do Desterro, em sua fachada original desde 1882.
Fonte: www.panoramio.com.Photo of foto

domingo, 21 de agosto de 2016

Campo Grande nas Olimpíadas

   FOTO (Fonte): Face Centro de futebol Valdir Bigode

   O bairro de Campo Grande inscreveu seu nome na história ao protagonizar a passagem da Tocha Olímpica da Rio 2016. O símbolo dos Jogos Olímpicos foi conduzido por ruas do bairro, partindo do Centro Esportivo Miécimo da Silva, passando pela Estrada do Cabuçu, seguindo até a Esquina do Pecado, partindo para a Avenida Arthur Rios, indo em direção ao bairro de Bangu.
    O fogo simbólico foi conduzido por pessoas ligadas ao Centro Esportivo, (considerado o maior Complexo da América Latina), como a coordenadora de atletismo e uma aluna de ginástica rítmica e artística, além de personalidades da região, como o ex-jogador Valdir, formado no Campo Grande Atlético Clube.
    Devido à passagem da Tocha, um esquema de segurança foi organizado, com interdições de vias, policiais posicionados e um comboio de apoio. Porém, mesmo com protestos, os quais são válidos, prevaleceu o clima olímpico, que pôs o bairro no centro das atenções do mundo.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Campo Grande em reflexão

    Quem passa por Campo Grande, na altura das Estradas das Capoeiras e Mendanha, próxima ao West Shopping, provavelmente já se deparou com algumas placas e dizeres curiosos, assinados por João Menecê. Este é um artista plástico que faz placas e as divulga no Largo das Capoeiras, no bairro da Zona Oeste do Rio. Suas placas e artes tem como características mensagens críticas, reflexivas e até sarcásticas, direcionadas à ética, comportamento, política, atualidade, entre outras.
    Normalmente, as placas são trocadas em um determinado período, sempre de cunho social, com o custo de suas obras saindo de seu próprio bolso.
    Segundo o próprio, "deveria haver nas favelas uma invasão de tropas de médicos e professores, e não de policiais".
    Assim, o crítico artista plástico faz de seus painés uma verdadeira tribuna livre, expondo suas preocupações, indagações, críticas, alertando o cidadão sobre seus compromissos com a comunidade e o meio onde vive.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Música de Campo Grande

    O bairro de Campo Grande orgulha-se quando o assunto é música. Nascido em Portugal e radicado no bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, o compositor Adelino Moreira, autor de alguns sucessos como a "A volta do boêmio", "Negue" e "Fica comigo esta noite", é homenageado com uma escultura na Rua Barcelos Domingos, como mostra a figura acima.
    Grande parte de sua obra foi gravada por Nélson Gonçalves, além de outros cantores. A música "Negue", em parceria com Enzo de Almeida Passos, foi sua composição que teve mais regravações.
    Adelino e sua família residiram na Estrada do Monteiro (o local hoje é conhecido como sub-bairro Adelino) assim que chegaram de Portugal, e no mesmo bairro, em 2002, faleceu de um infarto enquanto dormia em sua casa.

domingo, 10 de julho de 2016

Do "profano" ao "sagrado": o fim do Cine Palácio

    Inaugurado em 1962, o Cine Palácio Campo Grande, que fechou suas atividades em 1990, significou durante esse período uma grande opção de lazer para a população do bairro  e adjacências. Localizado na Rua Augusto Vasconcelos, próximo ao calçadão e à estação ferroviária, o cinema ficava em um ponto geográfico estratégico no bairro, contribuindo para o acesso da população de áreas vizinhas, como Cosmos, Inhoaíba, Santíssimo, entre outras.
    Durante décadas, o cinema, que foi considerado o maior do Rio, exibiu muitos filmes de variados gêneros, como os dos Trapalhões e Uma Linda Mulher, último filme exibido no Cine.
    Tombado como patrimônio cultural do município, o prédio manteve a sua forma, mas mudou sua função, passando a funcionar como Igreja Universal do Reino de Deus, após o fechamento do cinema. Essa foi uma tendência no Rio de Janeiro a partir das décadas de 1980 e 1990: o fim de muitos cinemas de rua, dando espaço para os cinemas localizados nos shoppings-centers.

