terça-feira, 3 de maio de 2016

A igreja de Santo Antônio e a festa da Curva


Fonte imagem: Memórias do Subúrbio carioca 



Localizada na Avenida Cesário de Melo, em Campo Grande, a igreja de Santo Antônio dos Pobres possui o título de segunda mais antiga do bairro, perdendo o posto de primeira apenas para a igreja símbolo de Campo Grande, Nossa Senhora do Desterro. Com seu início datando o século XVIII (segundo pesquisas, em 1725, na Fazenda de Inhoaíba), a mesma esteve situada por muito tempo na localidade à época chamada Juary. A igreja de Santo Antônio, edificada por Francisco Gomes, segundo Monsenhor Pizarro, já sediou as atividades de Nossa Senhora do Desterro, quando esta sofrera um incêndio, no século XIX. Com a construção do novo cemitério de Campo Grande, já que à época o cemitério do bairro localizava-se à frente da Matriz Nossa Senhora do Desterro, houve a demolição da capela original de Santo Antônio, para aumentar a área do cemitério. 

Fonte: Correio da Manhã - RJ

Porém, em 1931, foi erguido o novo templo, com a pedra fundamental sendo lançada no dia 13 de junho, dia do Santo, com presença de pessoas importantes, como a do padre Felício Magaldi, Vigário de Campo Grande, outros representantes da igreja católica, além do povo da região. Situada em frente a um colégio tradicional do bairro, Nossa Senhora do Rosário, a igreja de Santo Antônio possui também uma creche.
    Entre muitas outras histórias sobre a igreja, moradores contam com nostalgia sobre a famosa "festa da curva", na qual fechavam-se as ruas ao redor da igreja, oferecendo aos que frequentavam, brinquedos, leilões, pipoca, maçã do amor, algodão doce, entre outras características típicas de festas de igreja, as conhecidas quermesses, naquele clima de cidade de interior, com fogueiras, bandeirinhas, incluindo também as paqueras (proibidas ou não). Um dos principais organizadores da festa da curva do Matoso, como era conhecida, foi Manoel Branco, figura ilustre de Campo Grande, grande incentivador das festividades esportivas, religiosas e culturais, que foi grande amigo da engenheira Elza Osborne, então chefe do distrito de obras. Hoje, ele é homenageado por um monumento no canteiro ajardinado da praça Alim Pedro. 
    Essa festa chegou a ser  incluída no calendário oficial de eventos e datas comemorativas da cidade do Rio de Janeiro, porém, atualmente, não se apresenta mais nos moldes tradicionais.

    Abaixo, uma imagem recente aproximada do local onde ocorria a festa da curva, na Avenida Cesário de melo.



Obs: algumas informações colhidas no blog Saibahistória.blogspot.com

12 comentários:

  1. Hoje estou com 65 anos, estudei no Nossa Senhora do Rosário e fui a muitas festas de Santo Antônio.
    Saudades...bons tempos...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite. Obrigado pela visita ao blog. Com certeza, só quem viveu essa experiência é quem pode descrever melhor. Um abraço e visite o blog mais vezes.

      Excluir
  2. Gostaria muito de saber pq a Igreja de Santo Antônio está fechada....?

    ResponderExcluir
  3. Boa noite. Segundo fontes, a igreja passa por reformas. Obrigado pela visita.

    ResponderExcluir
  4. Tive o prazer de frequentar a festa enquanto ela existiu...Fui leiloeiro por anos na festa. Uma das coisas mais fascinantes que vivi... Aprendi muito sobre o conceito de comunidade...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, Mauro. Grande privilégio seu. Memória viva. Muito obrigado pela visita ao blog.

      Excluir
  5. Fui à muitas festas na Curva do Matoso, av Cesário de Melo. Tempo Bom!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite. Que privilégio em ter participado dessas festas. Muito obrigado pela visita ao blog.

      Excluir
  6. Fiquei fora de campo grande por um bom tempo e quando minha filha foi estudar no Rosário eu tentei identificar onde era a festa da curva e na minha memória do tempo de criança ela era num lugar amplo em uma curva da cesário de melo fechava o trânsito da via , e quando relembrei que era ali em frente ao Rosário foi uma decepção para minha memória afetiva pq o espaço hj é minúsculo .

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia, Sérgio. Muito obrigado pela visita ao blog. O tempo é implacável. O tal progresso chega e muda tudo. Só ficam as lembranças. Um grande abraço.

      Excluir
  7. Festa reconhecida em todo o Rio de Janeiro, nas décadas de 50 e 60. Grandes estrelas do Cinema e do Rádio vieram prestigiar a Festa da Curva (do Matoso), como Mara Rúbia, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Virgínia Lane, Sonia Mamede, entre outros. Algumas poucas 'celebridades' políticas da região também prestigiavam a famosa festa. Cada evento era um novo compromisso para confirmar casório no ano seguinte. Famílias campo-grandenses vinham de seus 'distantes lugarejos', e que para muitos não era tão distante assim, pois naquela época andava-se a pé, principalmente de madrugada, quando não havia mais condução. Muitos vinham de charrete do Rio da Prata, do Mendanha, da Ilha de Guaratiba, Pedra de Guaratiba, Serra do Grumari e Barra de Guaratiba (que se orgulhava, naquela época, diferente de hoje, em dizer que eram campo-grandenses). Alguns poucos vinham de carro, apenas os mais abastados. A maioria utilizava o bonde, o condução, e caminhões também traziam em suas carrocerias família inteiras de vizinhos e parentes. E todos eram felizes e sabiam disso.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado, meu amigo, por essa contribuição de detalhes dessa tão famosa festa de Campo Grande. Realmente, era uma época de certas inocências, quando com pouco se era feliz e realizado. Tempos que não voltam mas que felizmente permanecem nas memórias. Memórias de Campo Grande. Um grande abraço.

      Excluir