O bairro de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, já apresentou, ao longo de sua história, relevantes produções agrícolas, como da cana-de-açúcar, do café, da laranja, entre outros, além da avicultura. Com relação à laranja, o bairro já foi conhecido como "citrolândia ", devido às grandes extensões de laranjais espalhados pelo bairro e adjacências. O chamado período da laranja teve seu auge entre as décadas de 1920 e 1940, já apresentando queda na década seguinte, devido a alguns fatores, como a Segunda Guerra mundial, envolvendo países compradores da laranja, e uma praga que pairou nos laranjais.
A partir desse declínio, o bairro começou uma nova etapa, voltando-se para o comércio, os serviços e as indústrias. Mas os cultivos não pararam, como mostra o livro "Campo Grande ", de Moacyr Sreder Bastos: "São extraordinariamente férteis as terras de Campo Grande, que tudo produzem satisfatoriamente. Para bem demonstá-lo publicamos aqui alguns dados estatísticos referentes até 1939, quando Campo Grande figurava com Realengo, Jacarepaguá e Santa Cruz, entre os maiores produtores de laranjas, chegando a exportar nesse ano (1939) 144.577 toneladas do produto, decaindo essa produção por ocasião da Segunda Guerra mundial. Aqui estão os dados estatísticos referentes à produção no ano de 1955:
A) Bananas - 4 milhões e 600 mil cachos;
B) Laranjas - 1 milhão e 200 mil cestas;
C) Cana-de-açúcar - 850 toneladas;
D) Ovos - 1 milhão e 790 mil dúzias;
E) Leite - 534 mil litros;
F) Tomates - 300 mil quilos"
Percebe-se que em meados da década de 1950 a banana aparece figurando como o produto de grande relevância na região, com a laranja ainda com grande produção, mas não igual a anos anteriores.
E bem mais à frente, numa reportagem do G1, em 2011, constatou -se uma relevante plantação no Morro dos Caboclos, numa região pouco conhecida até mesmo para os moradores de Campo Grande, com a banana também em destaque. Na mesma matéria, citou-se que no local se planta banana, aipim, caqui e às vezes, cenoura, todos sem agrotóxicos, com uma produção mensal de 600 caixas de banana, 400 de aipim, 70 de batata-doce, 700 de caqui e 20 de abacate.
E assim, o bairro que já foi da laranja, hoje continua tendo, apesar da urbanização, seus bolsões agrícolas, quem sabe sendo o bairro do caqui, do aipim e da banana.
Fontes consultadas:
Campo Grande. Moacyr Sreder Bastos. 1968. 2° edição Melhorada.
G1.Globo.com - 16/04/2011.
Meu pai e minha mãe trabalharam em Augusto Vasconcelos na Goodwin Cocoza, firma que preparava as laranjas para ir para o exterior.
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