domingo, 27 de outubro de 2019

A sétima arte na Zona Oeste

  
Cena do filme "As aventuras amorosas de um padeiro".

  Acima verifica-se uma imagem do sub-bairro São Basílio, em Campo Grande, com seu tradicional campo de futebol, na década de 1970. 
    Trata-se de uma das cenas do filme "As aventuras amorosas de um padeiro", do ano de 1975, filmado em Campo Grande, Pedra de Guaratiba e Sepetiba, de Waldir Onofre, cineasta e ator brasileiro, sendo um dos primeiros cineastas negros do Brasil.   O filme ganhou o Kikito de ouro, um festival de gramado de 1976. 
     O filme em questão retrata os costumes típicos suburbanos (ou de áreas parecidas) do Rio de Janeiro, ficando entre o drama e a comédia, envolvendo mulher casada que não se sentia contemplada pelo marido, adultério, tentativa de flagrante, moralismo, racismo e elementos do candomblé. 
    Esse longa-metragem fez Waldir Onofre ganhar reconhecimento nacional e internacional, ainda atuando, ao longo de sua carreira, como ator e diretor assistente.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

O Pintor Rural

  No dia 18 de outubro comemora-se o dia de São Lucas, padroeiro dos médicos, dos pintores e dos artistas.  
    O cartaz abaixo mostra uma rede de lojas de tintas que marcou presença na Zona Oeste: o Pintor Rural.
Imagem. Fonte: Face Santa Paciência.

   O nome Pintor Rural pode ser considerado sugestivo, já que o mesmo possuia unidades em bairros da Zona Oeste e adjacências, como Bangu, Santa Cruz, Realengo, Padre Miguel, município de Itaguaí e principalmente Campo Grande, locais que num passado já foram conhecidos como Sertão Carioca e Zona Rural. O mesmo marcou uma relevante presença na região, sendo uma importante referência em vendas de latas de tintas e afins.
     Na imagem acima há uma homenagem dedicada aos pintores, no dia de seu protetor, São Lucas, exposta pela antiga rede.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

A Viúva Dantas de Campo Grande

Rua Viúva Dantas, há muitas décadas. Fonte: Jornal Patropi, 21 de janeiro de 1983.

    Localizada no chamado centro de Campo Grande, sendo realmente uma das ruas mais centrais do bairro, a Rua Viúva Dantas já foi conhecida como "Rua dos namorados", por causa da grande quantidade de casais que passavam pelo local à tarde.
    Segundo moradores mais antigos, a Rua Viúva Dantas foi criada através da urbanização de uma fazenda, propriedade do agricultor Miguel de Oliveira Noronha, na qual existia uma produção de frutas, destacando-se as laranjas, além de batata e mandioca. Segundo o filho do agricultor, a área acabou vendida porque a produção não era satisfatória.   Assim foi construído um complexo de ruas, com a Viúva Dantas sendo a maior.
    No local também sempre se destacaram as árvores, destacando-se em especial, segundo um morador, um certo pé de tamarindo, o qual fazia a alegria da garotada, além dos pés de mangas.
    A movimentada rua acaba sendo uma espécie de "emenda" com a Rua Coronel Agostinho, onde localiza-se o Calçadão de Campo Grande. Há bastante décadas, a Viúva Dantas abrigava alguns bares, além de casas comerciais (estas últimas até hoje). O famoso Clube dos Aliados, por muito tempo fez parte do cenário da rua. Após a inauguração da unidade campestre, na Estrada do Mendanha, a função do prédio que abrigava o clube mudou. Mas ainda é possível avistar no alto do mesmo prédio o nome e o símbolo do clube.
    Nos antigos bares era comum pessoas de diversos pontos de Campo Grande se reunirem para falar de política, carnaval e da situação geral do bairro. Um desses bares era o Dib's, frequentado por motoqueiros e motoristas daqueles carros "envenenados", que dali partiam para os famosos "pegas", principalmente para os realizados na Grota Funda, no Recreio dos Bandeirantes. Outros bares completavam a paisagem, como o Simpatia e o Bar do Leleu (depois chamado de Cantinho Seresteiro), considerado na época como o auge do chorinho, muito procurado após às 18 horas por frequentadores que iam para cantar e tocar sucessos de Pixinguinha, Waldir Azevedo e outros feras do choro.
    Com o passar do tempo, a Viúva Dantas continuou seu processo de evolução, com o aumento do comércio e dos serviços, consolidado com a inauguração do Passeio Shopping, em 2000, colocando definitivamente o local como um dos principais do bairro de Campo Grande. 