sábado, 25 de junho de 2016

Torneio Campo Grande

Foto Fonte: Face Campusca Cgac

    A foto acima remonta à época que era disputado o Torneio Campo Grande, com participações de clubes que faziam parte da série rural (Zona Oeste). O torneio tinha o patrocínio do Departamento autônomo, e contava com alguns dos seguintes clubes: Campo Grande A C, Oriente Atlético Clube (Santa Cruz), Clube Oiti, Distinta Atlético Clube, entre outros.
    O Departamento autônomo foi criado em 1949, sendo um departamento de futebol do Rio de Janeiro, que substituiu a Federação Atlética Suburbana. Os clubes eram amadores e assim disputavam competições à parte.
    O Oriente, clube de Santa Cruz, foi o maior conquistador de títulos do Departamento autônomo da Federação de Futebol, com sete taças. O Campo Grande Atlético Clube, antes de se inscrever na Federação Estadual de futebol do Rio de Janeiro, disputou o departamento autônomo, faturando os títulos de 1953 e 1959.
    Um confronto que chamou a atenção ocorreu em 1957, entre o Oriente e o Campo Grande, com as duas equipes formadas por grandes jogadores. Foram três partidas decisivas, disputadas no campo do Bangu. As duas primeiras terminaram empatadas: 1x1 e 2x2, respectivamente. A terceira foi vencida pelo Oriente que se sagrou campeão daquele ano.

terça-feira, 14 de junho de 2016

A pista de skate de Campo Grande

FOTO DA PISTA DE SKATE DE CAMPO GRANDE NOS ANOS 1980
 Fonte: Reprodução da Revista Overall - Adrenanews - Portal de todas as tribos.

    Inaugurada em 1979, a pista de skate de Campo Grande, localizada na Praça Marechal Edgard do Amaral, já foi considerada uma das maiores e mais modernas pistas da modalidade da América Latina. A pista já recebeu nomes renomados do esporte, campeonatos, como a Copa Nescau, etapas do circuito nacional de skate, além de bandas alternativas e outras de certo renome.
    Infelizmente, o local, por muito tempo, se encontrou  com pouca iluminação, sujo, com pouquíssima infraestrutura para a prática do esporte, além, segundo moradores da região, apresentando índices relevantes de assalto.
 
    Porém, em 2016, a Pista de Skate, que foi testemunha do surgimento do movimento punk rock no Rio de Janeiro, com a banda Coquetel Molotov, foi reinaugurada e revitalizada, com aspecto renovado. A Pista abriga uma feira de artesanato em determinados sábados, além de ser possível presenciar uma certa colaboração com iniciativas ambientais por parte de moradores e frequentadores. 
    Depois da reinauguração, o local voltou a ser mais frequentado, mais procurado, tentando voltar aos seus dias de glória.
    

