sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Memórias do Conjunto Campinho

 Localizado entre os bairros de Campo Grande e Cosmos (alguns apontam também Inhoaíba), o Conjunto Campinho, às margens da Estrada do Campinho, assim como toda a região, tem seu passado atrelado a laranjais e sítios, entre outras características. 

A seguir, veremos relatos do pretérito do Conjunto, com imagens e descrições, feitos por um antigo morador e profundo conhecedor da área, o artista Leu Lima.



Nos mapas, feitos pelo próprio Leu, é possível localizar alguns elementos importantes da região, como o Rio Campinho e a estrada do Campinho, que liga praticamente o centro de Campo Grande à Avenida Brasil, sentido Santa Cruz. 

Na parte acima da estrada do Campinho, nota-se a região dividida em sítios e laranjais, como já citado, com estes pertencendo a determinadas famílias e proprietários, como o sítio do Seu Cabral, do Zé de Souza, do João Benati, do Manoel Quental, entre outros. Só como exemplo, no local onde era o sítio dos Benati, hoje encontra-se uma escola municipal, Professor Castro Rebello. 


Bem acima da imagem dos mapas, percebe-se a Ponte dos 15 metros. 

Com relação à ponte, Leu Lima descreve da seguinte forma: "Nesse degrau havia uma data gravada em baixo relevo, 1938. Era nessa ponte que eu assistia o sol se esconder por detrás das montanhas ⛰ distantes. A brincadeira de adivinhar a cor do carro que se aproximava na recém inaugurada Avenida Brasil".

Leu também relata uma certa "aparição " na região da chamada 'Mãe do Ouro'. O mesmo descreve assim: "Era constante suas aparições noturnas sobre os campos e laranjais da região, estávamos tão acostumados com 'ela' que dávamos pouca importância às suas visitas. Era corriqueiro. A misteriosa luz se refugiava no morro do Senhor Faed (primo ou sobrinho do Senhor Salim), na estrada do Tingui. De minha casa 🏠 na Linha de Austin tínhamos uma visão privilegiada da elevação de onde a Mãe do Ouro iniciava e terminava suas excursões. Todos a vinham serena e majestosa vagando pelo céu..."


A respeito da citada Linha de Austin, a mesma corta o Conjunto Campinho (uma parte dela também é conhecida como Tingui), e que no passado foi palco de uma rede ferroviária. No local, foram construídas quatro casas como serventia de moradia para funcionários da manutenção e depósito de material, uma quinta construção, bem maior, como estação. Todas essas construções ainda se encontram servindo como moradia na localidade conhecida como "Beco", onde eram as Cinco Casas.



Foto da esquina da estrada do Campinho e Linha de Austin, na localidade Cinco Casas. 


Estrada do Campinho, muitas décadas atrás. Foto: Augusto Malta.

Do outro lado da linha de Austin, localizava-se o sítio do Zé de Souza, onde foi criado um campo de futebol, o Baliza Azul, com o início das obras do Conjunto Campinho. Atualmente encontra-se o CIEP Octávio Malta.

Imagem do Campo

Abaixo, mais registros
do passado da região:


Moradores da Linha de Austin. 


Foto de 1958, entroncamento da estrada do Tingui com a Linha de Austin. Ao fundo, o morro foi cortado para construção da Avenida Brasil. Atrás dele a antiga estrada Rio São Paulo e o Viaduto dos Cabritos.


Do lado direito, terras do Senhor Chico Ruas; do lado esquerdo dos eucaliptos, o laranjal do Senhor Benatti, hoje o Conjunto Campinho. 


Foto de aproximadamente 1970, na Linha de Austin. 


Foto de 1965, Linha de Austin. 

Artigo produzido através de informações e imagens fornecidas por Leu Lima, para o blog Saiba História. 


4 comentários:

  1. Além de ser um artista cujas obras merecem ser divulgadas. Léu Lima traz uma rica bagagem de memórias que merece ser conhecida por todos nós. Assim que tiver mais divulgarei lá no Saiba História. Parabéns pela sua postagem!

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    1. Sim, meu amigo. Leu Lima é uma memória viva, contendo uma enorme bagagem de vestígios da passagem do tempo na localidade. Muito obrigado. Um grande abraço.

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  2. Belo artigo. Nós que dedicamos uma parte de nossas vidas para essa comunidade, muitas vezes, sem saber nada sobre ela, ficamos interessados nessas informações.

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    1. Sim, meu amigo. E tento passar essas informações para os alunos dessa localidade, criando um sentimento de pertencimento através da memória da região. Um grande abraço.

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