sábado, 12 de novembro de 2016

Campo Grande de Freire Alemão

    


Francisco Freire Alemão e Cisneiro é um dos orgulhos do bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Médico, naturalista botânico brasileiro e zoólogo, Freire Alemão nasceu na Serra do Mendanha, antiga Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, em 24 de julho de 1797.
    Ao longo de sua trajetória, Freire Alemão já foi de militar a suplente de deputado. Mas foi na área científica e de medicina que seu nome mais teve destaque. Entre muitas contribuições, descreveu muitas plantas, com muitas destas conservando o nome dado por ele; contribuiu para a notável obra de raridade de Von Martius, naturalista alemão; formou-se médico pela Academia Médico - Cirúrgica do Rio de Janeiro e doutorou-se em medicina pela Universidade de Paris; foi professor de botânica médica e zoologia em instituições de ensino superior como a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e a Escola Central Militar, entre outras.
    Freire Alemão, no início de sua carreira, costumava desenhar e estudar plantas que observava em suas caminhadas por alguns locais do Rio de Janeiro, inclusive Gericinó e Serra do Mendanha. Em 1866 ainda organizaria o rico acervo do Museu Nacional, o qual tornou-se diretor. Dirigiu um trabalho que realizou para o governo do Império sobre os diversos tipos de cana-de-açúcar plantadas no Brasil, com destaque para a adaptação e à produtividade da cana Otaiti, ou Taiti, introduzida em solos brasileiros entre 1790 e 1803. Essa cana ficou conhecida como "cana caiana", caindo rapidamente no gosto popular.
Freire Alemão também deixou muitas informações importantes sobre seu bairro natal, Campo Grande, como estudos da arquitetura da Casa do Mendanha; surto de bexiga ocorrido no bairro, assim também como a presença de cólera na região; derrubada das matas; desenho a lápis de parte da Freguesia de Campo Grande, entre outras.
    Depois de uma vida repleta de contribuições, principalmente no ramo da medicina e da botânica, Freire Alemão falece em 11 de novembro de 1874, aos 77 anos (segundo relatos, na Serra do Mendanha, mesmo local onde nascera). Até bem pouco tempo, o bairro de Campo Grande homenageava seu ilustre filho com um monumento localizado na Avenida Cesário de Melo, como mostra a imagem abaixo, antes da reforma na localidade. 


     Infelizmente, o monumento foi furtado, e por um tempo, o ilustre morador de Campo Grande ficou sem sua homenagem, sendo reposta depois.
Além disso, há uma agência bancária, localizada também na Avenida Cesário de Melo, em frente ao hospital Rocha Faria, que leva o seu nome.
    Sua casa foi demolida e um fato curioso é que, na serra da qual ele tanto gostava, tempos depois, houve descobertas, por parte de Alberto Lamego, de vestígios de um extinto vulcão na região.

Desenho de Freire Alemão: Abreu, 1957, p.278.
Referência: Rumo ao Campo Grande por trilhas e caminhos, Fróes, José Nazareth Souza e Gelabert, Odaléa Ranauro Enseñat. Rio de Janeiro - 2005.

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