quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Campusca: campeão da Taça Maracanã

 


Na tarde do dia 14 de novembro de 2024, o Campo Grande Atlético Clube conquistou mais um troféu pra sua galeria. O clube foi campeão 🏆 da Taça Maracanã, equivalente à primeira fase da Série B2 do campeonato carioca. 
A campanha do título do Campusca foi a seguinte:

• Campo Grande 0x1 Niteroense;
• Campo Grande 1x1 Serra Macaense;
• Campo Grande 4x0 uni Souza;
• Campo Grande 1x1 Bonsucesso;
• Campo Grande 3x0 Mageense;
• Campo Grande 1x0 Barra Mansa;
• Campo Grande 2x0 Carapebus;
• Campo Grande 3x0 Rio de Janeiro;
• Campo Grande 2x1 07 de Abril;
• Campo Grande 3x0 Rio São Paulo (W.O.);
• Campo Grande 3x2 Zinza.

domingo, 27 de outubro de 2024

Quiz sobre o bairro de Campo Grande

 

No mês de novembro comemora-se o aniversário do bairro de Campo Grande. E você, sabe tudo sobre o bairro da Zona Oeste? Que tal testar seus conhecimentos? clique no link abaixo e responda às questões sobre a história de nossa região. E pode concorrer a prêmios! Então não perca tempo e mostre que você é um conhecedor do bairro.


https://forms.gle/6eCgrobtoyn5jMNt8

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Usina de bondes do Monteiro

 

Imagem: Rivadávia Pinto.

Acima está a antiga Usina de Bondes do Monteiro, no ano de 1948.
Os bondes 🚊 na região de Campo Grande começaram a ser instalados em 1894, quando o Conselho Municipal deu concessão à empresa particular Cia. Carris Urbanus, a operar na localidade. As primeiras linhas foram de tração animal, ligando Campo Grande a Guaratiba, tendo como finalidade o transporte de capim para os burros da empresa, fazendo o trajeto até a Estrada de Ferro,  daí  para São Cristóvão. Em 1898 foi inaugurada a linha Campo Grande x Santa Clara.
Por volta de 1909, com a solicitação de moradores, ocorreu o transporte de passageiros. 
No ano de 1910, é inaugurada a Cia. de Carros Urbanos de Campo Grande, começando a operar em 1911, com uma linha que ligava a estação 🚉 ferroviária à localidade de Santa Clara, passando pelas estradas do Monteiro e Magarça.
Em 1915, a tração animal foi substituída pela eletricidade. Já em 1917 houve um prolongamento até a Pedra.
Porém, devido a alguns fatores, como à precariedade das instalações, com cenas de alguns bondes pararem, e os passageiros tendo que empurrá-los, com más conservações dos trilhos, somando ao déficit pelo serviço, desde 1963 começou-se a cogitar a possibilidade da retirada dos bondes. Até que, em 30 de outubro de 1967, houve a extinção dos bondes de Campo Grande. 
As linhas foram extintas nas seguintes datas:

• Ilha - 02 de junho de 1965;
• Pedra de Guaratiba - 26 de março de 1966;
• Fazenda Modelo - 25 de maio de 1966;
• Rio da Prata e Monteiro - 30 de outubro de 1967.

A antiga oficina de bondes de Campo Grande fica no Largo do Monteiro, tombada como Patrimônio Histórico pelo IPHAN desde 1996, ainda apresentando um resquício dos trilhos. A Usina hoje é utilizada pela Comlurb. 


Acima, um traçado das linhas de bondes na região feito por Guilherme Braga Alves.

Fonte consultada: Rumo ao Campo Grande por trilhas e caminhos,  de José Nazareth de Souza Fróes e Odaléa Ranauro Enseñat Gelabert, ano 2005. Rio de Janeiro. Segunda edição. 





sábado, 19 de outubro de 2024

Freguesia de Campo Grande em 1850

 

Fonte: Silva-Santos. Kairo ET AL, 2013, 1


Acima encontra-se um mapa das Freguesias da cidade do Rio de Janeiro em 1850. As freguesias, por muito tempo, foram formas de divisões baseadas às limitações de uma Paróquia (lembrando que à época, o catolicismo era a religião oficial do Brasil) e suas adjacências. Assim, a Paróquia tinha uma base territorial e formava um distrito eclesiástico onde o povo definia  seu espaço de moradia, além de prestar assistência material e espiritual.

