terça-feira, 24 de setembro de 2019

O primeiro templo no Campo Grande

   O atual bairro de Campo Grande tem sua origem - seguindo uma das versões - vinculada à criação da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, consequência da criação da Capela de Nossa Senhora do Desterro, em 1673, ainda em terras correspondentes ao atual bairro de Bangu.
    É importante lembrar que à época ainda não existia o atual bairro de Campo Grande, com seus limites contemporâneos, mas sim uma região denominada "o campo grande", muito mais extenso que o bairro de hoje, abrangendo muito mais terras.
    Nesse contexto, segundo pesquisas, é erguido o primeiro templo na região do Campo Grande, uma ermida, uma capela de pequena dimensão, localizada em locais afastados com pouca população. Trata-se da ermida de São Lázaro, erigida pelo Padre Martin Fernandes e seu irmão Lázaro Fernandes, confirmado por anotações encontradas nos livros de "Registros de casamentos e Batizados da Sé", onde foi vigário.
    Segundo o livro "Terras Realengas", de José Nazareth de Souza Fróes, consta:
    "Martin Fernandes, nascido por volta de 1588 e falecido no Rio (Sé, 1/3°, 36v.), era sobrinho do referido Lázaro Fernandes, e declarado por seu homônimo, o igário Martin Fernandes, ao batizar o filho Francisco em 1622, como 'homem secular'. Casado no Rio (Sé, L/1°, fl.14v.), na ermida de São Lázaro, de Jeruimo (seria Gericinó), com Rufina da Rocha, nascida por volta de 1598, falecida, enteada de Lázaro Fernandes, provavelmente filha de Potência Braz e de seu falecido marido".
    O Padre Martin Fernandes foi uma grande "personalidade" no denominado "Distrito do campo grande", sendo um dos mais importantes membros eclesiásticos da Freguesia de São Sebastião do Rio de Janeiro (Sé) no início do século XVII. O padre mencionado e seu irmão Lázaro receberam relevantes doações de terras. 
    Assim, mesmo não especificando o local exato do templo, mais uma curiosidade sobre a formação da região de Campo Grande foi desvendada, ou, como Lázaro, segundo os relatos bíblicos, foi ressuscitada.

Fonte: Sant'Adolphe. Milliet de. Livro Terras Realengas.

Bibliografia consultada: Terras Realengas. José Nazareth de Souza Fróes, do Colégio Brasileiro de Genealogia. Rio de Janeiro - 2004.

     

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