O COMEÇO DE TUDO
"No início, nem o início existia". Em tudo procuramos a origem: Do universo, da vida, da humanidade, enfim, de tudo. Com o bairro de Campo Grande não é diferente. Localizado entre o maciço da Pedra Branca e Gericinó, Campo Grande compõe a chamada Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Com uma população atual aproximada em 350 mil habitantes, o bairro (mais populoso do Rio) possui status de cidade. Inclusive tem um título honorário de bairro-cidade, conquistado em 1968. E assim como uma cidade, a qual em algum momento as pessoas se juntaram para viver bem perto, Campo Grande também foi surgindo. Já que dizem que a cidade nasceu depois da descoberta da agricultura, o tempo foi passando e aquilo que era uma espécie de aldeia, virou uma vila, com mais gente vivendo nela, casas, praças, ruas e igrejas. E aí veio a igreja, a capela de Nossa Senhora do Desterro, primeiramente em terras nas quais hoje seria Bangu, e mais tarde no centro do futuro bairro de Campo Grande, à época, parte do Sertão Carioca.
Por mais que a população da região esteja acostumada a comemorar o aniversário do bairro no mês de novembro, Campo Grande não tem uma data específica de origem, nem de fundação. As terras que iam do atual bairro de Deodoro, passavam por Bangu até Cosmos, faziam parte das paragens conhecidas como o "Campo Grande". Segundo documentos oficiais, em 6 de junho de 1569, João de Bastos e Gonçalo D' Aguiar receberam uma doação do monte de Jerissinonga (ou Jerissinon, Gericinó). Assim, possivelmente a partir dessa data, a região do Campo Grande começou a ser habitada, constituindo terras de diferentes sesmarias, até tornar-se bairro. Em 12 de janeiro de 1757, foi criada a freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande. Um dos símbolos do bairro atual, a já citada Igreja Nossa Senhora do Desterro, teve sua origem no ano de 1673, nas atuais terras de Bangu, depois transferindo-se para o atual bairro de Campo Grande. Na região, as atividades principais eram o cultivo da cana de açúcar e a criação do gado bovino. Os produtos eram escoados pela Estrada Real de Santa Cruz, que ia até São Cristóvão. Segundo historiadores, foi da antiga fazenda do Mendanha, que foram plantadas as primeiras mudas de café, que mais tarde alavancaram a economia brasileira no século XIX, se expandindo pelo Vale do Paraíba; foi dessa região também, ainda segundo historiadores, que foram retiradas algumas mudas da Mata Atlântica para serem replantadas, dando origem a atual Floresta da Tijuca.
Até meados do século XVIII, a ocupação territorial da região foi lenta, sendo impulsionada a partir da implantação de sistema de transportes, com a inauguração da estação de Campo Grande, em 2 de dezembro de 1878. Depois vieram os bondes, primeiro os puxados por animais, e no século XX, os elétricos. Mais tarde as lotações, até chegar aos atuais ônibus e BRTs. Já no século XX, Campo Grande ficou conhecido como a "terra da laranja", com os laranjais se alastrando pela Serra do Mendanha até a divisa com o município de Nova Iguaçu, destacando-se homens de negócio, responsáveis pelo movimento da cultura da laranja, fazendo plantações em velhas fazendas e organizando viveiros para a expansão dessa cultura. Devido à falta de mercado após a Segunda Guerra Mundial, além de um tratamento inadequado do solo e de uma certa praga que pairou sobre os laranjais, o chamado período da laranja chegava ao fim. Hoje, apesar de alguns bolsões agrícolas, como Rio da Prata e Mendanha, o bairro possui uma estrutura mais comercial e urbana, adquirida a partir de meados do século XX, quando entra forte em cena o comércio, com o Mercado São Braz e o Calçadão de Campo Grande. O bairro foi crescendo e quanto mais pulsante ele ficava por dentro, mais transformações foram ocorrendo. Primeiro, as indústrias, incluindo um distrito industrial, às margens da Avenida Brasil; mais tarde, o surgimento do primeiro shopping do bairro, o West Shopping, em 1997. Depois vieram mais dois: o Passeio Shopping, em 2000, e o Park Shopping, em 2012. Atualmente, o bairro que já foi dos laranjais, passou por comércio e serviços, hoje se destaca também pela expansão imobiliária e obras, como a do recém inaugurado "Mergulhão ", no dia 05 de julho de 2024, cortando a Avenida Cesário de Melo, tentando dar novos ares para o caótico trânsito do bairro, típico de uma cidade que cresceu, com seus problemas, mas também com suas virtudes. Com novidades chegando, mas também com pontos importantes nos deixando, como o colégio Belisário, a tradicional Silbene, o Luso-brasileiro, entre outros. O excesso de estacionamento...Qual será o futuro da região? Mais população? Mais comércio e serviços? Mais transportes? Mais obras? Mais modificações? Deixemos as linhas em branco para serem preenchidas.