No período acima, a Freguesia de Campo Grande se estendia da Serra de Gericinó (Mendanha) ao norte, até a serra de Bangu, estendendo-se até Jacarepaguá, indo pelo sentido oeste pela planície de Sepetiba. Por muito tempo, essa região foi chamada de Sertão Carioca, englobando alguns atuais bairros como Realengo, Bangu, Santíssimo, Cosmos, entre outros.

O começo da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande (nome completo) remonta ao ano de 1673, quando foi criada a capela de Nossa Senhora do Desterro, nas terras de Barcelos Domingos (ou Domingues), no atual bairro de Bangu. Décadas depois, a capela foi transferida para locais temporários, até ser construído o templo no atual ponto no centro de Campo Grande, já no século XIX. 

No entanto, existem algumas divergências com relação à data de criação da Freguesia de Campo Grande. Alguns historiadores afirmam que à época não havia condições de ser criada uma Paróquia no local, e que somente em 12 de janeiro de 1757 é que foi concedido o alvará, que é o título de criação de uma Freguesia. 

Antes de prosperar, a Freguesia de Campo Grande teve sua ocupação influenciada pela antiga fazenda dos Jesuítas, em Santa Cruz. Nesta fazenda havia o cultivo da cana-de-açúcar e a criação de gado bovino. Já com seu próprio desenvolvimento canavieiro, a localidade de Campo Grande, principalmente entre a segunda metade do século XVII e princípio do século XVIII,  apresentava 14 engenhos de açúcar.


Fontes consultadas: https://odia.ig.com.br

Agenda Campo Grande 2030. Organização Edivan de O. Fulgencio, Ingrid Nascimento, Thiago Mathias. Rio de Janeiro: associação Casa Fluminense, 2024.

A evolução econômica e populacional de Campo Grande - Souza, Carlos Eduardo.  Rio de Janeiro: Edital, 2015.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Um raio X atual do bairro de Campo Grande

 

O bairro de Campo Grande, conhecido por sua história envolvendo a época dos laranjais, dos cafezais, dos bondes e trens, da Igreja de Nossa Senhora do Desterro, do comércio e muito mais, surgiu como uma Freguesia, fez parte do chamado Sertão Carioca, Zona Rural, tornou-se propriamente bairro, e hoje "comanda" a Região Administrativa de Campo Grande, com os bairros de Vasconcelos, Santíssimo, Cosmos e Inhoaíba.

A partir da segunda metade do século XX, a região começou a passar de uma realidade de predomínio rural para uma cada vez mais urbana, principalmente com a chegada e consolidação do comércio e das indústrias, e mais tarde dos empreendimentos. Hoje, o bairro apresenta-se como um Centro de periferia, distante cerca de 50 Km do centro da cidade do Rio de Janeiro, sendo o bairro mais populoso do Rio de Janeiro, e também (segundo algumas pesquisas) do Brasil.

Abaixo, os bairros mais populosos do Brasil, segundo Censo 2022


BAIRRO                                                                                       POPULAÇÃO

Campo Grande - Rio de Janeiro (RJ)                                            367.160

Santa Cruz - Rio de Janeiro (RJ)                                                   238.932

Cocaia - São Paulo (SP)                                                                218.789

Bangu - Rio de Janeiro (RJ)                                                          216.942

Jacarepaguá - Rio de Janeiro (RJ)                                                 214.674

Cidade Ariston (COHAB) - Carapicuíba (SP)                              207.208

Copacabana - Rio de Janeiro (RJ)                                                 206.791

Cidade Tiradentes - São Paulo (SP)                                              200.860

Barra da Tijuca - Rio de janeiro (RJ)                                            199.426

Tijuca - Rio de Janeiro (RJ)                                                          180.038


A seguir, alguns outros relevantes dados atuais do bairro de Campo Grande:

° FAIXA ETÁRIA: A faixa etária predominante é entre 35 a 49 anos, representando cerca de 26% da população campograndense;

