Abaixo, algumas paisagens do bairro de Campo Grande:
Morro do Cabuçu
Abaixo, algumas paisagens do bairro de Campo Grande:
Morro do Cabuçu
Localizado no cruzamento entre a Estrada do Tingui e a estrada Santa Maria, no bairro de Campo Grande, está o Largo do Tingui, atualmente com uma rotatória.
Nesse local, segundo moradores, existia um pé de jenipapo, aproximadamente onde hoje está a rotatória, até a década de 1960, antes da chegada do asfalto. Por isso, o espaço era conhecido como "Largo do Jenipapo". Com o asfaltamento, o mesmo foi cortado para ser feito o Largo do Tingui. Ocorreu também o saneamento dos antigos valões de água potável a céu aberto, sendo postas manilhas no local.
E Campo Grande, que é conhecido por ter sido a terra dos laranjais, possuía outros pés de jenipapos em outros locais também. Um exemplo é na rua Augusto Vasconcelos, no centro do bairro, que por muito tempo exibia uma boa quantidade de espécies do fruto ao longo da rua, que era conhecida como "Rua dos Jenipapos".
E assim, o fruto que na língua Tupi-guarani significa "fruta que serve para pintar", utilizada para tingir tecidos, artefatos de cerâmica e tatuagem, além de utilizada no preparo de compotas, doces, xaropes e licor, foi um símbolo de uma época na localidade do Tingui, que por um tempo serviu de descanso, com sua grande sombra, e que hoje dá lugar ao movimentado trânsito da localidade.
Informações fornecidas por Paulo Roberto Giesteira, morador há muitos anos do Tingui.
Durante muitas décadas, os homens foram os únicos a ter o privilégio de praticar o futebol no Brasil. Proibido a partir de uma publicação de um decreto-lei, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, o futebol feminino não pôde ser praticado entre 1941 a 1979, sendo regulamentado em 1983. E nesse mesmo ano, houve um amistoso no Maracanã entre os times femininos de Bangu e Cruzeiro, vencido pelo time de Moça Bonita por 4x1, numa preliminar de Flamengo e Corinthians (masculino). Foi a primeira vez que o futebol feminino ganhou destaque, sendo inclusive quadro dos "Gols do Fantástico". No Rio de Janeiro, o campeonato carioca feminino começou a ser disputado justamente em 1983, ocorrendo, no decorrer dos anos, algumas interrupções, com organizadores diferentes, pouco patrocínio e falta de visibilidade, mas sempre resiliente.
E o bairro de Campo Grande também protagonizou o começo da valorização do futebol feminino. Desde a volta da prática do futebol entre as mulheres, o Campo Grande Atlético Clube incentivou a formação de equipes femininas, com participações em competições, inclusive sendo por duas vezes campeão carioca da categoria, em 2004 e 2008, além de um vice-campeonato em 1996.
Abaixo, algumas fotos de uma ex-jogadora do clube, uma das pioneiras do futebol feminino na região, Maria de Lourdes, a Lurdinha, que iniciou no clube em 1981.
A mesma conta que acompanhou toda a dificuldade de aceitação do futebol feminino, além da falta de patrocínio, entre outras adversidades. Abaixo, um trecho de uma matéria de jornal sobre o assunto, citando a jogadora.
Além do Campo Grande, Lurdinha também atuou em outros clubes do bairro, mesmo que amadores, como o River Futebol Clube, fundado no ano do fim da proibição do futebol feminino no Brasil, em 1979, que se localizava na Estrada do Mendanha.
Abaixo, uma carteirinha da atleta pelo clube.
Abaixo, uma foto de um time feminino amador da empresa Jabour. Os jogos aconteciam no antigo campo do Oiti, na Avenida Santa Cruz. Segundo Lurdinha, o time era formado basicamente por funcionárias da empresa. O time foi criado pelas próprias funcionárias, que recebiam um apoio da empresa com fornecimento de uniformes, bolas, lanches e despesas com viagens.
Abaixo, uma foto de Lurdinha na arquibancada do Ítalo Del Cima, esperando para jogar, ao lado de seu filho e do ídolo rubro-negro, Zico.
