segunda-feira, 22 de abril de 2024

São Jorge e o bairro de Campo Grande

 

Dia 23 de abril, dia de São Jorge, um dos santos mais identificados com o Rio de Janeiro, também  padroeiro da Inglaterra e do clube Corinthians, festejado em países como Portugal e Espanha, e reverenciado tanto na igreja católica Romana, Ortodoxa e Anglicana, além do sincretismo religioso, no qual na Umbanda e no Candomblé se faz referência a Ogum.

É um dia marcado por festejos, igrejas lotadas, queima de fogos e feijoadas - no caso do delicioso prato, uma referência à comida que os escravos faziam e reverenciavam a Ogum, através de São Jorge -  além de lembrar alegria e confraternização. A cor vermelha é marcante, lembrando o sangue, associando-o ao simbolismo na cultura cristã, remetendo ao sacrifício de Jesus Cristo, além da própria história do martírio de São Jorge, que segundo a tradição, foi um capitão da região da Capadócia (atual Turquia), o qual foi degolado pelo Império de Roma, por se negar a perseguir cristãos.

A fé ao santo também se apresenta em forma de cordões, dos mais variados tamanhos e formas. Na música "O carioca", do grupo Molejo, é citado o fato, ressaltando a forte relação do santo com a população do Rio de Janeiro: "O carioca é aquele que deita na sombra na hora do almoço; está quase sempre com ar de bom moço; que bate uma bola até com um caroço; com um São Jorge no pescoço..."

E no bairro de Campo Grande não poderia ser diferente do restante da cidade. Na região, o Santo Guerreiro é representado de algumas formas. Uma é a existência de um sub bairro denominado São Jorge, contínuo ao sub bairro Aurora, fazendo parte da região da Avenida Cesário de Melo, entre os bairros de Campo Grande e Inhoaíba. O mesmo destaca-se no comércio e como área residencial. Uma outra referência é a tradicional festa de São Jorge no Rio da Prata, acompanhada por devotos, simpatizantes, curiosos e religiosos, com a imagem do santo sendo conduzida por cavaleiros, numa grande multidão que reúne pessoas de várias partes da Zona Oeste, percorrendo locais próximos como a Estrada do Viegas, Estrada do Lameirão Pequeno e Estrada do Cabuçu. E por fim, a existência da Comunidade Católica São Jorge, da Paróquia São João Evangelista, no Rio da Prata; e a capela de São Jorge, na rua Caminho do Padre, no loteamento Monte Sinai, pertencente à Paróquia Nossa Senhora das Graças.


E assim segue a tradição de São Jorge, com sua cor forte, representando superação, guarda e força para as batalhas do dia a dia e que, segundo a lenda, por ser guerreiro, mata o demônio (dragão) e, da Lua, protege a humanidade dos perigos e maldades.

 "Lua de São Jorge, lua deslumbrante... lua de São Jorge cheia, branca, inteira..."🎶🎶🎶

 

2 comentários:

  1. No final da década de 60, ainda na Avenida Cesário de Melo, talvez na altura do Bairro São Jorge, ou um pouco depois, já não me recordo, montaram um capitel lindo, com a imagem do Santo Católico, onde pessoas levavam flores e velas, no dia do Guerreiro da Capadócia.
    Não se sabe o porquê, a imagem foi retirada.
    Alguns boatos dizem que foi levada para a casa de um devoto, numa das ruas entre a Barcelos Domingos e Antiga Estrada Rio/São Paulo.
    Como é de moradia particular, as pessoas pararam as buscas.
    Quando a região de Guaratiba ainda era considerada pertencente a Campo Grande, logo depois instalaram uma imagem grande de São Jorge em via pública, numa das bifurcações da Estrada do Mato Alto, paralela ao terreno da antiga Fazenda Modelo.
    Também já tivemos imagens do mesmo santo espalhadas em várias igrejas católica, inclusive na Curva do Matoso, na Igreja de Santo Antônio. Atualmente, em Campo Grande, quase não encontramos mais essas imagens, infelizmente.

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    1. Boa Noite, meu amigo. Com certeza, antigamente encontrava-se com mais facilidade imagem de São Jorge e de outros santos. A "evolução " acaba eliminando alguns vestígios da história, mas que bom que a tradição resiste. Muito obrigado por mais essa visita ao blog. Um grande abraço.

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