º GÊNERO: As mulheres representam a maioria, com um total de 197.902 habitantes, cerca de quase 54% da população;

º FAIXA DE RENDA DOMICILIAR: A faixa domiciliar mensal mais presente fica entre R$4.458 a R$8.255, representando 22,3% da renda mensal de Campo Grande;

º NÍVEL DE INSTRUÇÃO: Representando 38,11%, está a maior parte dos habitantes do bairro, sem o ensino fundamental completo. Em segundo lugar, com 34,64%, está a população com ensino médio completo e superior incompleto;

º Domicílios: Com um percentual de 84,69%, a maior parte da população vive em casas, com 26,03% da população morando em domicílios com 3 moradores.

Na questão ambiental, a Região Administrativa de Campo Grande apresenta 7 grandes unidades de Conservação: Parque Estadual do Mendanha; Área de Proteção Ambiental (APA) Gericinó-Mendanha; Parque Estadual da Perda Branca; Área de Proteção Ambiental da Perda Branca; Parque Natural Municipal do Mendanha; Área de Proteção Ambiental da Serra de Inhoaíba, Cantagalo e Santa Eugênia; e Área Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Floresta da Posse.

Devido à reestruturação territorial, com o aumento populacional, Campo Grande apresenta uma configuração com uma área central (o centro do bairro, com o calçadão e áreas próximas), cercado de periferias e zonas centrais, incluindo os já citados bairros componentes da Região Administrativa de Campo Grande, sub-bairros e periferias.

abaixo, um mapa do bairro de renda média por setores censitários. Campo Grande, Rio de Janeiro, RJ - 2022


 Na imagem, a cor verde, em alguns pontos do bairro, representando a população de maior renda, rodeada pela cor vermelha, de menor renda, nas chamadas "periferias" do bairro.

 

Fontes consultadas: Geofusion.com.br/blog/bairros-mais-populosos-do-brasil/acesso em 23.set.2024

Agenda Campo Grande 2030. Organização: Edivan de O. Fulgencio, Ingrid Nascimento, Thiago Mathias. Rio de Janeiro: Associação Casa Fluminense, 2024.


quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Samba no antigo Sertão Carioca

 

Antes de ser o atual bairro de Campo Grande, com características mais urbanas/suburbanas, a região já foi conhecida como parte do Sertão Carioca, aquele espaço longínquo dos holofotes, distante dos grandes acontecimentos da então capital do Brasil, a atual cidade do Rio de Janeiro. 
E essa imagem ficava clara na reportagem acima, de muitas décadas atrás, a qual descreve o local da seguinte forma:

"... quando a reportagem de A Manhã surgiu em Campo Grande na noite de quarta-feira, em seus giros pelas Escolas de Samba. A escolhida que tivemos por parte dos mentores da Escola de Samba 'Unidos' de Campo Grande e dos políticos locais, onde sobressaiu a figura simpática do grande Caldeira de Alvarenga... Quando fomos convidados para ir a Campo Grande, não deixamos de sorrir. Nunca ouvíramos mencionar a existência de uma Escola de Samba naquele longínquo subúrbio do ramal de Mangaratiba, muito embora mereça de nós a atenção devida... Entretanto, quem se lembra de ter visto desfilar na cidade da inesquecível Praça Onze uma escola de samba que representasse aqueles suburbanos?"

Fica claro na descrição como as atividades em Campo Grande eram vistas como "um ponto fora da curva", não fazendo parte do circuito da então capital da República. Mas o Samba do Sertão Carioca já existia, com a Unidos de Campo Grande representando a região, quando o ramal ainda era o de Mangaratiba, e quando Campo Grande ainda estava "Longe demais das Capitais". 

Fonte: reportagem A Manhã, Revista da Semana
 Década de 1930
Informações: Otávio Hugo Frota.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

O posto de saúde Belizário Penna

 


Localizado no sub bairro São Claudio, no bairro de Campo Grande, situa-se o Centro Municipal de Saúde Belizário Penna, mais conhecido como Posto de Saúde. Inaugurado em 19 de setembro de 1969 - pelo então governador do estado da Guanabara, Francisco Negrão de Lima, com o secretário do estado de saúde Dr. Hildebrando Monteiro Marinho - o hoje Centro de saúde começou como um posto sanitário, e não possuía nome, com os médicos cuidando apenas de doenças transmissíveis. 