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dos Jesuítas a Campo Grande

    Antes da Freguesia Rural de Campo Grande começar a prosperar, sua ocupação foi influenciada pela antiga Fazenda dos Jesuítas, em Santa Cruz, bairro próximo, praticamente vizinho. Nesta fazenda desenvolveu-se, inicialmente, o cultivo da cana-de-açúcar e a criação de gado bovino. O trabalho dos jesuítas foi de extrema importância para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. Além das obras de engenharia que realizaram, como a abertura de canais e a construção de diques e pontes para a regularização do Rio Guandu, o escoamento dos produtos da Fazenda Santa Cruz, oriundos do cultivo da cana-de-açúcar e da produção de carne bovina, era feito através da Estrada Real da Fazenda de Santa Cruz, que ia até São Cristóvão e se interligava com outros caminhos e vias fluviais que chegavam até o centro da cidade.
    Fróes e Gelabert (2004:38) relatam sobre o assunto:
    "Necessitando melhorar as condições daqueles caminhos, única ligação com a sua grande fazenda estabelecida em Santa Cruz, em terras recebidas na Guaratiba, os jesuítas, aproveitando parte dos primitivos caminhos que por nós aqui foram delineados, abriram uma estrada que, depois da vinda da família Real para o Brasil, em 1808, recebeu o nome de Estrada Real de Santa Cruz."
    Assim, a Estrada Real de Santa Cruz foi uma boa opção de penetração do sertão, sendo a atual Avenida Cesário de Melo, parte integrante da antiga estrada.
    Um dos símbolos dessa época é a Ponte dos Jesuítas, localizada no bairro de Santa Cruz. Esta foi construída com a finalidade de regular o volume das águas das enchentes, além de facilitar a ligação do bairro com outras fazendas, sendo uma ponte-represa.
    Concluída em 1752, a ponte possui quatro arcos, pelos quais passavam as águas do Rio Guandu. Por meio de comportas, essas eram controladas, sendo retidas ou liberadas conforme a ocasião.
    A ponte é constituída por colunas de granito, com esculturas barrocas, apresentando um tipo de brasão com o símbolo da Companhia de Jesus (IHS) e a data de 1752 com uma inscrição em latim clássico: "Flecte genu, tanto sub nomine, flecte viator Hic etiam reflua flectitur amnis aqua". "Dobra o joelho sob tão grande nome, viajante. Aqui também se dobra o rio em água fluente".


quarta-feira, 18 de maio de 2016

O teatro Arthur Azevedo

    Localizado na Rua Victor Alves, em Campo Grande, o teatro Arthur Azevedo foi inaugurado em 18 de agosto de 1956, quando o Rio de Janeiro ainda era capital federal, com a presidência de Juscelino Kubitschek, e a prefeitura do então Distrito federal administrada por Francisco Negrão de Lima, que mais tarde seria governador da Guanabara.
    O nome do teatro é uma homenagem ao jornalista e escritor que dominou o cenário teatral do país no fim do século XIX.
    Arthur Azevedo (1855-1908) foi um dos responsáveis pela construção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, inaugurado logo após sua morte, em 1908.
    Atualmente, o espaço pertence à secretaria de Estado de Cultura, oferecendo espetáculos e cursos de teatro e música.

terça-feira, 3 de maio de 2016

A igreja de Santo Antônio e a festa da Curva


Fonte imagem: Memórias do Subúrbio carioca 



Localizada na Avenida Cesário de Melo, em Campo Grande, a igreja de Santo Antônio dos Pobres possui o título de segunda mais antiga do bairro, perdendo o posto de primeira apenas para a igreja símbolo de Campo Grande, Nossa Senhora do Desterro. Com seu início datando o século XVIII (segundo pesquisas, em 1725, na Fazenda de Inhoaíba), a mesma esteve situada por muito tempo na localidade à época chamada Juary. A igreja de Santo Antônio, edificada por Francisco Gomes, segundo Monsenhor Pizarro, já sediou as atividades de Nossa Senhora do Desterro, quando esta sofrera um incêndio, no século XIX. Com a construção do novo cemitério de Campo Grande, já que à época o cemitério do bairro localizava-se à frente da Matriz Nossa Senhora do Desterro, houve a demolição da capela original de Santo Antônio, para aumentar a área do cemitério. 

Fonte: Correio da Manhã - RJ

Porém, em 1931, foi erguido o novo templo, com a pedra fundamental sendo lançada no dia 13 de junho, dia do Santo, com presença de pessoas importantes, como a do padre Felício Magaldi, Vigário de Campo Grande, outros representantes da igreja católica, além do povo da região. Situada em frente a um colégio tradicional do bairro, Nossa Senhora do Rosário, a igreja de Santo Antônio possui também uma creche.
    Entre muitas outras histórias sobre a igreja, moradores contam com nostalgia sobre a famosa "festa da curva", na qual fechavam-se as ruas ao redor da igreja, oferecendo aos que frequentavam, brinquedos, leilões, pipoca, maçã do amor, algodão doce, entre outras características típicas de festas de igreja, as conhecidas quermesses, naquele clima de cidade de interior, com fogueiras, bandeirinhas, incluindo também as paqueras (proibidas ou não). Um dos principais organizadores da festa da curva do Matoso, como era conhecida, foi Manoel Branco, figura ilustre de Campo Grande, grande incentivador das festividades esportivas, religiosas e culturais, que foi grande amigo da engenheira Elza Osborne, então chefe do distrito de obras. Hoje, ele é homenageado por um monumento no canteiro ajardinado da praça Alim Pedro. 
    Essa festa chegou a ser  incluída no calendário oficial de eventos e datas comemorativas da cidade do Rio de Janeiro, porém, atualmente, não se apresenta mais nos moldes tradicionais.

