quinta-feira, 25 de abril de 2024

O antigo BANERJ

 

Imagem: Elder Veríssimo 

Na Rua Augusto Vasconcelos, em Campo Grande, até o início dos anos 2000, localizava-se o BANERJ (Banco do Estado do Rio de Janeiro), onde hoje está o ITAÚ, que ocupou o mesmo prédio. 
Por muito tempo, o banco foi uma referência na paisagem do bairro de Campo Grande, com seus dois tons de verde, com o nome no meio. Durante a década de 1980, a instituição teve seu logo estampado na Fórmula 1, representado nos carros e uniformes do lendário Ayrton Senna, além de ter no Maracanã seu nome também representado.



Imagem: fotografia folha.Uol.com.br

Lembro de minha infância, quando às vezes ia com minha mãe e minha saudosa avó materna enfrentar longas filas na agência da já citada rua, nos famosos dias de pagamento. Filas essas que ficaram mais acentuadas no governo Collor e na transição para o Real.
Em 1997, o BANERJ foi leiloado na Bolsa de valores do Rio de Janeiro, com o grupo Itaú arrematando 190 agências. 
No ano de 2004 o grupo Itaú anuncia a incorporação do BANERJ, pondo fim a mais um capítulo da história do bairro.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

São Jorge e o bairro de Campo Grande

 

Dia 23 de abril, dia de São Jorge, um dos santos mais identificados com o Rio de Janeiro, também  padroeiro da Inglaterra e do clube Corinthians, festejado em países como Portugal e Espanha, e reverenciado tanto na igreja católica Romana, Ortodoxa e Anglicana, além do sincretismo religioso, no qual na Umbanda e no Candomblé se faz referência a Ogum.

É um dia marcado por festejos, igrejas lotadas, queima de fogos e feijoadas - no caso do delicioso prato, uma referência à comida que os escravos faziam e reverenciavam a Ogum, através de São Jorge -  além de lembrar alegria e confraternização. A cor vermelha é marcante, lembrando o sangue, associando-o ao simbolismo na cultura cristã, remetendo ao sacrifício de Jesus Cristo, além da própria história do martírio de São Jorge, que segundo a tradição, foi um capitão da região da Capadócia (atual Turquia), o qual foi degolado pelo Império de Roma, por se negar a perseguir cristãos.

A fé ao santo também se apresenta em forma de cordões, dos mais variados tamanhos e formas. Na música "O carioca", do grupo Molejo, é citado o fato, ressaltando a forte relação do santo com a população do Rio de Janeiro: "O carioca é aquele que deita na sombra na hora do almoço; está quase sempre com ar de bom moço; que bate uma bola até com um caroço; com um São Jorge no pescoço..."

E no bairro de Campo Grande não poderia ser diferente do restante da cidade. Na região, o Santo Guerreiro é representado de algumas formas. Uma é a existência de um sub bairro denominado São Jorge, contínuo ao sub bairro Aurora, fazendo parte da região da Avenida Cesário de Melo, entre os bairros de Campo Grande e Inhoaíba. O mesmo destaca-se no comércio e como área residencial. Uma outra referência é a tradicional festa de São Jorge no Rio da Prata, acompanhada por devotos, simpatizantes, curiosos e religiosos, com a imagem do santo sendo conduzida por cavaleiros, numa grande multidão que reúne pessoas de várias partes da Zona Oeste, percorrendo locais próximos como a Estrada do Viegas, Estrada do Lameirão Pequeno e Estrada do Cabuçu. E por fim, a existência da Comunidade Católica São Jorge, da Paróquia São João Evangelista, no Rio da Prata; e a capela de São Jorge, na rua Caminho do Padre, no loteamento Monte Sinai, pertencente à Paróquia Nossa Senhora das Graças.


E assim segue a tradição de São Jorge, com sua cor forte, representando superação, guarda e força para as batalhas do dia a dia e que, segundo a lenda, por ser guerreiro, mata o demônio (dragão) e, da Lua, protege a humanidade dos perigos e maldades.

 "Lua de São Jorge, lua deslumbrante... lua de São Jorge cheia, branca, inteira..."🎶🎶🎶

 

quinta-feira, 11 de abril de 2024

O posto das Capoeiras

 

Acima está uma imagem do tradicional Posto de Gasolina localizado na estrada das Capoeiras, no bairro de Campo Grande, datando do início dos anos 1990. O Posto de gasolina ⛽ das Capoeiras também era conhecido pelo seu nome fantasia: Posto Castelinho, devido ao mesmo possuir desenhos de uma espécie de torre.
De 1980 a 1996, o Posto, que fica em frente onde hoje localiza-se o Carrefour, esteve sob direção de um campo-grandense de origem portuguesa chamado Manuel Máximo.


