quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O bairro dos shoppings

    Foto: Jornal Zona Oeste especial 20 anos 2008. Imagem de projeto de expansão do West Shopping. 

    O bairro de Campo Grande já foi caracterizado por produções de cana-de-açúcar, café, o famoso ciclo da laranja, além de um período relevante da avicultura.
     Com o passar do tempo e as consequentes transformações do espaço, o antigo Sertão Carioca/Zona Rural perdeu seus ares agrícolas e, com a expansão comercial e de serviços, passou a possuir características mais urbanas, principalmente a partir de meados do século XX.
     No final do século citado, o bairro da Zona Oeste vê surgir um dos maiores símbolos urbanos capitalistas: um shopping center.  Inaugurado em 1997, numa área em que antes, segundo moradores, era um terreno vazio, vez em quando ocupado por parques e circos, o West Shopping aparece como um dos grandes empreendimentos da história de Campo Grande. Localizado na estrada do Mendanha, o surgimento do mesmo traz consigo outros investimentos, como expansão de residências, do comércio e serviços em seu entorno, mudando o perfil dessa localidade do bairro. Mais tarde, o shopping sofre uma mudança, criando mais dois prédios, aumentado assim seu espaço físico.
     No ano 2000, Campo Grande presencia a aparição de um novo shopping: o Passeio Shopping. Este já se localiza no centro do bairro, na Rua Viúva Dantas, no Calçadão de Campo Grande. Sua área de influência engloba alguns bairros da região, como Santa Cruz, Bangu e Guaratiba.
     Mais de uma década depois, o bairro recebe seu terceiro shopping: o Park shopping. Localizado na estrada do Monteiro, na "outra" ponta de Campo Grande, este é relativamente moderno, destacando-se a diversidade de paisagismo, fachada de vidro, corredores amplos, entre outras características.
    Com certeza, Campo Grande, ao possuir três shoppings, cria uma imagem de um bairro mais moderno, atraindo mais investimentos e população para a região.
    Em relação aos shopping centers, Mello (In: Espaço e Cultura, 1995: 32) afirma:
     "A chamada 'Catedral de consumo', 'subcentro fechado e de luxo', ou como quer que seja rotulado, não deve ser confundido (a ressalva é importante) com galerias comerciais. Enclave glamoroso e das maravilhas, onde os passantes são belos ou assim se fazem, por suas roupas e ainda pela conduta, esse 'rincão da pós-modernidade', como nos lindos contos de fadas, reproduz paraísos encantados, oferecendo para os seus 'eleitos' comodidades, música, pequenos lagos e canteiros, iluminação feérica, comércio e serviços refinados, além de proteção contra a violência, a poluição, as intempéries e a pobreza ou miséria do mundo exterior".

Fonte consultada: A criação de um subcentro em Campo Grande. Carlos Eduardo de Souza. Editora Pequena Tiragem. 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário