segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Campo Grande para cima

    Abaixo, duas reportagens sobre o crescimento vertical em Campo Grande. A primeira, de junho de 1980; a segunda, de abril de 2008. O fato curioso é que desde 1980 já se tinha a ideia e uma certa necessidade de verticalizar, justificando a falta de pontos para novos comércios no bairro. Já na segunda reportagem, 28 anos depois, constata que o bairro que registrou mais investimentos em empreendimentos e mercado imobiliário em 2007 fora Campo Grande. 
     

Fonte: Jornal Patropi, 06/1980.

A reportagem acima comunica o surgimento do prédio "76", na Rua Coronel Agostinho, no Calçadão de Campo Grande. Eis um trecho: 
"Poucos bairros do município do Rio de Janeiro tiveram um crescimento comparado ao de Campo Grande. Hoje, esse bairro-cidade, com aproximadamente 1.400.000 habitantes, tem vida própria, comércio próprio, além das indústrias que estão se instalando em sua periferia.
    O 'Calçadão' da Rua Coronel Agostinho, tornou-se a maior concentração de público do local, e por isso mesmo, o maior atrativo dos que procuram um ponto comercial para desenvolver seus negócios.
     Na falta desses pontos, a opção seria "subir" e nós subimos!
        Em apenas 20 meses, erguemos o "Centro do Comércio de Campo Grande" à Rua Coronel Agostinho 76, bem no eixo do Calçadão, com 12 andares cuja construção obedece aos mais modernos e rígidos padrões da arquitetura moderna".
    Nota-se que em algumas partes do anúncio, Campo Grande é tratado com ares de cidade, começando pelo título que o bairro possui de bairro-cidade; a população é apresentada com mais de um milhão de habitantes, com certeza abrangendo bairros que à época faziam parte de Campo Grande; é frisado que o bairro é alvo dos que procuram um ponto comercial para seus negócios; além de citar as indústrias, "que estão se instalando em sua periferia". Ou seja, centro, periferia, indústrias...ares de uma verdadeira cidade já naquele ano.
     
    Abaixo, a segunda reportagem do Caderno Zona Oeste, do Globo/Extra, de 20 de abril de 2008:

Fonte: Caderno Zona Oeste, abril 2008.

    28 anos depois, o título da matéria enfatiza novamente o crescimento vertical do bairro, expondo "Campo Grande para cima". Abaixo, afirma-se: "Nova menina-dos-olhos do mercado imobiliário carioca, bairro terá 1.920 novas unidades até 2010". Em um trecho da reportagem, aponta que "o bairro que registra mais investimentos é Campo Grande, que fechou o ano de 2007 como o quinto colocado no ranking de lançamentos de novas unidades na cidade, atrás apenas de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio e Del Castilho".
     Fica nítido, com as duas reportagens, que a evolução econômica e comercial de Campo Grande começou há décadas, refletindo na estrutura e dinâmica atual do bairro, que pode ser considerado um centro urbano da Zona Oeste, exercendo influência não só em bairros adjacentes, mas também em outros municípios, como Itaguaí, Mangaratiba e chegando a Angra dos Reis, fato comprovado por parte da população desses locais procurar serviços ou algo do tipo em Campo Grande. 

Fontes consultadas: Jornal Patropi, junho de 1980.
Caderno Zona Oeste,  abril de 2008.
     

    
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