Dia 23 de abril, dia de São Jorge, um dos santos mais identificados com o Rio de Janeiro, também padroeiro da Inglaterra e do clube Corinthians, festejado em países como Portugal e Espanha, e reverenciado tanto na igreja católica Romana, Ortodoxa e Anglicana, além do sincretismo religioso, no qual na Umbanda e no Candomblé se faz referência a Ogum.
É um dia marcado por festejos, igrejas lotadas, queima de fogos e feijoadas - no caso do delicioso prato, uma referência à comida que os escravos faziam e reverenciavam a Ogum, através de São Jorge - além de lembrar alegria e confraternização. A cor vermelha é marcante, lembrando o sangue, associando-o ao simbolismo na cultura cristã, remetendo ao sacrifício de Jesus Cristo, além da própria história do martírio de São Jorge, que segundo a tradição, foi um capitão da região da Capadócia (atual Turquia), o qual foi degolado pelo Império de Roma, por se negar a perseguir cristãos.
A fé ao santo também se apresenta em forma de cordões, dos mais variados tamanhos e formas. Na música "O carioca", do grupo Molejo, é citado o fato, ressaltando a forte relação do santo com a população do Rio de Janeiro: "O carioca é aquele que deita na sombra na hora do almoço; está quase sempre com ar de bom moço; que bate uma bola até com um caroço; com um São Jorge no pescoço..."
E no bairro de Campo Grande não poderia ser diferente do restante da cidade. Na região, o Santo Guerreiro é representado de algumas formas. Uma é a existência de um sub bairro denominado São Jorge, contínuo ao sub bairro Aurora, fazendo parte da região da Avenida Cesário de Melo, entre os bairros de Campo Grande e Inhoaíba. O mesmo destaca-se no comércio e como área residencial. Uma outra referência é a tradicional festa de São Jorge no Rio da Prata, acompanhada por devotos, simpatizantes, curiosos e religiosos, com a imagem do santo sendo conduzida por cavaleiros, numa grande multidão que reúne pessoas de várias partes da Zona Oeste, percorrendo locais próximos como a Estrada do Viegas, Estrada do Lameirão Pequeno e Estrada do Cabuçu. E por fim, a existência da Comunidade Católica São Jorge, da Paróquia São João Evangelista, no Rio da Prata; e a capela de São Jorge, na rua Caminho do Padre, no loteamento Monte Sinai, pertencente à Paróquia Nossa Senhora das Graças.
E assim segue a tradição de São Jorge, com sua cor forte, representando superação, guarda e força para as batalhas do dia a dia e que, segundo a lenda, por ser guerreiro, mata o demônio (dragão) e, da Lua, protege a humanidade dos perigos e maldades.
"Lua de São Jorge, lua deslumbrante... lua de São Jorge cheia, branca, inteira..."🎶🎶🎶
Imagem: Diário do Rio
Por muito tempo, o bairro de Campo Grande ostentou o título de "bairro mais populoso da cidade do Rio de Janeiro ". Algumas pesquisas apontam o bairro, inclusive, como o mais populoso do Brasil.
Porém, recentemente algumas notícias destacaram a mais atualizada pesquisa do IBGE, que aponta a região de Jacarepaguá como a mais populosa do Rio, com 653 mil habitantes, deixando Campo Grande em segundo lugar, com 600 mil habitantes, e Bangu com 422 mil (Censo 2022).
A questão é que as citadas pesquisas contam a Região Administrativa (ou distritos/subdistritos), e não bairros. Assim, a região Administrativa de Jacarepaguá englobaria não somente o bairro de mesmo nome, mas outros como Freguesia, Anil, Curicica, Tanque, etc; com Campo Grande, a mesma situação, fazendo parte da Região Administrativa o bairro de Campo Grande, mais os bairros de Cosmos, Inhoaíba, Santíssimo e Senador Vasconcelos.
Já na questão "somente bairros", segundo matéria do Diário do Rio (1° de abril/2024), o bairro (não Região Administrativa) de Campo Grande aparece em primeiro com 367.160 habitantes, seguido por Santa Cruz, com 238.932 habitantes, Bangu, com 216.549, e em quarto lugar, o bairro de Jacarepaguá, com 214.674 habitantes.