Acima o mesmo posto, no ano de 1985, com a estrada Rio do A ao fundo, ainda sem o Carrefour.

Imagens e informações gentilmente fornecidas e autorizadas por César Folly, filho do Semhor Manuel Máximo.

terça-feira, 2 de abril de 2024

Campo Grande: ainda o bairro mais populoso?

 

Imagem: Diário do Rio


Por muito tempo, o bairro de Campo Grande ostentou o título de "bairro mais populoso da cidade do Rio de Janeiro ". Algumas pesquisas apontam o bairro, inclusive, como o mais populoso do Brasil.

Porém, recentemente algumas notícias destacaram a mais atualizada pesquisa do IBGE, que aponta a região de Jacarepaguá como a mais populosa do Rio, com 653 mil habitantes, deixando Campo Grande em segundo lugar, com 600 mil habitantes,  e Bangu com 422 mil (Censo 2022).

A questão é que as citadas pesquisas contam a Região Administrativa (ou distritos/subdistritos), e não bairros. Assim, a região Administrativa de Jacarepaguá englobaria não somente o bairro de mesmo nome, mas outros como Freguesia, Anil, Curicica, Tanque, etc; com Campo Grande, a mesma situação, fazendo parte da Região Administrativa o bairro de Campo Grande,  mais os bairros de Cosmos, Inhoaíba, Santíssimo e Senador Vasconcelos. 

Já na questão "somente bairros", segundo matéria do Diário do Rio (1° de abril/2024), o bairro (não Região Administrativa) de Campo Grande aparece em primeiro com 367.160 habitantes,  seguido por Santa Cruz,  com 238.932 habitantes,  Bangu, com 216.549, e em quarto lugar, o bairro de Jacarepaguá,  com 214.674 habitantes. 

Assim, na questão "bairro", Campo Grande ainda é o mais populoso. 

https://diariodorio.com/rj-tem-9-dos-15-bairros-mais-populosos-do-brasil-veja-a-lista/

segunda-feira, 1 de abril de 2024

O dia da mentira

 

O dia 1° de abril é lembrado como o dia da mentira, sendo marcado por brincadeiras e pegadinhas,  com o objetivo de enganar outras pessoas.
Acredita-se que a data surgiu na França, no século XVI, tendo uma relação com uma mudança de calendário ocorrido no país, quando surgiu a possibilidade de se alterar o Ano-novo francês, que era celebrado em 25 de março, se estendendo até 1° de abril, passando a ser 1° de janeiro. 
Porém, alguns insistiam em comemorar a data antiga, sendo alvos de zombaria, os chamados "tolos de abril", inclusive eram convidados para uma suposta festa de Ano-novo em 1° de abril,  mas quando chegavam ao local, percebiam que nenhuma festa iria acontecer,  e que haviam sido enganados.
No Brasil acredita-se que esse costume surgiu ou se estabeceu em 1828, devido a um jornal, no dia 1° de abril,  ter noticiado uma falsa notícia sobre a morte de D.Pedro I, então imperador do Brasil.
É bom ressaltar que o famoso "1°de abril" é para enganar as pessoas em tom de brincadeiras, e não espalhar fake news que possam prejudicar alguém. 
E aí sim, falar aquela velha frase: " Enganei o bobo na casca do ovo. Quem caiu, caiu, caiu 1° de abril".

Fonte: Mundo Educação/UOL.

E você? Conhece alguma grande mentira que já envolveu o bairro de Campo Grande? Ou alguma história contada sobre o bairro ou no bairro que você acha que não é verdade?
Então, primeiro seja seguidor do Blog. Vá até o final da tela e clique em "Versão para Web ". Depois, vá até o final e clique em "seguir". Após isso, escreva nos comentários algum caso que você já ouviu sobre Campo Grande, que você considere como mentira! Os melhores "causos" concorrem a livros 📚. 
Vamos participar!

sábado, 30 de março de 2024

Breve histórico da chegada dos trens em Campo Grande e adjacências

 O transporte de trem no Rio de Janeiro surgiu com a inauguração da Estrada de Ferro D. Pedro II, em 29/03/1858, construída por iniciativa de Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá. O mesmo iniciou a construção sem garantia de juros ou subvenções, praticamente às custas de suas finanças e de dinheiro de seus amigos. Os primeiros 49 km iam até Queimados. Sucessivamente foram inauguradas as estações de São Cristóvão e Sapopemba, atual Deodoro. Mais tarde, com a proclamação da República, passou a se chamar Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1957 é criada a Rede Ferroviária S.A.; e em 1998, surge o consórcio SuperVia - Concessionária de Transportes Ferroviários S.A.