Mais tarde, o governo transformou o local em Posto de Saúde,  incluindo novos atendimentos, com clínica médica e pediatria. Segundo fontes, o primeiro médico a atender no local foi Murilo Niemayer.

Nesse período, os centros municipais eram uma referência para a saúde pública local, significando para muitos (principalmente para as populações mais carentes  e afastadas dos centros) um refúgio para  as condições mínimas de saúde.



O Posto de saúde recebe o nome do médico sanitarista Belizário Penna,  figura muito relevante na história da saúde pública do Brasil. 

Atualmente, a unidade é uma referência epidemiológica, tendo como característica principal o controle, a prevenção e o acompanhamento dos casos de notificação, objetivando o controle das endemias e pandemias que possam acometer a região, atendendo cerca de mil pessoas por dia.



Fontes consultadas:

cmsbelizariopenna.blogspot

paulacmcs.blogspot.



sábado, 24 de agosto de 2024

História do bairro de Santíssimo

 

Localizado no meio do Parque Estadual da Pedra Branca, entre a Serra do Lameirão e a Avenida Brasil, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, encontra-se o bairro de Santíssimo. Pertencente à Região Administrativa de Campo Grande, criado por um decreto em 1981, a região tem, na verdade, seu início atrelado a séculos anteriores. 

Na verdade, o bairro pode ser considerado o mais antigo da Zona Oeste, levando em conta que o próprio possui uma data de criação, em 3 de dezembro de 1750. Essa criação de "Santíssimo " é lembrada por Monsenhor Pizarro, ao citar fatos de grande relevância que ocorreram na capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, erigida por Manoel Antunes Suzano, na Fazenda do Lameirão.
Nessas terras situadas nas proximidades da igreja, nasceu o bairro. A igreja guardava em sacrário o Santíssimo Sacramento. Daí o nome "Santíssimo ". Em 03 de dezembro de 1750, a Capela de Nossa Senhora da Conceição, situada no Lameirão, servia de igreja matriz do ainda curato de Campo Grande, sendo elevada à Freguesia em 1755. Mais tarde a matriz de Campo Grande foi "transferida " para o atual local, onde localiza-se a igreja de Nossa Senhora do Desterro, centro de Campo Grande. 
Abaixo, um registro de terras de Santíssimo, dos proprietários (Fl. 44 do Livro de Registro das Terras Paroquiais).
    "Nossa Senhora é Senhora, é possuidora de sessenta braças de terras com quarenta de largo  no lugar denominado Santíssimo, que as houve por Escritura de doação que lhe fez o Capitão Francisco Telles Barreto  em 1716..."


Imagem: Terras Realengas, de José Nazareth de Souza Fróes  - 2004.

À época, Santíssimo era um importante ponto de passagem para aqueles que se destinavam à Fazenda de Santa Cruz, Itaguaí e litoral da Baixada de Sepetiba, além para as províncias de São Paulo e Minas Gerais, com os viajantes desfrutando de uma venda e um barracão de pouso.
Em 1890, nasceu em Santíssimo, Oscar Clemente Marques, que foi proprietário de uma farmácia localizada próxima à estação. Formado em medicina, ficou conhecido por prestar atendimento médico e fornecer medicamentos grátis a todos os que procuravam.
Em 23 de novembro de 1890, é inaugurada a estação ferroviária de Santíssimo, à época denominada estação "Coqueiro", nome de uma fazenda local. Mais tarde foi rebatizada como Estação Santíssimo. 
Atualmente, o bairro faz limite com Senador Vasconcelos, Senador Camará, Bangu e Campo Grande, sendo cortado por duas grandes avenidas: Avenida Santa Cruz (antigo caminho imperial de Santa Cruz) e a Avenida Brasil, a mais importante da cidade. No bairro também localiza-se a famosa Estrada da Posse, mencionada num grande hit de funk nos anos 1990, no rap dos MCs Coiote e Raposão, a até hoje conhecida "É que eu moro na estrada da Posse...". Além delas, destacam-se as estradas dos Coqueiros e de Sete Riachos.
Com uma população de aproximadamente 42 mil habitantes, Santíssimo hoje é uma espécie de bairro satélite de Campo Grande, sendo uma região de passagem na Zona Oeste do Rio de Janeiro. 