Assim, na questão "bairro", Campo Grande ainda é o mais populoso.
https://diariodorio.com/rj-tem-9-dos-15-bairros-mais-populosos-do-brasil-veja-a-lista/
O transporte de trem no Rio de Janeiro surgiu com a inauguração da Estrada de Ferro D. Pedro II, em 29/03/1858, construída por iniciativa de Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá. O mesmo iniciou a construção sem garantia de juros ou subvenções, praticamente às custas de suas finanças e de dinheiro de seus amigos. Os primeiros 49 km iam até Queimados. Sucessivamente foram inauguradas as estações de São Cristóvão e Sapopemba, atual Deodoro. Mais tarde, com a proclamação da República, passou a se chamar Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1957 é criada a Rede Ferroviária S.A.; e em 1998, surge o consórcio SuperVia - Concessionária de Transportes Ferroviários S.A.
No dia 02 de dezembro de 1878 é inaugurada a estação de trem de Campo Grande, no mesmo dia em que a estação de Santa Cruz também foi inaugurada. A de Santa Cruz permaneceu até 1910 como ponta de linha do ramal. Nesse mesmo ano foi aberto o trecho seguinte, até o município de Itaguaí, que em 1914 foi prolongado até o município de Mangaratiba.
Até a década de 1930, houve pouca modernização com relação aos trens. Estipulavam que, com a eletrificação dos trens, aumentaria a capacidade de mais passageiros por hora, além de mais conforto e segurança para os usuários. Somente em 1935 foi assinado o contrato de eletrificação das linhas , tendo início em 1936, com a energia elétrica fornecida pela Light & Power. A viagem experimental aconteceu em 21/12/1936, entre Madureira e São Cristóvão. Em 10/07/1937 ocorreu a entrada em operação dos trens elétricos, da estação de D.Pedro II até Madureira. O serviço se estendeu até Bangu e o município de Nova Iguaçu, em 1938.
Somente em 19/04/1944, a eletrificação chega ao trecho Bangu - Campo Grande, e em 10/11/1945, o trecho Campo Grande- Matadouro.
Abaixo, segundo o historiador Benedicto Freitas, o trem que provavelmente inaugurou as estações dos bairros de Campo Grande e Santa Cruz.
Assim, o transporte ferroviário acabou impulsionando a transformação desta região tipicamente rural, facilitando o acesso a outros pontos da cidade.
Abaixo, uma lista com as datas de inauguração de estações e distâncias em relação à Estação 🚉 de D. Pedro II:
LOCAL. DISTÂNCIA. DATA DE CRIAÇÃO
Deodoro 22.056 km 08.03.1858
Vila Militar 24,2 km 01.08.1910
Magalhães Bastos 25,1 km 1914
Realengo 27,4 km 02.12.1878
Bangu 31,8 km 01.05.1890
S. Camará 33,2 km 01.07.1923
Santíssimo 35,9 km 23.11.1890
S. Vasconcelos 39,0 km 07.11.1914
Campo Grande 41,6 km 02.12.1878
Inhoaíba (ex- 45,3 km 01.10.1912
Trindade)
Paciência 49,3 km 01.07.1897
Santa Cruz 54,8 km 1878
Matadouro 56,5 km 01.01.1884
Itaguaí 75,7 km 04.11.1910
Coroa Grande 78,7 km 14.11.1911
Itacuruçá 81,2 km 14.11.1911
Muriqui 85,0 km 05.11.1914
P. Praia Grande 88,2 km 07.11.1914
Ibicuí 95,2 km 23.08.1920
Eng° Junqueira 98,8 km 07.11.1914
Mangaratiba 103,2 km 07.11.1914
Fonte: Estações (Ferrovias do Brasil, IBGE, 1956).
A eletrificação acabou não passando de Santa Cruz e Matadouro, com os trechos para Mangaratiba possuindo trens puxados por locomotivas 🚂 a vapor, e à partir de 1950, por diesel. Muitos apontam que esse fato foi fundamental para o fim do famoso "Macaquinho ", em 1983, apelido do trem que ia de Santa Cruz a Mangaratiba.
Acima a primeira estação de trem de Campo Grande, construída após a criação do ramal para o curato de Santa Cruz.
Fonte: (Jornal Zona Oeste, Edição Especial, n°857. 1992)
Fontes consultadas:
Rumo ao Campo Grande por trilhas e caminhos. José Nazareth de Souza Fróes e Odaléa Ranauro Enseñat Gelabert. Segunda edição - 2005
A inusitada trajetória de uma igreja centenária - Gilson do Carmo Batista. Primeira edição - 2012.