No dia 02 de dezembro de 1878 é inaugurada a estação de trem de Campo Grande, no mesmo dia em que a estação de Santa Cruz também foi inaugurada. A de Santa Cruz permaneceu até 1910 como ponta de linha do ramal. Nesse mesmo ano foi aberto o trecho seguinte, até o município de Itaguaí,  que em 1914 foi prolongado até o município de Mangaratiba. 

Até a década de 1930, houve pouca modernização com relação aos trens. Estipulavam que, com a eletrificação dos trens, aumentaria a capacidade de mais passageiros por hora, além de mais conforto e segurança para os usuários. Somente em 1935 foi assinado o contrato de eletrificação das linhas , tendo início em 1936, com a energia elétrica fornecida pela Light & Power. A viagem experimental aconteceu em 21/12/1936, entre Madureira e São Cristóvão. Em 10/07/1937 ocorreu a entrada em operação dos trens elétricos,  da estação de D.Pedro II  até Madureira. O serviço se estendeu até Bangu e o município de Nova Iguaçu, em 1938.

Somente em 19/04/1944, a eletrificação chega ao trecho Bangu - Campo Grande, e em 10/11/1945, o trecho Campo Grande- Matadouro.

Abaixo, segundo o historiador Benedicto Freitas, o trem que provavelmente inaugurou as estações dos bairros de Campo Grande e Santa Cruz. 

Assim, o transporte ferroviário acabou impulsionando a transformação desta região tipicamente rural, facilitando o acesso a outros pontos da cidade.

Abaixo, uma lista com as datas de inauguração de estações e distâncias em relação à Estação 🚉 de D. Pedro II:

LOCAL.                  DISTÂNCIA.  DATA DE CRIAÇÃO 

Deodoro                 22.056 km      08.03.1858

Vila Militar            24,2 km           01.08.1910

Magalhães Bastos 25,1 km          1914

Realengo                 27,4 km          02.12.1878

Bangu                      31,8 km          01.05.1890

S. Camará                33,2 km          01.07.1923

Santíssimo              35,9 km          23.11.1890

S. Vasconcelos        39,0 km          07.11.1914

Campo Grande       41,6 km          02.12.1878

Inhoaíba  (ex-         45,3 km          01.10.1912

Trindade)

Paciência                 49,3 km           01.07.1897

Santa Cruz               54,8 km           1878

Matadouro               56,5 km           01.01.1884

Itaguaí                       75,7 km           04.11.1910

Coroa Grande          78,7 km           14.11.1911

Itacuruçá                  81,2 km           14.11.1911

Muriqui                    85,0 km            05.11.1914

P. Praia Grande       88,2 km            07.11.1914

Ibicuí                         95,2 km           23.08.1920

Eng° Junqueira        98,8 km           07.11.1914

Mangaratiba            103,2 km         07.11.1914

Fonte: Estações (Ferrovias do Brasil, IBGE, 1956). 

A eletrificação acabou não passando de Santa Cruz e Matadouro, com os trechos para Mangaratiba possuindo trens puxados por locomotivas 🚂 a vapor, e à partir de 1950, por diesel. Muitos apontam que esse fato foi fundamental para o fim do famoso "Macaquinho ", em 1983, apelido do trem que ia de Santa Cruz a Mangaratiba. 


Acima a primeira estação de trem de Campo Grande, construída após a criação do ramal para o curato de Santa Cruz. 

Fonte: (Jornal Zona Oeste, Edição Especial, n°857. 1992)

Fontes consultadas:

Rumo ao Campo Grande por trilhas e caminhos. José Nazareth de Souza Fróes e Odaléa Ranauro Enseñat Gelabert. Segunda edição  - 2005

A inusitada trajetória de uma igreja centenária  - Gilson do Carmo Batista. Primeira edição  - 2012.



sexta-feira, 29 de março de 2024

O povo cigano e o bairro de Campo Grande

 

Reprodução da pintura Acampamentos de ciganos perto de Arles, de Vicent Van Gogh, 1888.

 

Os ciganos são tradicionalmente nômades ou semi nômades,  habitando em acampamentos nas zonas rurais e urbanas. Nos dias de hoje, uma parte desse povo possui moradia fixa, geralmente em bairros mais periféricos.