Fonte consultada: Fróes, José Nazareth de Souza, 1928 - Terras Realengas. Rio de Janeiro  - 2004.

sábado, 17 de agosto de 2024

Jogador do Campo Grande Campeão mundial pela seleção

 


Em 1983, o Brasil sagrou-se campeão mundial sub 20, à época chamado de campeonato mundial Júnior (ou campeonato mundial de juniores). A equipe venceu a rival Argentina na final por 1x0, com gol de Geovani, então jogador do Vasco da Gama. 
E o Campo Grande, clube da Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi representando nessa competição. No elenco um jogador do clube, formado nas categorias de base do Campusca: Demétrio, o último abaixado à esquerda da imagem.
Demétrio  nasceu no Rio de Janeiro em 28 de novembro de 1963, começando a jogar no Campo Grande aos 9 anos. Com 15 já estava no time profissional. Na sua carreira, passou por Botafogo, America RJ, Operário MS, entre outros brasileiros, além de jogar na Espanha. 
Porém, foi no ano de 1983 que o jogador do Galo da Zona Oeste ficou marcado, ganhando pela seleção o título mundial sub 20, além do Sul americano da categoria também, representando o bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. 

Fonte consultada: terceirotempo.uol.com.br

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

"Causos" de minha avó

 


"CAUSOS" DE MINHA AVÓ


Ah, que saudade de sentar e ouvir minha saudosa avó Julia contar seus "causos "! Mesmo assustadores, aqueles contos me atraiam como um ímã, me despertando, ao mesmo tempo, medo e fascínio. 

    Adorava ouvir aquelas histórias que, sendo verdade ou não, me introduziam para um cenário bem real, principalmente porque a narração de minha avó materna era de um roteiro impecável. 

    E as histórias eram diversificadas. Tinham as tradicionais sobre Lobisomem, em suas noites de lua cheia; as de Mula sem cabeça, a famosa "mulher do padre"; o Saci-pererê,  que me contavam (não só minha avó) que assoviava e perturbava os cavalos; entre outros relevantes personagens que permeavam o imaginário (ou realidade) dos "mais antigos ". Tinha até um ser que minha avó chamava de "Mão Pelada", o qual ela falava que ocasionalmente visitava nosso quintal, que só mais tarde soube que era um animal de verdade (mas nunca soube se ele realmente algum dia esteve em nossa casa).

    Entre tantos "causos", lembro-me até hoje de um específico. Minha avó relatou mais ou menos assim:

    "Numa certa noite, eu e um amigo vínhamos caminhando por um campo aberto, sem ninguém, com poucas casas e iluminação, voltando para casa. Entre uma conversa e outra, avistamos um homem parado perto de uma ponte onde passaríamos. Era um homem bem alto, sem movimentos, muito estranho. Pensamos em voltar, mas não havia outro caminho, e até porque era apenas um homem. Pois então, fomos ao encontro do tal ser, tentando evitar olhá-lo. Quando passamos por ele, ao darmos 'Boa noite', cometemos o erro de olharmos para ele. E... surpresa! A parte de cima dele estava coberta por uma espécie de névoa. Não dava pra ver a cabeça do homem! Corremos tanto que chegamos à casa mais rápido do que o esperado. É... meu filho, a noite tem muitos mistérios, é quando os 'bichos' ficam soltos."

    Pronto! Ali era um misto de medo e satisfação por ouvir mais uma história de assombração. E pra dormir depois? Só Deus na causa (ou no "causo"). Mas quem diz que no outro dia não estaria ali de novo pra ouvir (e me assustar) com mais um conto?

    E até hoje não duvido de todas essas histórias. E é essa que é a graça: o infinito imaginário, sem certeza, cem por cento de nada. A inocência da dúvida.

    Como diria Zé Ramalho: "Mistérios da meia-noite que voam longe, que você nunca não sabe nunca..." 