Fonte: Jornal Patropi, 21 de janeiro de 1983.
Artigo baseado na matéria do mesmo.
    
    

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

terça-feira, 8 de outubro de 2019

OVNI no Tingui

  O ano era 1987. O local, sub-bairro Salim, na localidade do Tingui, no bairro de Campo Grande. O Jornal "O Tal", de 29 de novembro daquele ano noticiava um fato muito curioso e de chamar a atenção dos moradores.

 Assim "dizia" o periódico do Tingui:
  " OVNI no Tingui...
     Um homem, morador do Tingui, alega ter visto um OVNI, na estrada do Tingui, na altura do Salin, por volta das 21:00 hs, um dia destes.
       Diz ele, que uma coisa Grande e redonda, toda iluminada, parecendo um disco voador, desceu num matagal próximo a ele, e em seguida, quando ele estava quase correndo de tanto medo, a coisa estranha ou seja lá o que, levantou voo e sumiu no céu entre as nuvens..."
       Se foi verdade ou não, se o homem chegou a ser abduzido, só o próprio  morador poderia dizer. Seria um caso similar ao famoso "ET de Varginha"? 
      No Salim, onde moro atualmente, já foi muito conhecido por suas corridas de cavalo, as quais atraiam pessoas de várias partes da Zona Oeste e de outras regiões da cidade, inclusive, segundo moradores mais antigos. E alguns desses mesmos moradores afirmam já ter visto seres estranhos no local, como Saci Pererê. É isso mesmo! O folclórico personagem de uma perna só.
      Bom, como o lugar ainda mantém, apesar da ocupação populacional, ares "bucólicos" em algumas de suas partes, com sítios, carroças, bichos soltos pastando e matagais, é possível o imaginário popular ainda remeter àqueles velhos e bons "causos", típicos do interior, e que, particularmente, adorava ouvir de minha avó. Ou, vai que tudo isso é verdade? Do ET ao Saci Pererê?
     Como dizia Zé Ramalho na canção: "Mistérios da meia-noite que voam longe, que você nunca não sabe nunca..."

Foto: Carlos Eduardo de Souza 

Fonte consultada: Jornal O Tal. 29 de novembro de 1987. Tingui, Campo Grande. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A Festa do Preto Velho em Inhoaíba

  
  Imagem da festa do Preto Velho em Inhoaíba. 
       Fonte: Jornal Patropi. 

    Criada em 1960, a tradicional festa do Preto Velho, em Inhoaíba, já foi muito celebrada próxima ao dia da abolição da escravatura, 13 de maio. No local, duas imagens destacam a paisagem do bairro por muito tempo: a estátua de "Mãe Senhora" e a de Paizinho Quincas, o "Preto Velho ". Ambas sendo de "autoria" do artista Miguel Pastor, estas fizeram parte de um projeto do mesmo, que buscava fazer uma homenagem à raça negra, chegando até a Praça localizada no atual bairro de Inhoaíba. Segundo uma reportagem do Jornal Patropi, de maio de 1983, Pastor "explicou que o piso da 'Praça' é um 'Triângulo de força', mencionando o cultivo do culto africano".
    Ainda segundo a reportagem, o artista afirma que a estátua de "Mãe Senhora" significa uma nova visão de Mãe Preta, não só como símbolo de exploração; enquanto a de Preto Velho não seria mais aquele ser passivo, mas sim uma espécie de guerreiro/filósofo, uma espécie de Gandhi da raça negra.
     Tradicionalmente, a festa contava com a presença de autoridades religiosas, do próprio Miguel Pastor, políticos, grupos teatrais, entre outros, além de execução de hinos de religiões afrobrasileiras e mensagens de cultos históricos à raça negra, geralmente pedindo "liberdade para o negro".

Fonte consultada: Jornal Patropi, 17 de maio de 1983.
Pesquisa: Carlos Eduardo e Daniele Ferraz. 

Reportagem sobre a Igreja de Cosmos

https://oglobo.globo.com/rio/capela-de-nossa-senhora-da-penha-na-zona-oeste-passa-por-restauracao-21214518

Acima uma reportagem do Jornal O Globo, sobre a curiosa história de restauração da Igreja de Nossa Senhora da Penha de Cosmos. A matéria contém um depoimento meu, baseado em um artigo que fiz para esse blog, denominado "O curioso caso da Igreja de Cosmos".