Os ciganos chegaram à Europa há cerca de mil anos, oriundos da Índia. A maior parte pertence ao grupo Rom (Roma), tendo como língua o Romani.

A maior parte desse povo é frequentemente alvo de intolerância, discriminação e exclusão social. A maioria vive em más condições, sendo tratados com desprezo, com muitas crianças sequer frequentando a escola.

Países europeus como Romênia e Bulgária possuem um grande contingente de ciganos. Alguns países do Velho Continente se destacam em combater a discriminação contra os ciganos. Um exemplo é a Espanha, que desde a década de 1980 incentiva as crianças ciganas a frequentarem a escola com alunos não ciganos. Em muitos locais no território espanhol, a convivência entre ciganos e não ciganos é tranquila.

Com relação ao bairro de Campo Grande, segundo o artista Will Tom, morador e conhecedor da história da região, até a década de 1970, via-se acampamentos de ciganos chegando à então Zona Rural (de passagem), com números circenses (os Boyachas), apresentação de danças típicas, além daquilo que chama bastante atenção à cultura cigana: a quiromancia (ato de ler as mãos e predizer o futuro de uma pessoa).

Com base no ouro que possuíam, ainda segundo Will, a maioria dos ciganos trazia mantimentos e dinheiro. Outros ofereciam seus serviços de marcenaria, olaria e ferragem. Ficavam pelo bairro da Zona Oeste por uns dois ou três meses e depois seguiam suas vidas nômades.

Era comum surgirem boatos negativos sobre os ciganos, como culto ao demônio, de que eram ladrões ou aproveitadores, e até de rapto de crianças.

O fato é que o povo cigano considera a família sagrada e respeitada. Até hoje só permitem casamento entre ciganos. As mulheres casadas são obrigadas a usar o véu. Inclusive, essa cultura foi abordada na novela "Explode Coração", da TV Globo, exibida entre 1995 e 1996.

A religião do povo cigano depende de sua origem. Uma boa parte é católica, porém não são bem aceitos pela Igreja de Roma. Há também ciganos de outros segmentos religiosos. Além de alguns grupos cultuarem Santa Sarah.

No bairro de Campo Grande, era comum ver ciganos do clã Kalon, com dialeto próprio. Com o passar do tempo, junto ao desenvolvimento do bairro, os grupos ciganos pararam de seguir em caravanas, com alguns até deixando a vida nômade, fixando-se em casas, como os Kalderash.

* Boa parte do texto foi baseada em depoimento de Will Tom. Gratidão infinita!



quarta-feira, 27 de março de 2024

Novela educativa no Rio da Prata, em 1973

 

Em 1973, a localidade do Rio da Prata, no bairro de Campo Grande, foi palco de cenas da novela "João da Silva", da TV Educativa. Na gravação, é possível identificar o Largo do Rio da Prata, com a Igreja de Nossa Senhora das Dores ao fundo.
A novela era uma espécie de ferramenta de ensino voltada para as quatro primeiras séries do Ensino fundamental. A gravação em questão corresponde ao capítulo 5, que envolvia ortografia, adição, siglas e previdência social. O protagonista é o ator Nelson Xavier. 
Abaixo, o link com a novela, com cenas no Rio da Prata.
Fonte: TV Uol

sábado, 23 de março de 2024

O primeiro Cariocão do Campo Grande

 

Fundado em 13 de junho de 1940, o Campo Grande Atlético Clube, o Campusca, em seus anos iniciais, disputou o Departamento Autônomo de futebol, sagrando-se campeão por duas vezes. Somente em 1962 é que o Galo da Zona Oeste conseguiu ingressar no campeonato carioca da divisão principal. E sua estreia foi logo com vitória: 1x0 pra cima do Botafogo. 
Para essa disputa inédita, a diretoria, sob a presidência de João Ellis Filho, contratou jogadores experientes, como o goleiro Barbosa, ex-Vasco e seleção brasileira; Dequinha, ex-Flamengo; e Décio Esteves, ex-Bangu.
Acima, uma das formações do Campusca no campeonato carioca de 1962: em pé, Barbosa, Átila, Viana, Guilherme, Dequinha e Darci; Nelsinho, Décio Esteves, Adilson, Dominguinhos e Roberto Peniche. 
Abaixo, um registro do dia 30 de abril de 1962, antes de estrear na primeira divisão do campeonato carioca, num amistoso no Ítalo Del Cima, contra o Flamengo, vencido pelo rubro-negro por 2x0.


O time que jogou contra o Flamengo: em pé, Netinho, Jorginho, Helinho, Zeca, Arles e Guilherme; Nando, Julinho, Nelsinho, Jairo e Jaci.