Reprodução da pintura Acampamentos de ciganos perto de Arles, de Vicent Van Gogh, 1888.
Os ciganos são tradicionalmente nômades ou semi nômades, habitando em acampamentos nas zonas rurais e urbanas. Nos dias de hoje, uma parte desse povo possui moradia fixa, geralmente em bairros mais periféricos.
Os ciganos chegaram à Europa há cerca de mil anos, oriundos da Índia. A maior parte pertence ao grupo Rom (Roma), tendo como língua o Romani.
A maior parte desse povo é frequentemente alvo de intolerância, discriminação e exclusão social. A maioria vive em más condições, sendo tratados com desprezo, com muitas crianças sequer frequentando a escola.
Países europeus como Romênia e Bulgária possuem um grande contingente de ciganos. Alguns países do Velho Continente se destacam em combater a discriminação contra os ciganos. Um exemplo é a Espanha, que desde a década de 1980 incentiva as crianças ciganas a frequentarem a escola com alunos não ciganos. Em muitos locais no território espanhol, a convivência entre ciganos e não ciganos é tranquila.
Com relação ao bairro de Campo Grande, segundo o artista Will Tom, morador e conhecedor da história da região, até a década de 1970, via-se acampamentos de ciganos chegando à então Zona Rural (de passagem), com números circenses (os Boyachas), apresentação de danças típicas, além daquilo que chama bastante atenção à cultura cigana: a quiromancia (ato de ler as mãos e predizer o futuro de uma pessoa).
Com base no ouro que possuíam, ainda segundo Will, a maioria dos ciganos trazia mantimentos e dinheiro. Outros ofereciam seus serviços de marcenaria, olaria e ferragem. Ficavam pelo bairro da Zona Oeste por uns dois ou três meses e depois seguiam suas vidas nômades.
Era comum surgirem boatos negativos sobre os ciganos, como culto ao demônio, de que eram ladrões ou aproveitadores, e até de rapto de crianças.
O fato é que o povo cigano considera a família sagrada e respeitada. Até hoje só permitem casamento entre ciganos. As mulheres casadas são obrigadas a usar o véu. Inclusive, essa cultura foi abordada na novela "Explode Coração", da TV Globo, exibida entre 1995 e 1996.
A religião do povo cigano depende de sua origem. Uma boa parte é católica, porém não são bem aceitos pela Igreja de Roma. Há também ciganos de outros segmentos religiosos. Além de alguns grupos cultuarem Santa Sarah.
No bairro de Campo Grande, era comum ver ciganos do clã Kalon, com dialeto próprio. Com o passar do tempo, junto ao desenvolvimento do bairro, os grupos ciganos pararam de seguir em caravanas, com alguns até deixando a vida nômade, fixando-se em casas, como os Kalderash.
* Boa parte do texto foi baseada em depoimento de Will Tom. Gratidão infinita!
O IDH é o índice de desenvolvimento humano, que avalia o bem-estar de uma população, aferindo o grau de desenvolvimento de uma determinada sociedade, levando em conta os critérios de educação, saúde e renda per capita, ou seja, os níveis de acesso à escola e à faculdade, a expectativa de vida (vida longa e saudável), e a renda familiar mensal.
A avaliação varia de 0 a 1. De 0 a 0,499, o IDH é considerado baixo; de 0,500 a 0,799, médio; e igual ou acima de 0,800, é considerado alto, ou elevado.
O IDH avalia os países, mas também os bairros. Nesse contexto, segundo o levantamento feito de IDH dos bairros da cidade do Rio de Janeiro, ano 2000, o bairro de Campo Grande aparecia na 82º posição, à frente, inclusive, de alguns outros conhecidos bairros da Zona Oeste, como Bangu e Santa Cruz.
O diagnóstico do bairro foi o seguinte:
° Índice de expectativa de vida: 0,741;
° Educação: 0,931;
º Renda per capita: 0,751;
° IDH: 0,810.
Assim, Campo Grande foi considerado com um IDH alto, mesmo que isso possa não refletir exatamente a realidade.
Fonte consultada: Instituto Pereira Passos - IBGE - 2000.
