Foto: Quadro da artista Carmem Paixão. https://carmempaixao.wixsite.com/arte/bio
Campo Grande, além de ser considerado o bairro mais populoso do Rio de Janeiro, é também um dos mais prósperos do município. Depois de ser conhecido como uma área essencialmente agrícola, passando pelos "ciclos" da cana e do café, sendo também um grande produtor de laranjas, o bairro vem passando por uma transformação socioeconômica e espacial profunda, fazendo com que o local e sua paisagem deixem de ser tipicamente agrícola/rural para urbana em expansão.
Porém, o bairro ainda apresenta certos "bolsões" agrícolas consideráveis, como no Mendanha, Serrinha e Rio da Prata. Localizada no pé da Serra da Pedra Branca, cortada pela Bacia dos rios Piraquê-Cabuçu, a localidade do Rio da Prata é conhecida por grandes produções agrícolas, rendendo 7 mil toneladas de alimentos como banana, aipim, agrião, batata doce e o caqui. Esses produtos, além de movimentar positivamente a economia da Zona Oeste, são também comercializados em feiras orgânicas de outros bairros da cidade, principalmente Zona Sul.
E é justamente no Rio da Prata, que possui uma produção agrícola ainda muito marcante, sendo a base econômica de boa parte da população local, marcada também por suas cachoeiras, trilhas, gastronomia e boemia, com seus agitados bares localizados, em sua maioria, à frente da igreja Nossa Senhora das Dores, que ocorre um evento rural de suma importância para Campo Grande e adjacências: a Festa do Caqui.
Enquanto Paty do Alferes é um município conhecido pela festa do tomate, o bairro de Campo Grande apresenta o caqui como sua atração, considerado o 13° salário dos agricultores do Rio da Prata. O evento, além da venda da fruta citada, oferece também aos seus visitantes feira de alimentos orgânicos, caminhada ecológica, apresentações de música, artesanato, sarau, café da manhã, palestras, exposição de fotografias, entre outras atrações.
A festa do caqui, que começou em 2014, tem como propósitos a discussão sobre a sustentabilidade, assim como a propagação de cultura e educação, além de valorizar a parte agrícola do bairro, que já foi a marca da região, hoje ditada pela urbanização, mas que ainda contempla seu passado rural.
Muito bom o texto! Valorizando a vocação agrícola do nosso bairro. É isso aí.
ResponderExcluirObrigado, meu amigo, por valorizar o meu trabalho.
Excluir