Registro do time de 1962, com alguns reforços para a disputa: Dequinha, Décio Esteves e Paulinho.

A campanha do Campo Grande no seu primeiro Cariocão foi a seguinte:

Campo Grande 1x0 Botafogo  - 1°/07/ 1962.
Campo Grande 1x1 Madureira  - 08/07/1962.
Campo Grande 1x1 Canto do Rio - 15/07/1962.
Campo Grande 3x1 São Cristóvão  - 22/07/1962.
Campo Grande 1x1 America  - 28/07/1962.
Campo Grande 0x1 Fluminense  - 04/08/1962.
Campo Grande 0x2 Flamengo  - 12/08/1962.
Campo Grande 2x3 Bonsucesso  - 26/08/1962.
Campo Grande 0x1 Portuguesa  - 02/09/1962.
Campo Grande 2x0 Olaria - 09/09/1962.
Campo Grande 2x3 Bangu - 16/09/1962.
Campo Grande 0x7 Vasco  - 21/09/1962.
Campo Grande 0x2 Botafogo  - 28/09/1962.
Campo Grande 0x1 Madureira  - 06/10/1962.
Campo Grande 2x0 Canto do Rio - 14/10/1962.
Campo Grande 2x3 São Cristóvão  - 21/10/1962.
Campo Grande 2x2 America- 28/10/1962.
Campo Grande 0x4 Fluminense  - 03/11/1962.
Campo Grande 0x5 Flamengo  - 08/11/1962.
Campo Grande 0x2 Bonsucesso  - 15/11/1962.
Campo Grande 2x1 Portuguesa  - 25/11/1962.
Campo Grande 2x2 Olaria - 02/12/1962.
Campo Grande 2x2 Bangu - 09/12/1962.
Campo Grande 3x3 Vasco - 14/12/1962.

Fontes consultadas:
Vai dar Zebra,  de José Rezende e Raymundo Quadros;
Almanaque histórico e estatístico do Campo Grande Atlético Clube, de Julio Bovi Diogo e Raymundo Quadros. 

sexta-feira, 15 de março de 2024

Campo Grande: o meu lugar

 

 
O que é o lugar? Qual é o seu lugar?
No senso comum, lugar pode ser entendido como sinônimo de localização. Seguindo os conceitos geográficos, a definição de lugar pode ser entendida como localidades, região de referência, entre outros exemplos. 
Já em um outro ponto de vista, o lugar para a geografia, principalmente seguindo contribuições de autores como Yi-Fu Tuan, numa corrente filosófica da fenomenologia, da geografia humanística, a ideia de lugar associa-se a significação, pertencimento àquele espaço, identidade, simbolismo e afeto com determinado local.
Dessa forma, uma rua, ou uma praça que lhe traz boas lembranças, como as relacionadas à infância, ou a minha casa, ou mesmo um bairro ou uma cidade em que me sinto bem, pode ser considerado o "meu lugar". As experiências vividas pelos indivíduos ou grupos sociais, deixando suas marcas em algum espaço, que hora ou outra voltam às nossas memórias.
Isso fica evidente na letra da música "Meu lugar", de Arlindo Cruz e Mauro Diniz, na qual é citado:
"O meu lugar é caminho de Ogum e Iansã... O meu lugar é cercado de luta e suor... O meu lugar tem meus mitos e seres de luz... O meu lugar é sorriso, é paz e prazer... Ai, meu lugar tem mil coisas pra gente dizer, o difícil é saber terminar... Madureira..."
A canção deixa claro a relação de sentimento e pertencimento ao bairro de Madureira, sendo assim o "seu lugar".
Por outro lado há uma discussão em torno de um outro conceito ou categoria, que seria o não-lugar, ou deslugar. Nessa definição, estaria o contrário de lugar, remetendo à ausência de identidade e referências com determinado espaço, não possuindo significados, sendo indiferente, locais de passagem, que não criam vínculo, ou até despertando aversão.
Nesse contexto, um exemplo que poderia ser citado é a canção "Lugar nenhum", do grupo Titãs. Segue a letra:
"Não sou brasileiro, não sou estrangeiro. Não sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum.
Não sou de São Paulo, não sou japonês. Não sou carioca, não sou português. Não sou de Brasília, não sou do Brasil. Nenhuma pátria me pariu..."
Dessa forma, os autores deixam bem claro que não se identificam e não se sentem pertencentes a nenhum local, cidade, estado ou país. Um exemplo de não-lugar, ou deslugar.
Trazendo a questão para o bairro de Campo Grande, percebemos muitas modificações no espaço, fazendo com que, ao revisitarmos os "nossos lugares" na atualidade, podemos descobrir novos significados, consequentemente, novas identidades, frutos das transformações, já que esse espaço é construído na percepção de mundo vivido, com dinamismo, se recriando os locais, numa relação entre o ser humano, o Estado, as corporações e a natureza.
Quem não se lembra dos saudosos Luso-brasileiro, Belisário dos Santos, Silbene, entre outros símbolos do passado campograndense?
Porém, mesmo que uma localidade passe por uma transformação frenética, uma urbanização selvagem, é provável que algo pretérito fique conservado. Mesmo que não seja físico, mas na memória daqueles que testemunharam o feito.
E aí? alguma parte do bairro de Campo Grande é o seu lugar? Ou Campo Grande como um todo é o seu lugar? Algum lugar seu foi modificado? Restou alguma coisa do seu lugar? Algum local virou um não-lugar?

