quinta-feira, 23 de abril de 2020

Os perigos nossos de cada dia

   Acima encontra-se um texto do extinto Jornal da localidade do Tingui, em Campo Grande, denominado "O Tal". O informativo data de 29 de novembro de 1987, e traz uma reflexão logo na capa sobre uma tragédia que ocorreu no Brasil nesse ano citado, a questão do Césio 137, que aconteceu em Goiás, onde algumas pessoas entraram em contato com esse material radioativo e acabaram contaminando um local e sua população, além de se contaminarem também, é claro.
     No decorrer do texto, é possível fazer um paralelo com os dias atuais, no que diz respeito a desinformação, a ignorância, a incredulidade dos fatos e a forma que a tragédia pode atingir as pessoas. 
     Vejamos alguns trechos:
        
       O PERIGO MAIOR

     "...O acontecimento em si é uma coletânea de absurdos, mostrados ao país pela TV, mas o maior deles não foi devidamente apontado: a total desinformação do brasileiro sobre a era atômica.
     Pelo que se viu, os homens que adquiriram o aparelho não tinham a menor ideia do que faziam. Se fossem esclarecidos, nem de leve sonhariam em levar a cápsula de Césio para casa. Fizeram-no por achar seu brilho bonito e fascinante. 
     Inadvertidamente, garantiram para si e os seus, a primazia de serem enterrados em caixões de chumbo...
     Com a tragédia, o mundo inteiro ficou assustado. Mas o Brasil não. Passado o primeiro impacto, quase ninguém mais fala do fato...
     ...É humanamente impossível adotar-se uma atitude de avestruz diante dos fatos. A verdade permanece viva, na morte daquelas pessoas e no deserto em que se transformou a rua em que moravam. É necessário que a população seja esclarecida e alertada. Perigo maior que a radiação é, ignorância daqueles que, desconhecendo-a, dão a morte de presente aos seus filhos.".
 Por Mauro Santos.

     Como já citado, o texto é de 1987, mas é  claramente evidente alguns trechos sobre comportamento humano serem atuais. Qualquer semelhança é mera coincidência? Fica a reflexão.
     Parece que o tempo passa mas as atitudes de parte da população são as mesmas. Direto do túnel do tempo.

Fonte consultada: Jornal O Tal. Novembro de 1987.

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