Antes da Freguesia Rural de Campo Grande começar a prosperar, sua ocupação foi influenciada pela antiga Fazenda dos Jesuítas, em Santa Cruz, bairro próximo, praticamente vizinho. Nesta fazenda desenvolveu-se, inicialmente, o cultivo da cana-de-açúcar e a criação de gado bovino. O trabalho dos jesuítas foi de extrema importância para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. Além das obras de engenharia que realizaram, como a abertura de canais e a construção de diques e pontes para a regularização do Rio Guandu, o escoamento dos produtos da Fazenda Santa Cruz, oriundos do cultivo da cana-de-açúcar e da produção de carne bovina, era feito através da Estrada Real da Fazenda de Santa Cruz, que ia até São Cristóvão e se interligava com outros caminhos e vias fluviais que chegavam até o centro da cidade.
Fróes e Gelabert (2004:38) relatam sobre o assunto:
"Necessitando melhorar as condições daqueles caminhos, única ligação com a sua grande fazenda estabelecida em Santa Cruz, em terras recebidas na Guaratiba, os jesuítas, aproveitando parte dos primitivos caminhos que por nós aqui foram delineados, abriram uma estrada que, depois da vinda da família Real para o Brasil, em 1808, recebeu o nome de Estrada Real de Santa Cruz."
Assim, a Estrada Real de Santa Cruz foi uma boa opção de penetração do sertão, sendo a atual Avenida Cesário de Melo, parte integrante da antiga estrada.
Um dos símbolos dessa época é a Ponte dos Jesuítas, localizada no bairro de Santa Cruz. Esta foi construída com a finalidade de regular o volume das águas das enchentes, além de facilitar a ligação do bairro com outras fazendas, sendo uma ponte-represa.
Concluída em 1752, a ponte possui quatro arcos, pelos quais passavam as águas do Rio Guandu. Por meio de comportas, essas eram controladas, sendo retidas ou liberadas conforme a ocasião.
A ponte é constituída por colunas de granito, com esculturas barrocas, apresentando um tipo de brasão com o símbolo da Companhia de Jesus (IHS) e a data de 1752 com uma inscrição em latim clássico: "Flecte genu, tanto sub nomine, flecte viator Hic etiam reflua flectitur amnis aqua". "Dobra o joelho sob tão grande nome, viajante. Aqui também se dobra o rio em água fluente".
Um lugar histórico e tão mal conservado. Realmente uma pena!
ResponderExcluirÉ verdade, minha irmã.Infelizmente, poucas pessoas dão valor a patrimônios históricos.
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ResponderExcluirProf. Carlos Eduardo,
ResponderExcluirfoi um imenso prazer descobrir o seu blog. Praticamente nasci em Campo Grande pois fui para o bairro com apenas 8 meses.Fui aluna do Rosario, onde o Prof. Maocyr Bastos era meu professor; meus irmãos estudavam no Afonso Celso...enfim sou uma sra. de 67 anos e fiquei feliz por uma pessoa jovem como senhor se dedicar a memoria do bairro. Parabéns mesmo. Cordialmente.
Jurema Ricardo dos Santos P. S. Se puder contribuir de alguma forma estou a disposição
Muito obrigado, Dona Jurema. Fico muito honrado pela senhora ter gostado do blog. Sempre que puder divulgue-o. Quanto a contribuição da senhora, se tiver fotos antigas, como por exemplo do Rosário, do prof. Moacyr Bastos, e outras coisas, por favor pode me enviar. O meu email é: carlosslash2003@yahoo.com.br. E se a senhora quiser, tem o meu livro sobre Campo Grande. Infelizmente não está disponível em livrarias, teria que marcar comigo pra entregar. Um abraço e muito obrigado.
ExcluirUma belíssima postagem! E sempre atual. Parabéns!
ResponderExcluirSoube que esta construção foi
ResponderExcluirconsiderada uma das melhores obras de engenharia hidráulica feita no Brasil.
Bom dia. Sim. Pra época, era uma construção muito avançada. Muito obrigado pela visita ao blog. Um grande abraço.
ExcluirParabéns gostei
ResponderExcluirNasci aqui e nao sabia dessa historia.amo campo grande .
Muito obrigado. Um grande abraço.
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