Deixe seu comentário.
 



sábado, 2 de março de 2024

IDH do bairro de Campo Grande

 

O IDH é o índice de desenvolvimento humano, que avalia o bem-estar de uma população, aferindo o grau de desenvolvimento de uma determinada sociedade, levando em conta os critérios de educação, saúde e renda per capita, ou seja, os níveis de acesso à escola e à faculdade, a expectativa de vida (vida longa e saudável), e a renda familiar mensal.

A avaliação varia de 0 a 1. De 0 a 0,499, o IDH é considerado baixo; de 0,500 a 0,799, médio; e igual ou acima de 0,800, é considerado alto, ou elevado.

O IDH avalia os países, mas também os bairros. Nesse contexto, segundo o levantamento feito de IDH dos bairros da cidade do Rio de Janeiro, ano 2000, o bairro de Campo Grande aparecia na 82º posição, à frente, inclusive, de alguns outros conhecidos bairros da Zona Oeste, como Bangu e Santa Cruz.

O diagnóstico do bairro foi o seguinte: 

° Índice de expectativa de vida: 0,741;

° Educação:                                 0,931;

º Renda per capita:                     0,751;

° IDH:                                         0,810.

Assim, Campo Grande foi considerado com um IDH alto, mesmo que isso possa não refletir exatamente a realidade.

Fonte consultada: Instituto Pereira Passos - IBGE - 2000.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Campo Grande no álbum de figurinhas de 1997

 

Acima está o Campo Grande Atlético Clube, o Campusca, representado no álbum de figurinhas do campeonato carioca de 1997. Na competição, o Galo da Zona Oeste disputou o Módulo especial (na prática, segunda divisão), e teve seu elenco marcado em um objeto até hoje muito procurado e cobiçado pelos amantes de futebol: os tradicionais álbuns de figurinhas. 

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Desfile da Sereno de Campo Grande - 2024

 



No link abaixo, um pouco do desfile 2024 da Escola de Samba Sereno de Campo Grande, voltando à Marquês de Sapucaí, pela Série Ouro.
Imagens TV Band Rio

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

A Esquina do Pecado

 

Fonte da imagem: GuarAntiga 


Acima encontra-se, há muitas décadas atrás, a Esquina do Pecado, uma relevante convergência entre a Estrada do Cabuçu, a rua Aurélio de Figueiredo e a Avenida Cesário de Melo, no bairro de Campo Grande. Bem diferente do trânsito caótico atual, a época retrata ainda o tempo dos bondes. Mas parece que a correria para pegar o meio de transporte não era tão diferente dos dias de hoje, não é mesmo!?

Há muitas versões para a origem do nome, que chama a atenção. Alguns atestam que o local era um ponto de prostituição, ou um suposto ponto de encontro das aventuras amorosas de D.Pedro I (vale ressaltar que a Avenida Cesário de Melo, antiga estrada Real, era caminho do impetador, no trajeto São Cristóvão-Santa Cruz; outra versão é que o nome "Pecado " deriva de "pescado", numa referência a uma antiga venda de peixes no local. 

E um outro fato  interessante envolvendo o nome  Esquina do Pecado é uma letra de uma canção do Lulu Santos, "Um pro outro", em que é citada uma certa "Esquina do Pecado". Seria a famosa esquina de Campo Grande? Ou apenas uma coincidência?

Segue o trecho da música 🎶:

(... Surpresa certa te encontrar. A tua onda pega bem mesmo em qual lugar. Até na esquina do Pecado, o que for da vida não nos deterá...)