Até meados do século XVIII, a ocupação territorial da região foi lenta, sendo impulsionada a partir da implantação de sistema de transportes, com a inauguração da estação de Campo Grande, em 2 de dezembro de 1878. Depois vieram os bondes, primeiro os puxados por animais, e no século XX, os elétricos. Mais tarde as lotações, até chegar aos atuais ônibus e BRTs. Já no século XX, Campo Grande ficou conhecido como a "terra da laranja", com os laranjais se alastrando pela Serra do Mendanha até a divisa com o município de Nova Iguaçu, destacando-se homens de negócio, responsáveis pelo movimento da cultura da laranja, fazendo plantações em velhas fazendas e organizando viveiros para a expansão dessa cultura. Devido à falta de mercado após a Segunda Guerra Mundial, além de um tratamento inadequado do solo e de uma certa praga que pairou sobre os laranjais, o chamado período da laranja chegava ao fim. Hoje, apesar de alguns bolsões agrícolas, como Rio da Prata e Mendanha, o bairro possui uma estrutura mais comercial e urbana, adquirida a partir de meados do século XX, quando entra forte em cena o comércio, com o Mercado São Braz e o Calçadão de Campo Grande. O bairro foi crescendo e quanto mais pulsante ele ficava por dentro, mais transformações foram ocorrendo. Primeiro, as indústrias, incluindo um distrito industrial, às margens da Avenida Brasil; mais tarde, o surgimento do primeiro shopping do bairro, o West Shopping, em 1997. Depois vieram mais dois: o Passeio Shopping, em 2000, e o Park Shopping, em 2012. Atualmente, o bairro que já foi dos laranjais, passou por comércio e serviços, hoje se destaca também pela expansão imobiliária e obras, como a do recém inaugurado "Mergulhão ", no dia 05 de julho de 2024, cortando a Avenida Cesário de Melo, tentando dar novos ares para o caótico trânsito do bairro, típico de uma cidade que cresceu, com seus problemas, mas também com suas virtudes. Com novidades chegando, mas também com pontos importantes nos deixando, como o colégio Belisário, a tradicional Silbene, o Luso-brasileiro, entre outros. O excesso de estacionamento...Qual será o futuro da região? Mais população? Mais comércio e serviços? Mais transportes? Mais obras? Mais modificações? Deixemos as linhas em branco para serem preenchidas.
Campo Grande cresce e se desconfigura, com novas famílias chegando sem o mesmo apreço pelo espaço, sem o amor e cuidado que os mais antigos apresentam como pertencimento local. Assim, percebemos prédios históricos demolidos, desaparecimento dos aparelhos de chafariz, restando apenas o mais novo, em frente à Rodoviária. As praças e jardins acabaram abandonados e alguns residenciais (ditos sub-bairros) cuidam de maneira precária. Além das mudanças, com uma arquitetura moderna linear, sem muitos rebuscamentos, o pensamento raso dos atuais tempos desvalorizam o verde local, transformando Campo Grande, que já foi estância climática, em um bairro de altas temperaturas, onde só se vê asfalto e cimento. Os novos moradores retiram as árvores de suas calçadas, com a desculpa de que podem danificar a rede de encanamento, e retiram até mesmo os ipês, que não comprometem a rede. Tomara que os moradores antigos se ergam numa campanha de plantio, principalmente nas calçadas, de exigências junto às autoridades competentes, como alguns outros bairros da Zona Oeste fazem, a exemplo, Jacarepaguá. E tomara também que a Associação Empresarial de Campo Grande invista em Cultura, valorizando os artistas e escritores da região.
ResponderExcluirBoa tarde, meu querido amigo. Você citou exatamente o que vem acontecendo com o bairro: Campo Grande cresce mas infelizmente vem se esquecendo de seu passado, e os Novos moradores acabam, por não conhecer, não valorizando a rica história da região. Vamos continuar lutando pela preservação da memória do bairro. É o que nos resta. Muito obrigado pela visita ao blog.
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