    Abaixo, uma imagem recente aproximada do local onde ocorria a festa da curva, na Avenida Cesário de melo.



Obs: algumas informações colhidas no blog Saibahistória.blogspot.com

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O Clube dos Aliados

    Fundado em março de 1924, o Clube dos Aliados, ou "Clube da Águia", como também é conhecido, teve como seu primeiro presidente Marcelino de Andrade. Sua fundação se deu numa casa localizada na    Rua Augusto Vasconcelos, ficando ali resolvido que as cores do clube seriam preta e branca.
    No início, o clube concentrava suas atividades na Rua Viúva Dantas, no centro de Campo Grande, até a inauguração da atual unidade campestre, na Estrada do Mendanha, deixando o primeiro endereço como sede social.
    Abaixo, uma propaganda relembra o fato da mudança de sede do clube.




    Um momento muito importante na história do clube foi quando conquistou o supercampeonato juvenil de basquete, em 1948. Além disso, o clube revelou muitos atletas de basquete, com alguns tornando-se campeões, inclusive mundiais. Um grande exemplo foi Zenny de Azevedo, conhecido como "Algodão", que saiu dos Aliados e conquistou títulos nacional e mundial, além de medalhas em Jogos Olímpicos e Pan-americanos. Hoje, ele é homenageado dando nome ao Ginásio Algodão, no Centro Esportivo Miécimo da Silva.

quarta-feira, 30 de março de 2016

A Taça de Prata é nossa

Fundado no dia 13 de junho de 1940, o Campo Grande Atlético Clube, conhecido também como galo da Zona Oeste, disputou seu primeiro jogo pelo estadual em 1962, no Maracanã, vencendo o Botafogo por 1x0. Uma observação: o mascote do clube, o galo, se deve ao fato de que o clube foi o 13° a se profissionalizar (ou será pelo fato de ter sido fundado no dia 13?). O número 13 representa o galo no jogo do bicho. Seu primeiro título foi o Troféu José Trócoli, em 1967, disputado por times que não haviam se classificado para o segundo turno do estadual.
Nesse período, figurava no elenco Dadá Maravilha, vendido ao Atlético Mineiro logo em seguida.



Porém, sua maior conquista aconteceu em abril de 1982, quando o clube conquistou a Taça de Prata, vencendo o CSA de Alagoas. Depois de perder a primeira partida por 4x3, na casa do adversário, o campusca venceu a segunda partida em casa por 2x1, forçando a terceira. Diante de um público de mais de 18.000 espectadores, no Ítalo Del Cima, seu estádio, o Campo Grande venceu o CSA por 3x0, sagrando-se campeão da Taça de Prata (equivalente à série B do brasileiro atualmente).
O estádio citado acima é um dos patrimônios do clube, inaugurado na década de 1960 e reinaugurado em 29 de outubro de 1978, em um jogo do clube contra o Flamengo. Situado na Rua Artur Rios, o estádio já teve capacidade para 25 mil torcedores, comportando atualmente 18 mil.
Depois da conquista, o clube passou o restante da década de 1980 oscilando no futebol carioca. No início da década de 1990, no ano de 1991, o clube conseguiu uma boa colocação no campeonato carioca, ficando em 5° lugar. Porém, em 1995, o clube caiu para a segunda divisão estadual, e de lá pra cá, até pouco tempo, alternando entre a segunda e a terceira divisões, deixando até de participar de qualquer divisão em alguns anos. Feliznente, o clube vem se reestruturando e conseguindo acessos no campeonato carioca, aspirando voltar aos seus melhores dias.


