O tempo inteiro andamos com o tempo.
Tempo pra chegarmos à casa a tempo,
tempo pra estudar, pra dormir, pra comprar...
Afinal, tempo é dinheiro.
O fluxo dos automóveis, o vai e vém das pessoas,
o tic-tac do relógio marcando o compassso,
o progresso que chega...
e vai-se o tempo.
Antigamente,
no horizonte se via o bonde,
agora é de ônibus, trem e BRT
que se anda em Campo Grande.
Foi-se o tempo que Campo Grande era uma ilha
"a milhas e milhas de qualquer lugar".
Já não é mais tempo de acreditar que Campo Grande
está "longe demais das capitais".
O tempo é passageiro,
a memória é permanente,
que guarda pra gente,
o futuro, passado e presente.
A população cresce com o tempo,
que fica quase sem tempo pra tudo.
Tudo fica mais rápido...
Estradas, túnel, viaduto.
Da Serrinha
ainda se vê um pouco do passado,
mesmo com o avanço
e o passa-passa dos "mata-sapos*".
Da Desterro a Santana,
se gasta um tempo (que não volta mais),
e do tempo dos laranjais
restou apenas monumento.
Movimento que não para com o tempo,
tempo que não para de passar.
O tempo não para nem no centro,
no Calçadão, nem no Rio da Prata.
As marcas dos trilhos
já não estão mais aqui.
Agora a ordem é o progresso,
Cabuçu, Vila Nova, Tingui...
Da estrada velha e empoeirada
só ficaram as marcas do passado.
O avanço abre passagem para a Brasil,
avenida que assim continua seu caminho
rápido para uns,
necessariamente lento e viril para mim...
Você e outros passageiros da lembrança,
desde a infância até algum dia que virá
das cinzas das indústrias,
ou do verde do Mendanha,
de lá pra cá em um instante,
com o tempo em Campo Grande.
*Termo utilizado por antigos habitantes das áreas rurais de Campo Grande para designar os ônibus, que ao circularem por essas áreas, atropelavam animais típicos dessas regiões, entre outros, sapos.
Texto de Carlos Eduardo de Souza
Lindo texto...
ResponderExcluirE o tempo não pára, e corre, e avança, e que nos trás lembranças de um tempo que só existe em nossas memórias. Te Amo, meu irmão!!!
Obrigado, minha irmã. "O tempo passa e nem tudo fica a obra inteira de uma vida". Eu te amo você também.
ResponderExcluirBoa noite, professor Carlos Eduardo!
ResponderExcluirParabéns pelo blog! Excelente!
Como posso adquirir um exemplar do seu livro sobre Campo Grande?
Abraço,
Professor Clarindo
São João de Meriti, RJ
pauloclarindo@gmail.com
Muito obrigado, professor. É bom saber que de alguma forma conseguimos manter viva a história de nossos bairros, cidades, entre outros. Com relação ao livro, infelizmente, foram publicados apenas 30 exemplares (todos vendidos), e a editora de meu livro fechou. Desde então estou procurando uma nova editora para produzir mais. Assim que conseguir, te aviso. Mais uma vez, muito obrigado.
ResponderExcluirUma boa reflexão sobre o Tempo e a história do bairro de Campo Grande. Já estou divulgando lá no Saiba História. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirObrigado, meu amigo. Como sempre, você me ajudando em divulgar meus artigos. Um grande abraço.
Excluirah! O tempo.
ResponderExcluirTempo dos laranjais, tempos que não voltam jamais.
Histórias de Campo Grande, baseadas em fatos reais.
Parabéns pelo texto meu amigo.
Muito obrigado, meu grande amigo. Visite sempre o blog.
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ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue texto lindo! Sem palavras 👏
ResponderExcluirVisitando sempre seu blogger, tá de parabéns 😘
Obrigado, Lívia. Se possível, torne-se uma seguidora. Bjs.
ExcluirTexto deliciosamente lírico, que nos traz a saudade do que muitos jamais entenderão. Melancolia saborosa em nossas lembranças através da poesia. Gratidão infinita por compartilhar tanta coisa boa.
ResponderExcluirNão tenho palavras para agradecer seus elogios, meu querido amigo. Ainda mais vindo de você, um super artista que produz maravilhosos textos sobre Campo Grande. Infinita gratidão. Um grande abraço.
ResponderExcluirMaravilhoso poema. Será uma grande honra ter esse poema declamado no próximo encontro da Confraria dos Artistas Absurdos.
ResponderExcluirGratidão infinita por compartilhar.
Oh,meu amigo. Com certeza na próxima, quando tudo isso passar, declamarei esse poema e faremos um grande encontro celebrando a vida. Um grande abraço.
ExcluirCarlos, me chamo Patrícia faço parte do corpo pedagógico de uma escola no bairro de Campo Grande e esse an, nosso projeto é sobre o bairro. Você saberia me dizer se a escolha do relógio do calçadão possui alguma história?
ResponderExcluirParabéns, por essa iniciativa em dar notoriedade a esse bairro que amo.
Bom dia, Patrícia. Infelizmente não sei essa informação. Mas posso procurar. Muito obrigado pela visita ao blog.
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