Autor: Carlos Eduardo de Souza

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Emoji e Campo Grande

 

No dia 17 de julho, é comemorado o dia mundial do Emoji. Surgidos no Japão, em 1999, sendo uma junção de "e" (imagem) e "moji" (caractere), esses pequenos ícones transformaram a maneira de nos comunicarmos. Até um filme já foi lançado sobre o tema, em 2017, o "Emoji", explorando o mundo desses ícones.
A data é comemorada devido ao emoji do calendário disponível nos iPhones, marcando o dia 17 de julho. Também foi nesse dia, no ano de 2002, que o iCal, calendário da Apple, para Mac foi lançado. 

E o bairro de Campo Grande? Teria algum emoji que melhor o representaria? Só pra dar uma ideia, já fomos o bairro da laranja 🍊,  dos bondes 🚊, entre outros.

Quer concorrer a um prêmio?
Escolha um emoji que melhor representaria o bairro de Campo Grande na sua opinião, e em seguida escreva o motivo. O melhor emoji e comentário leva. Vamos lá! Vamos participar!

domingo, 30 de junho de 2024

Estrada do Cabuçu, década de 1950

 

Foto: Arquivo de Ricardo Sant'Anna.

Acima encontra-se uma imagem da Estrada do Cabuçu, em Campo Grande, datando o ano de 1955.
A mesma liga o centro de Campo Grande ao Largo do Rio da Prata.
A estrada serviu para o escoamento de produção agrícola do Rio da Prata e sua serra. Por ela também passaram os bondes 🚊 e depois as lotações, comportando 20 passageiros.
Na foto acima encontram-se o primeiro prédio, que foi utilizado como loja comercial; a lotação já citada; e ao fundo, o Maciço da Pedra Branca. 

Informações: Jornal da Zona Oeste/Costa Verde - Campo Grande, 320 anos.

domingo, 16 de junho de 2024

Cartaz de sócio proprietário do Campo Grande de 1965

 

Acima, um cartaz de convite para se tornar sócio proprietário do Campo Grande Atlético Clube. O mesmo destaca os 25 anos do clube, no ano de 1965.
A propaganda destaca os benefícios que o clube proporcionava, como novo estádio, parque infantil, programações com shows, cinema, além de restaurante, ginásio, quadra com basquete 🏀,  vôlei 🏐 , futebol ⚽️ de salão, entre outras.
Uma curiosidade é que no cartaz anuncia uma outra sede, uma sede praiana, na Barra de Guaratiba, à época, parte da região.

Fonte: sede do clube.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Dia mundial do Meio Ambiente

 No dia 05 de junho é comemorado o dia mundial do Meio Ambiente. A data foi criada pela ONU em 1972, na Conferência de Estocolmo, quando iniciou-se uma mudança no modo de tratar as questões ambientais mundiais, sendo também estabelecidos princípios para orientar a política ambiental de todos os países. 

O dia é reservado para reflexões sobre a preocupação com os problemas ambientais, as mudanças climáticas já tão alarmantes, atingindo muitas regiões do planeta, inclusive o Brasil. Entre alguns dos principais problemas ambientais que encontramos atualmente estão as frequentes queimadas e os desmatamentos, o uso de combustíveis fósseis em excesso, o acúmulo de lixo, entre outros. As consequências já são visíveis, com secas e calor excessivo em algumas regiões, e catástrofes de chuvas torrenciais e alagamentos em outras. 

Uma ação simples que pode amenizar o problema é plantio e conservação de árvores 🌳.  Várias espécies são de simples plantio, não demandando de grandes recursos.

No bairro de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, principalmente entre os meses de maio a setembro, muitas espécies de ipês são avistadas pelas localidades do bairro. O nome origina-se do tupi, e significa "casca dura". Os indígenas utilizava a madeira do Ipê para a produção de arcos de caça e defesa, sendo uma árvore densa, forte e de grande durabilidade. 

Os ipês são conhecidos por sua beleza e exuberância das flores. São espécies caducifólias, aquelas que perdem as folhas, as quais são substituídas por cachos de flores com cores intensas. Essas flores caem durante a semana, cobrindo o chão com sua cor. São típicas de climas mais quentes, mas com inverno seco e ameno, típico do Rio de Janeiro. Podem se apresentar nas cores rosa, roxo, branco e amarelo. 