terça-feira, 29 de março de 2016

Marcas do tempo

Abaixo, duas fotos, de épocas diferentes, do mesmo local em Campo Grande

 Primeira foto. Fonte: Face Antigo Campo Grande
 Segunda foto. Crédito: Carlos Eduardo de Souza

O local exato diz respeito à Avenida Cesário de Melo, em Campo Grande, próximo ao hospital Rocha Faria.
No local atualmente encontra-se uma estação de BRT.
Ao fundo, uma peça em ferro fundido do século XIX, fonte de inspiração religiosa, lembrando um paramento batismal.

domingo, 20 de março de 2016

Viaduto Alim Pedro




           Em 1957, é inaugurado o Viaduto Alim Pedro, no bairro de Campo Grande, sob a gestão da administradora regional  Elza Osborne, engenheira que hoje é homenageada dando nome à Lona cultural do bairro.
             Também chamado de Viaduto Velho (depois da inauguração de um outro viaduto no bairro), este liga a Estrada Rio do A à Estrada do Monteiro e Avenida Cesário de Melo, passando sobre a linha férrea que liga Santa Cruz à Central do Brasil.

sábado, 5 de março de 2016

Campo tempo Grande

O tempo inteiro andamos com o tempo.
Tempo pra chegarmos à casa a tempo,
tempo pra estudar, pra dormir, pra comprar...
Afinal, tempo é dinheiro.

O fluxo dos automóveis, o vai e vém das pessoas,
o tic-tac do relógio marcando o compassso,
o progresso que chega...
e vai-se o tempo.

Antigamente,
no horizonte se via o bonde,
agora é de ônibus, trem e BRT
que se anda em Campo Grande.

Foi-se o tempo que Campo Grande era uma ilha
"a milhas e milhas de qualquer lugar".
Já não é mais tempo de acreditar que Campo Grande
está "longe demais das capitais".

O tempo é passageiro,
a memória é permanente,
que guarda pra gente,
o futuro, passado e presente.

A população cresce com o tempo,
que fica quase sem tempo pra tudo.
Tudo fica mais rápido...
Estradas, túnel, viaduto.

Da Serrinha
ainda se vê um pouco do passado,
mesmo com o avanço
e o passa-passa dos "mata-sapos*".

Da Desterro a Santana,
se gasta um tempo (que não volta mais),
e do tempo dos laranjais
restou apenas monumento.

Movimento que não para com o tempo,
tempo que não para de passar.
O tempo não para nem no centro,
no Calçadão, nem no Rio da Prata.

As marcas dos trilhos
já não estão mais aqui.
Agora a ordem é o progresso,
Cabuçu, Vila Nova, Tingui...

Da estrada velha e empoeirada
só ficaram as marcas do passado.

O avanço abre passagem para a Brasil,
avenida que assim continua seu caminho
rápido para uns,
necessariamente lento e viril para mim...

Você e outros passageiros da lembrança,
desde a infância até algum dia que virá
das cinzas das indústrias,
ou do verde do Mendanha,
de lá pra cá em um instante,
com o tempo em Campo Grande.

*Termo utilizado por antigos habitantes das áreas rurais de Campo Grande para designar os ônibus, que ao circularem por essas áreas, atropelavam animais típicos dessas regiões, entre outros, sapos.

