Por si só, os Shoppings Centers representam um subcentro comercial, pois
dispõem para a população uma variedade de funções no que diz respeito ao
comércio, diversão, entre outras.
Além disso, os Shopping Centers são
apontados como subcentros planejados, pois são construídos com o intuito de
grande atração comercial de atividades (destacando-se o capital).
Os shoppings Centers planejados
aparecem principalmente após a 2ª guerra, no qual se localizam, em sua maioria,
onde haja acessibilidade e habitantes de classe social elevada, para, com isso,
terem um retorno desejado em termos de lucro.
No caso do West Shopping, este
apresenta diversos serviços, como cinema, universidade, Correios, agências
bancárias, lojas, entre outras coisas, tendo algumas lojas âncoras.
Esta ideia de um subcentro
planejado, ou seja, Shopping, remonta à década de 30, nos Estados Unidos,
quando Hhugh Prather desenvolveu o que seria o “pai” dos Shoppings Centers
atuais. Porém, foi na Holanda que se teve o primeiro Shopping com
características parecidas com as dos atuais, o “Lijbaun Shopping Center, ou a
5ª avenida da Europa, tendo na década de 60 a expansão dos Shoppings neste
continente”.
No Brasil, o primeiro Shopping
inaugurado foi o Iguatemi, em São Paulo, no ano de 1966, chegando ao Rio de
Janeiro na década de 70, de pequeno porte, como o da Gávea.
Apenas em 1980, surge no Rio de
Janeiro, no bairro de Botafogo, o primeiro grande Shopping do Estado, o Rio
Sul. A partir daí, outros surgiram, como o Barra Shopping, na Barra
da Tijuca, que causou um impacto na população deste bairro (classe social alta).
Na segunda metade de 80, chegam a
outras partes do Rio de Janeiro: Norte Shopping (1986) e Madureira Shopping
(1986), continuando sua expansão para outros bairros da cidade do Rio, tendo
como exemplo o West Shopping, este relacionado à classe média baixa.
Como o próprio nome indica,
Shopping Center significa um centro de compras e de outros serviços. Estes
foram criados com o intuito de atender à classe socioeconômicas específicas,
sendo um local que atrai pessoas que acabam se satisfazendo de alguma maneira.
Desse modo, os Shoppings Centers
criam para as pessoas possibilidades de consumo, tendo em seu interior um
“mundo” diferente do que acontece fora dele, possibilitando às pessoas, por um
momento, fugir da realidade que acontece no exterior do Shopping.
Prova disso são as próprias formas
nas quais os Shoppings se apresentam, com uma arquitetura que, quase em sua
maioria, não permite que saibamos o que está acontecendo fora dele, como se
está chovendo ou não, se está dia ou noite, numa estratégia de “prender” as
pessoas em seu interior para que essas não tenham hora para irem embora,
podendo assim consumir mais e gerando mais lucros para as lojas ali presentes.
Dentro deste contexto, pode-se inserir
outra curiosidade sobre os Shoppings: a falta de relógios, tendo justamente o
mesmo propósito de “prender” as pessoas, como já foi citado acima.
Em relação à função dos shoppings
centers Mello (In: Espaço e Cultura, 1995: 32) afirma:
“
A chamada “catedral de
consumo”, “subcentro fechado e de luxo”, ou como quer que seja rotulado, não
deve ser confundido (a ressalva é importante) com galerias comerciais. Enclave
glamouroso e das maravilhas, onde os passantes são belos ou assim se fazem, por
suas roupas e ainda pela conduta, esse “rincão da pós-modernidade”, como nos
lindos sonhos de fadas, reproduz paraísos encantados, oferecendo para os seus “eleitos” comodidades, música,
pequenos lagos e canteiros, iluminação feérica, comércio e serviços refinados,
além de proteção contra a violência, a poluição, as intempéries e a pobreza ou
miséria do mundo exterior.”
O West Shopping não foge à regra dos
outros shoppings, sendo um grande atrativo para a população de Campo Grande. No
caso deste Shopping, atualmente, além de já ter sido o principal Shopping do
bairro, este foi, por um tempo, o único ponto em Campo Grande que se encontravam
cinemas.
Além disso, apesar de ser um
Shopping de classe média baixa, apresenta importância comercial e econômica não só
em Campo Grande, mas se estendendo para outros bairros (Santa Cruz, por
exemplo) e outros municípios (Itaguaí, Seropédica etc).
Após a chegada do West Shopping, em 1997, os moradores de áreas próximas a ele
(Estradas do Mendanha, das Capoeiras, da Posse e do Tinguí) puderam presenciar
o surgimento de um subcentro comercial em Campo Grande, como, por exemplo, o
crescimento residencial e comercial (condomínios, loteamentos), nas Estradas da
Posse e do Mendanha.