Foto: Lucas Xavier. 

Acima alguns exemplares de Ipê-rosa, no bairro de Campo Grande, dando cor à paisagem do local. Enquanto o Pau-Brasil é considerada a árvore nacional, o ipê pode ser a flor nacional.


terça-feira, 21 de maio de 2024

As saudosas bolas de gude

 

"Há um menino, há um moleque 
morando sempre no meu coração...
Há um passado no meu presente...
Bola de meia, bola de gude..."

Como cita Milton Nascimento na canção, a infância sempre acompanhará nossos passos. Afinal, como era bom ser criança, não é mesmo!? Amizade, inocência, pureza... e as brincadeiras. 
Uma das brincadeiras de minha infância que lembro muito é o da bola de gude. Ah, eram de diversas cores, desde a "normal" (geralmente esverdeada), passando pela espelhada, leiteira, carambola, paraguaia, olho de gato, metálica, entre outros. Até os tamanhos também poderiam variar.
Nos reuníamos na rua, escolhíamos a modalidade do jogo (podia ser mata-mata, triângulo, círculo, bulica, etc), e começávamos o jogo, geralmente em chão de terra. A gente mirava e apertava o "gatilho" do dedo dando um teco na redonda e a alegria era suprema quando se ouvia aquele estalo de uma bolinha acertando a outra.
Ah, não podemos esquecer das artimanhas que usávamos, como a utilização do "palmo", quando a gente colocava nossa mão na frente, deixando nosso alvo mais perto. Algumas crianças exibiam seus potes cheios de bola de gude. Quando o jogo era "à vera ", muitos saiam tristes, sem suas bolinhas, pois as perdiam nas partidas. 


O tempo foi passando e aos poucos fui percebendo o desaparecimento dessa brincadeira tão popular nas gerações seguintes. Atualmente, é raro ver a criançada de hoje em dia jogar bola de gude. 
Mas para minha surpresa, certo dia, na sala de aula com meus alunos de uma faixa etária de 12 anos, conversando informalmente com alguns deles, citei que a geração deles não conhecia uma brincadeira tão comum de minha infância: a bola de gude. Foi quando fiquei muito feliz com alguns deles dizendo que não só conheciam, mas que também jogavam. Não acreditando muito, perguntei a eles como se jogava. Prontamente responderam: - Ah, professor, pode ser mata-mata, triângulo, bulica...". Não contive a satisfação em saber que em pleno 2024, as crianças/adolescentes ainda praticam esse jogo. E espero que seja assim também com as outras tradicionais brincadeiras, como a amarelinha, queimado, bandeirinha, pião, entre outras.
Até porque, como canta Milton Nascimento:
"Há um menino, há um moleque 
morando sempre no meu coração.
Toda vez que o adulto balança 
ele vem pra me dar a mão..."
E assim, que evoquemos sempre essa viagem nostálgica ao universo infantil, em que a pureza e a simplicidade da infância seja um refúgio contra os problemas do mundo adulto. 




domingo, 19 de maio de 2024

Paisagens de Campo Grande - Parte II

 Dando continuidade às belas paisagem do bairro de Campo Grande, seguem os seguintes atrativos:

PICO DA PEDRA BRANCA 


Pico mais elevado do município do Rio de Janeiro, com 1.025 m de altitude, se estende por alguns bairros, incluindo Campo Grande. Imagem acima do Rio da Prata. Tem como atrativos, riachos, cachoeiras, trilhas, mirantes naturais e nascentes d'água. As vias de acesso e trilhas podem ser a estrada da Batalha, o Caminho do Monteiro, Caminho da Pedra Branca, entre outras. Possui uma extensão de 6 km.

PEDRA DO CARVALHO


Localiza-se no Rio da Prata, podendo ser acessado pela estrada da Batalha, Caminho do Padre, entre outros. Riachos, trilhas e mirantes naturais são seus atrativos. Na caminhada tem-se um privilegiado panorama do Maciço da Pedra Branca, com uma altura de 600 m.