Texto de Carlos Eduardo de Souza


sábado, 20 de fevereiro de 2016

West Shopping: a criação de um subcentro



Por si só, os Shoppings Centers representam um subcentro comercial, pois dispõem para a população uma variedade de funções no que diz respeito ao comércio, diversão, entre outras.
            Além disso, os Shopping Centers são apontados como subcentros planejados, pois são construídos com o intuito de grande atração comercial de atividades (destacando-se o capital).
            Os shoppings Centers planejados aparecem principalmente após a 2ª guerra, no qual se localizam, em sua maioria, onde haja acessibilidade e habitantes de classe social elevada, para, com isso, terem um retorno desejado em termos de lucro.
            No caso do West Shopping, este apresenta diversos serviços, como cinema, universidade, Correios, agências bancárias, lojas, entre outras coisas, tendo algumas lojas âncoras.
            Esta ideia de um subcentro planejado, ou seja, Shopping, remonta à década de 30, nos Estados Unidos, quando Hhugh Prather desenvolveu o que seria o “pai” dos Shoppings Centers atuais. Porém, foi na Holanda que se teve o primeiro Shopping com características parecidas com as dos atuais, o “Lijbaun Shopping Center, ou a 5ª avenida da Europa, tendo na década de 60 a expansão dos Shoppings neste continente”.
            No Brasil, o primeiro Shopping inaugurado foi o Iguatemi, em São Paulo, no ano de 1966, chegando ao Rio de Janeiro na década de 70, de pequeno porte, como o da Gávea.
            Apenas em 1980, surge no Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo, o primeiro grande Shopping do Estado, o Rio Sul. A partir daí, outros surgiram, como o Barra Shopping, na Barra da Tijuca, que causou um impacto na população deste bairro (classe social alta).
            Na segunda metade de 80, chegam a outras partes do Rio de Janeiro: Norte Shopping (1986) e Madureira Shopping (1986), continuando sua expansão para outros bairros da cidade do Rio, tendo como exemplo o West Shopping, este relacionado à classe média baixa.
            Como o próprio nome indica, Shopping Center significa um centro de compras e de outros serviços. Estes foram criados com o intuito de atender à classe socioeconômicas específicas, sendo um local que atrai pessoas que acabam se satisfazendo de alguma maneira.
            Desse modo, os Shoppings Centers criam para as pessoas possibilidades de consumo, tendo em seu interior um “mundo” diferente do que acontece fora dele, possibilitando às pessoas, por um momento, fugir da realidade que acontece no exterior do Shopping.
            Prova disso são as próprias formas nas quais os Shoppings se apresentam, com uma arquitetura que, quase em sua maioria, não permite que saibamos o que está acontecendo fora dele, como se está chovendo ou não, se está dia ou noite, numa estratégia de “prender” as pessoas em seu interior para que essas não tenham hora para irem embora, podendo assim consumir mais e gerando mais lucros para as lojas ali presentes.
            Dentro deste contexto, pode-se inserir outra curiosidade sobre os Shoppings: a falta de relógios, tendo justamente o mesmo propósito de “prender” as pessoas, como já foi citado acima.
            Em relação à função dos shoppings centers Mello (In: Espaço e Cultura, 1995: 32) afirma:
           
                                                A chamada “catedral de consumo”, “subcentro fechado e de luxo”, ou como quer que seja rotulado, não deve ser confundido (a ressalva é importante) com galerias comerciais. Enclave glamouroso e das maravilhas, onde os passantes são belos ou assim se fazem, por suas roupas e ainda pela conduta, esse “rincão da pós-modernidade”, como nos lindos sonhos de fadas, reproduz paraísos encantados, oferecendo  para os seus “eleitos” comodidades, música, pequenos lagos e canteiros, iluminação feérica, comércio e serviços refinados, além de proteção contra a violência, a poluição, as intempéries e a pobreza ou miséria do mundo exterior.”
                                                               
            O West Shopping não foge à regra dos outros shoppings, sendo um grande atrativo para a população de Campo Grande. No caso deste Shopping, atualmente, além de já ter sido o principal Shopping do bairro, este foi, por um tempo, o único ponto em Campo Grande que se encontravam cinemas.
            Além disso, apesar de ser um Shopping de classe média baixa, apresenta importância comercial e econômica não só em Campo Grande, mas se estendendo para outros bairros (Santa Cruz, por exemplo) e outros municípios (Itaguaí, Seropédica etc).