Além disso, observa-se também a mudança na estrutura de lojas nesta
localidade, onde percebe-se a substituição de pequenos estabelecimentos, como
padarias, açougues, entre outros, por formas de comércios e serviços mais
complexos, como por exemplo: loterias, agências bancárias, etc.
Com vários serviços (lojas,
faculdade, curso, agências bancárias, correios, cinemas etc.), este influenciou
no crescimento comercial e econômico desta área e de Campo Grande como um todo,
valorizando mais o bairro.
Aos poucos, esta área de Campo
Grande, que antes não tinha grandes atrativos, foi palco de surgimento de
vários serviços em áreas próximas ao Shopping, influenciados por ele, como a
instalação de cursos de inglês, agências bancárias onde antes da criação do
West Shopping, predominavam os açougues, padarias, entre outros.
Um outro fator que mudou com a
chegada do West Shopping foi a respeito do tráfego, principalmente nas Estradas
do Mendanha, das Capoeiras e da Posse, que aumentou muito devido ao crescimento
do fluxo de pessoas que vão ao Shopping e também a valorização desta área.
Assim, a
estrutura da região foi modificada, com a valorização dos imóveis e consequentemente a procura de classes mais elevadas, devido a influência do
Shopping. Nessa dinâmica, a localidade passou a ser frequentada e habitada por
pessoas com um maior poder aquisitivo, valorizando não só esta área, mas todo o
bairro de Campo Grande.
O espaço urbano é palco de modificações em consequência de ações feitas
pelos agentes sociais, como os proprietários fundiários, os promotores
imobiliários, o Estado, entre outros.
Essas modificações aconteceram e
continuam acontecendo nas áreas próximas ao West Shopping, em decorrência do
surgimento deste, em uma área que no passado era totalmente agrícola, no qual a
laranja era o principal produto cultivado, mas que devido às pragas e o fato da
II Guerra Mundial afastar os países consumidores do Brasil, deixou-se de
cultivar esta fruta, chegando ao seu declínio.
A Estrada do
Mendanha fazia a ligação entre o centro de Campo Grande e a Avenida Brasil,
sendo à época uma estrada muito esburacada, pouca iluminação, sem semáforos e
com pista simples. Faltavam linhas de ônibus que interligassem a região a
outros bairros.
A Estrada da Posse também era um espaço
totalmente agrícola, com grandes produções de laranjas, como já citado
anteriormente.
A partir da década de 1980, um nome em termos da Companhia de Engenharia
e Construção começa a se destacar nestas áreas, a ECIA Irmãos Araújo, a qual
promoveu construções residenciais na Estrada do Mendanha, nos bairros Araújo, Vila
Andréa, entre outros, e bairros na Estrada da Posse, como os bairros Adriana I,
II e III.
Com o surgimento do West Shopping, a
ECIA, que foi a responsável pela construção deste, investe mais ainda na
construção de novos condomínios e loteamentos próximos a essa área.
Nessa dinâmica, a ECIA atua como
agente de transformação espacial, sendo promotor imobiliário e proprietário
fundiário, fazendo uma verdadeira propaganda de atração que o Shopping exerce
nessa localidade, através de Outdoor, no qual este faz uma ligação das novas
habitações com a proximidade do Shopping.
Com isso, acontece um processo de
expansão de condomínios na Estrada da Posse (bairro Adriana), que foi mais
valorizado após a chegada do Shopping. São basicamente loteamentos de terrenos
e condomínios residenciais (casas padronizadas), como: Bairro Adriana, Bairro
Manoela, Bairro Carolina, Bairro Isadora etc., todos construídos e
comercializados pela ECIA.
Essa valorização se estende para as
próprias pistas, no qual as Estradas da Posse e Mendanha sofreram mudanças, que
hoje são pistas duplas, pavimentadas, com sinalizações eficientes, mas que no
passado, principalmente a Estrada do Mendanha, foi muito esburacada e com
iluminação precária, fazendo com que a localidade convivesse constantemente com
acidentes.
Estes são exemplos de como o West
Shopping valorizou a localidade, fazendo com que também novas linhas de ônibus
fossem implantadas neste eixo e trazendo consigo novas opções de comércio, onde,
antes de sua chegada, era precário, com as pessoas tendo que se locomoverem, na
maioria das vezes, até o centro de Campo Grande.
Amo este shopping. Era bem criancc qhando ele foi construído e vi crescendo.
ResponderExcluirAmava a fachada, bege, azul e laranja! Trazia uma identidade, personalidade e alma ao shopping.
Após a construção dos 2 edifícios ligados a 2 pontes, ficou mais charmoso ainda!
Aí... Fizeram aquelas obras pra mudar a fachada...agora parece uma fábrica. Cor morta, sem identidade, um erro estratosférico!
Saudades da fachada antiga, e creio que 95% da população também.