Fonte da imagem: GuarAntiga
Acima encontra-se, há muitas décadas atrás, a Esquina do Pecado, uma relevante convergência entre a Estrada do Cabuçu, a rua Aurélio de Figueiredo e a Avenida Cesário de Melo, no bairro de Campo Grande. Bem diferente do trânsito caótico atual, a época retrata ainda o tempo dos bondes. Mas parece que a correria para pegar o meio de transporte não era tão diferente dos dias de hoje, não é mesmo!?
Há muitas versões para a origem do nome, que chama a atenção. Alguns atestam que o local era um ponto de prostituição, ou um suposto ponto de encontro das aventuras amorosas de D.Pedro I (vale ressaltar que a Avenida Cesário de Melo, antiga estrada Real, era caminho do impetador, no trajeto São Cristóvão-Santa Cruz; outra versão é que o nome "Pecado " deriva de "pescado", numa referência a uma antiga venda de peixes no local.
E um outro fato interessante envolvendo o nome Esquina do Pecado é uma letra de uma canção do Lulu Santos, "Um pro outro", em que é citada uma certa "Esquina do Pecado". Seria a famosa esquina de Campo Grande? Ou apenas uma coincidência?
Segue o trecho da música 🎶:
(... Surpresa certa te encontrar. A tua onda pega bem mesmo em qual lugar. Até na esquina do Pecado, o que for da vida não nos deterá...)
Localizado entre os bairros de Campo Grande e Cosmos (alguns apontam também Inhoaíba), o Conjunto Campinho, às margens da Estrada do Campinho, assim como toda a região, tem seu passado atrelado a laranjais e sítios, entre outras características.
A seguir, veremos relatos do pretérito do Conjunto, com imagens e descrições, feitos por um antigo morador e profundo conhecedor da área, o artista Leu Lima.
Nos mapas, feitos pelo próprio Leu, é possível localizar alguns elementos importantes da região, como o Rio Campinho e a estrada do Campinho, que liga praticamente o centro de Campo Grande à Avenida Brasil, sentido Santa Cruz.
Na parte acima da estrada do Campinho, nota-se a região dividida em sítios e laranjais, como já citado, com estes pertencendo a determinadas famílias e proprietários, como o sítio do Seu Cabral, do Zé de Souza, do João Benati, do Manoel Quental, entre outros. Só como exemplo, no local onde era o sítio dos Benati, hoje encontra-se uma escola municipal, Professor Castro Rebello.
Bem acima da imagem dos mapas, percebe-se a Ponte dos 15 metros.
Com relação à ponte, Leu Lima descreve da seguinte forma: "Nesse degrau havia uma data gravada em baixo relevo, 1938. Era nessa ponte que eu assistia o sol se esconder por detrás das montanhas ⛰ distantes. A brincadeira de adivinhar a cor do carro que se aproximava na recém inaugurada Avenida Brasil".
Leu também relata uma certa "aparição " na região da chamada 'Mãe do Ouro'. O mesmo descreve assim: "Era constante suas aparições noturnas sobre os campos e laranjais da região, estávamos tão acostumados com 'ela' que dávamos pouca importância às suas visitas. Era corriqueiro. A misteriosa luz se refugiava no morro do Senhor Faed (primo ou sobrinho do Senhor Salim), na estrada do Tingui. De minha casa 🏠 na Linha de Austin tínhamos uma visão privilegiada da elevação de onde a Mãe do Ouro iniciava e terminava suas excursões. Todos a vinham serena e majestosa vagando pelo céu..."
A respeito da citada Linha de Austin, a mesma corta o Conjunto Campinho (uma parte dela também é conhecida como Tingui), e que no passado foi palco de uma rede ferroviária. No local, foram construídas quatro casas como serventia de moradia para funcionários da manutenção e depósito de material, uma quinta construção, bem maior, como estação. Todas essas construções ainda se encontram servindo como moradia na localidade conhecida como "Beco", onde eram as Cinco Casas.
Foto da esquina da estrada do Campinho e Linha de Austin, na localidade Cinco Casas.
Estrada do Campinho, muitas décadas atrás. Foto: Augusto Malta.
Do outro lado da linha de Austin, localizava-se o sítio do Zé de Souza, onde foi criado um campo de futebol, o Baliza Azul, com o início das obras do Conjunto Campinho. Atualmente encontra-se o CIEP Octávio Malta.
Imagem do Campo