Após a chegada do West Shopping,  em 1997, os moradores de áreas próximas a ele (Estradas do Mendanha, das Capoeiras, da Posse e do Tinguí) puderam presenciar o surgimento de um subcentro comercial em Campo Grande, como, por exemplo, o crescimento residencial e comercial (condomínios, loteamentos), nas Estradas da Posse e do Mendanha.
Além disso, observa-se também a mudança na estrutura de lojas nesta localidade, onde percebe-se a substituição de pequenos estabelecimentos, como padarias, açougues, entre outros, por formas de comércios e serviços mais complexos, como por exemplo: loterias, agências bancárias, etc.
            Com vários serviços (lojas, faculdade, curso, agências bancárias, correios, cinemas etc.), este influenciou no crescimento comercial e econômico desta área e de Campo Grande como um todo, valorizando mais o bairro.
            Aos poucos, esta área de Campo Grande, que antes não tinha grandes atrativos, foi palco de surgimento de vários serviços em áreas próximas ao Shopping, influenciados por ele, como a instalação de cursos de inglês, agências bancárias onde antes da criação do West Shopping, predominavam os açougues, padarias, entre outros.
            Um outro fator que mudou com a chegada do West Shopping foi a respeito do tráfego, principalmente nas Estradas do Mendanha, das Capoeiras e da Posse, que aumentou muito devido ao crescimento do fluxo de pessoas que vão ao Shopping e também a valorização desta área.




Assim, a estrutura da região foi modificada, com a valorização dos imóveis e consequentemente a procura de classes mais elevadas, devido a influência do Shopping. Nessa dinâmica, a localidade passou a ser frequentada e habitada por pessoas com um maior poder aquisitivo, valorizando não só esta área, mas todo o bairro de Campo Grande.

O espaço urbano é palco de modificações em consequência de ações feitas pelos agentes sociais, como os proprietários fundiários, os promotores imobiliários, o Estado, entre outros.
            Essas modificações aconteceram e continuam acontecendo nas áreas próximas ao West Shopping, em decorrência do surgimento deste, em uma área que no passado era totalmente agrícola, no qual a laranja era o principal produto cultivado, mas que devido às pragas e o fato da II Guerra Mundial afastar os países consumidores do Brasil, deixou-se de cultivar esta fruta, chegando ao seu declínio.

Foto: Estrada da Posse em 1928. Fonte: Pesquisa de Rodrigo Rocha e Luís Felipe Parada.


A Estrada do Mendanha fazia a ligação entre o centro de Campo Grande e a Avenida Brasil, sendo à época uma estrada muito esburacada, pouca iluminação, sem semáforos e com pista simples. Faltavam linhas de ônibus que interligassem a região a outros bairros.
            A Estrada da Posse também era um espaço totalmente agrícola, com grandes produções de laranjas, como já citado anteriormente.
A partir da década de 1980, um nome em termos da Companhia de Engenharia e Construção começa a se destacar nestas áreas, a ECIA Irmãos Araújo, a qual promoveu construções residenciais na Estrada do Mendanha, nos bairros Araújo, Vila Andréa, entre outros, e bairros na Estrada da Posse, como os bairros Adriana I, II e III.
            Com o surgimento do West Shopping, a ECIA, que foi a responsável pela construção deste, investe mais ainda na construção de novos condomínios e loteamentos próximos a essa área.
            Nessa dinâmica, a ECIA atua como agente de transformação espacial, sendo promotor imobiliário e proprietário fundiário, fazendo uma verdadeira propaganda de atração que o Shopping exerce nessa localidade, através de Outdoor, no qual este faz uma ligação das novas habitações com a proximidade do Shopping.
            Com isso, acontece um processo de expansão de condomínios na Estrada da Posse (bairro Adriana), que foi mais valorizado após a chegada do Shopping. São basicamente loteamentos de terrenos e condomínios residenciais (casas padronizadas), como: Bairro Adriana, Bairro Manoela, Bairro Carolina, Bairro Isadora etc., todos construídos e comercializados pela ECIA.
 

            Essa valorização se estende para as próprias pistas, no qual as Estradas da Posse e Mendanha sofreram mudanças, que hoje são pistas duplas, pavimentadas, com sinalizações eficientes, mas que no passado, principalmente a Estrada do Mendanha, foi muito esburacada e com iluminação precária, fazendo com que a localidade convivesse constantemente com acidentes.
            Estes são exemplos de como o West Shopping valorizou a localidade, fazendo com que também novas linhas de ônibus fossem implantadas neste eixo e trazendo consigo novas opções de comércio, onde, antes de sua chegada, era precário, com as pessoas tendo que se locomoverem, na maioria das vezes, até o centro de Campo Grande.