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Memórias do Conjunto Campinho

 Localizado entre os bairros de Campo Grande e Cosmos (alguns apontam também Inhoaíba), o Conjunto Campinho, às margens da Estrada do Campinho, assim como toda a região, tem seu passado atrelado a laranjais e sítios, entre outras características. 

A seguir, veremos relatos do pretérito do Conjunto, com imagens e descrições, feitos por um antigo morador e profundo conhecedor da área, o artista Leu Lima.



Nos mapas, feitos pelo próprio Leu, é possível localizar alguns elementos importantes da região, como o Rio Campinho e a estrada do Campinho, que liga praticamente o centro de Campo Grande à Avenida Brasil, sentido Santa Cruz. 

Na parte acima da estrada do Campinho, nota-se a região dividida em sítios e laranjais, como já citado, com estes pertencendo a determinadas famílias e proprietários, como o sítio do Seu Cabral, do Zé de Souza, do João Benati, do Manoel Quental, entre outros. Só como exemplo, no local onde era o sítio dos Benati, hoje encontra-se uma escola municipal, Professor Castro Rebello. 


Bem acima da imagem dos mapas, percebe-se a Ponte dos 15 metros. 

Com relação à ponte, Leu Lima descreve da seguinte forma: "Nesse degrau havia uma data gravada em baixo relevo, 1938. Era nessa ponte que eu assistia o sol se esconder por detrás das montanhas ⛰ distantes. A brincadeira de adivinhar a cor do carro que se aproximava na recém inaugurada Avenida Brasil".

Leu também relata uma certa "aparição " na região da chamada 'Mãe do Ouro'. O mesmo descreve assim: "Era constante suas aparições noturnas sobre os campos e laranjais da região, estávamos tão acostumados com 'ela' que dávamos pouca importância às suas visitas. Era corriqueiro. A misteriosa luz se refugiava no morro do Senhor Faed (primo ou sobrinho do Senhor Salim), na estrada do Tingui. De minha casa 🏠 na Linha de Austin tínhamos uma visão privilegiada da elevação de onde a Mãe do Ouro iniciava e terminava suas excursões. Todos a vinham serena e majestosa vagando pelo céu..."


A respeito da citada Linha de Austin, a mesma corta o Conjunto Campinho (uma parte dela também é conhecida como Tingui), e que no passado foi palco de uma rede ferroviária. No local, foram construídas quatro casas como serventia de moradia para funcionários da manutenção e depósito de material, uma quinta construção, bem maior, como estação. Todas essas construções ainda se encontram servindo como moradia na localidade conhecida como "Beco", onde eram as Cinco Casas.



Foto da esquina da estrada do Campinho e Linha de Austin, na localidade Cinco Casas. 


Estrada do Campinho, muitas décadas atrás. Foto: Augusto Malta.

Do outro lado da linha de Austin, localizava-se o sítio do Zé de Souza, onde foi criado um campo de futebol, o Baliza Azul, com o início das obras do Conjunto Campinho. Atualmente encontra-se o CIEP Octávio Malta.

Imagem do Campo

Abaixo, mais registros
do passado da região:


Moradores da Linha de Austin. 


Foto de 1958, entroncamento da estrada do Tingui com a Linha de Austin. Ao fundo, o morro foi cortado para construção da Avenida Brasil. Atrás dele a antiga estrada Rio São Paulo e o Viaduto dos Cabritos.


Do lado direito, terras do Senhor Chico Ruas; do lado esquerdo dos eucaliptos, o laranjal do Senhor Benatti, hoje o Conjunto Campinho. 


Foto de aproximadamente 1970, na Linha de Austin. 


Foto de 1965, Linha de Austin. 

Artigo produzido através de informações e imagens fornecidas por Leu Lima, para o blog Saiba História. 


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

O antigo Colégio Campo Grande

 

Acima encontra-se uma flâmula do Grêmio de uma tradicional instituição do bairro de Campo Grande: o colégio Campo Grande. 
Por décadas, localizado na Rua Olinda Ellis (antiga estrada Joari), no centro do bairro, o colégio foi uma das grandes referências educacionais da região, sob supervisão de Antônio Boaventura. 


Imagem: face ex-alunos do colégio Campo Grande. 

Atualmente no mesmo prédio, atua uma outra instituição, o colégio Jeannette de Souza C M. Ainda é possível ver na entrada do atual colégio, no chão, o símbolo do antigo Colégio Campo Grande. 




Flâmula gentilmente cedida por Mônica de França.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Reportagem de Roberto Dinamite no Campo Grande

 

Abaixo, um link com a reportagem exibida no programa Globo Esporte, 09/01/24, sobre um ano de falecimento de Roberto Dinamite. 
Na mesma, destaca, entre outras, a passagem do craque pelo Campo Grande Atlético Clube, em 1991, após ser dispensado pelo Vasco. 

O Dia do "Fico" e Campo Grande à época

 

Historicamente, no dia 09 de janeiro é lembrado no Brasil o dia do "Fico ", remetendo ao ato de D. Pedro I, em 1822, não retornando para Portugal, indo contra às exigências das Cortes portuguesas. Nesse episódio, o mesmo declarou a famosa frase: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico". Assim, D. Pedro ficava ao lado do "povo" (na verdade, satisfazendo interesses da elite), dando início no que culminaria na independência do Brasil, meses depois.
E como o Rio de Janeiro era capital do país, a região de Campo Grande, mesmo que ainda Sertão Carioca, de uma forma ou de outra, esteve dentro  desse processo.
À época, mais exatamente no ano de 1822, foi publicado a obra "Memórias Históricas do Rio de Janeiro ", de Monsenhor Pizarro, considerado o mais importante historiador da vida civil-eclesiástica do Bispado do Rio de Janeiro, que muito contribuiu para o conhecimento e registro da história da igreja de Nossa Senhora do Desterro e da região de Campo Grande. 
Durante esse período histórico, o responsável por responder pela Paróquia de Campo Grande era o Padre Antônio Rodrigues do Valle. Na região, segundo o livro de Desobriga, livro n° 15, a estatística das pessoas residentes na Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande era de 530 fogos (casas de residência), possuindo 5.200 habitantes.
Campo Grande estava nesse período sob duas grandes culturas de cultivo: a cana de açúcar e o café. 
E assim era Campo Grande à época do "Fico", como parte integrante da história do Rio e do Brasil.

Fonte consultada: Rumo ao Campo Grande por trilhas e caminhos. José Nazareth de Souza Fróes e Odaléa Ranauro Enseñat Gelabert. 2005.
Brasil Escola.


segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

A tradicional Sobel de Vila Nova

 

Localizada na estrada Santa Maria, em Vila Nova, no bairro de Campo Grande, a sorveteria e pizzaria Sobel já se tornou uma das marcas registradas da região, sendo uma testemunha da passagem do tempo na localidade. 
Inaugurada em 31 de dezembro de 1990, com festa e música ao vivo, a tradicional sorveteria até hoje mantém sua estrutura original, como mesas, bancos e teto. Um dos diferenciais do estabelecimento, segundo a responsável, é a produção dos sorvetes que, segundo a mesma, é praticamente artesanal, o que dá um sabor especial aos produtos. Uma outra característica que a sorveteria apresenta é a tradição de manter um público mais "familiar", ainda segundo a proprietária.
Por muito tempo foi o grande point do local, muito procurada pela população do sub bairro e adjacências. Inclusive, na década de 1990, em alguns finais de semana, em frente à sorveteria, num trevo, instalava-se um telão e ali eram transmitidos jogos de futebol, com aquele trecho ficando lotado, inclusive a Sobel.
E assim a sorveteria e pizzaria continua ali, testemunhando a passagem do tempo, presenciando o aparecimento de outros estabelecimentos, mas mantendo sua essência e seu público.


domingo, 7 de janeiro de 2024

A antiga Igreja católica brasileira em Vila Nova

 

Imagem: Elder Veríssimo 

Acima encontra-se uma representação de uma antiga igreja localizada na Rua Rodolfo Garcia, na localidade de Vila Nova, em Campo Grande, em frente a uma escola municipal, Embaixador Araújo Castro. Trata-se da Igreja Católica Apostólica Brasileira. Atualmente, no mesmo local, há uma outra denominação cristã, a Assembleia de Deus.

A igreja Católica Brasileira foi criada em 1945, por Dom Carlos Duarte Costa, que foi excomungado da Igreja Católica Romana. Não estando em comunhão com a Igreja de Roma, a mesma possui algumas características próprias, como abolir o celibato dos sacerdotes, permitindo o casamento de padres e bispos; permite o sacramento do matrimônio de pessoas divorciadas, entre outras.

Na localidade de Vila Nova, em Campo Grande, por muitos anos existiu a Igreja Católica Apostólica Brasileira, ou como era chamada, igreja Brasileira, de Santa Bárbara. Seus sacramentos, como batismo, Eucaristia e matrimônio não são reconhecidos pela Igreja Católica Apostólica Romana.

No local atualmente não há mais a igreja Brasileira, mas no mesmo templo encontra-se, como já citado, a Igreja Assembleia de Deus.