TRAVESSIA SERRA DO MENDANHA  - RIO GUANDU DO SAPÊ

Localizado no Mendanha, sendo acessado pela estrada do Mendanha e o Caminho da represa do Mendanha. Piscinas naturais, trilhas, cachoeiras, rios e vestígios vulcânicos são seus atrativos. Numa caminhada leve, numa determinada parte da Serra do Mendanha, pode-se observar Mata Atlântica ainda preservada, com uma altura de no máximo 300m.

Vale da Virgem Maria 


Localizado no Rio da Prata, pode ser acessado pela estrada da Batalha, Caminho do Sacarrão e caminho da Virgem Maria. Suas trilhas, nascentes d'água e riachos são alguns de seus atrativos. A caminhada ocorre entre vales no interior do Maciço da Pedra Branca, podendo atingir 500m de altitude. 


VALE DA CAIXA D'ÁGUA 

Localiza-se no Rio da Prata, podendo ser acessado pela rua Soldado Antônio da Silveira, Caminho do Vaivém e Caminho da Caixa D'água. Na caminhada, percorre-se por vales, seguindo o curso do Rio da Prata de Cabuçu, passando por pequenas quedas d'água e piscinas naturais. 

Fonte consultada e imagens: Guia turístico Rio Zona Oeste.


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sexta-feira, 17 de maio de 2024

Paisagens de Campo Grande

 Abaixo, algumas paisagens do bairro de Campo Grande:


Morro do Cabuçu

Acessado pela estrada dos Caboclos e/ou trilha de acesso ao morro, tem como atrativos naturais as trilhas e mirantes. Possui uma altitude de aproximadamente 568 m, proporcionando um visual de parte da Zona Oeste, numa extensão de 4,5 km.

Morro dos Caboclos

Localizado no Rio da Prata, tem como atrativos os riachos, nascentes d'água, mirantes naturais e trilhas. Na caminhada é possível ter um visual amplo da Baixada de Sepetiba, da restinga da Marambaia e da Serra do Mar. Possui uma altitude de aproximadamente 688m, com uma extensão de 5 km.

Travessia Morro do Lameirão 


Localizado entre o Lameirão Pequeno e Vasconcelos,  podendo ser acessado pela estrada do Lameirão Pequeno ou/e Caminho do Morro do Lameirão, possui riachos, trilhas e mirantes naturais. Tem uma altura de aproximadamente 487m, numa extensão de 1,5 km.

Informações e imagens: Guia turístico Rio Zona Oeste. 


segunda-feira, 13 de maio de 2024

O antigo "Largo do Jenipapo " no Tingui

 Localizado no cruzamento entre a Estrada do Tingui e a estrada Santa Maria, no bairro de Campo Grande, está o Largo do Tingui, atualmente com uma rotatória. 

Nesse local, segundo moradores, existia um pé de jenipapo, aproximadamente onde hoje está a rotatória, até a década de 1960, antes da chegada do asfalto. Por isso, o espaço era conhecido como "Largo do Jenipapo". Com o asfaltamento, o mesmo foi cortado para ser feito o Largo do Tingui. Ocorreu também o saneamento dos antigos valões de água potável a céu aberto, sendo postas manilhas no local.

E Campo Grande, que é conhecido por ter sido a terra dos laranjais, possuía outros pés de jenipapos  em outros locais também. Um exemplo é na rua Augusto Vasconcelos, no centro do bairro, que por muito tempo exibia uma boa quantidade de espécies do fruto ao longo da rua, que era conhecida como "Rua dos Jenipapos".

E assim, o fruto que na língua Tupi-guarani significa "fruta que serve para pintar", utilizada para tingir tecidos, artefatos de cerâmica e tatuagem, além de utilizada no preparo de compotas, doces, xaropes e licor, foi um símbolo de uma época na localidade do Tingui, que por um tempo serviu de descanso, com sua grande sombra, e que hoje dá lugar ao movimentado trânsito da localidade. 





Informações fornecidas por Paulo Roberto Giesteira, morador há muitos anos do Tingui.



quarta-feira, 8 de maio de 2024

O começo do futebol feminino em Campo Grande

 Durante muitas décadas, os homens foram os únicos a ter o privilégio de praticar o futebol no Brasil. Proibido a partir de uma publicação de um decreto-lei, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, o futebol feminino não pôde ser praticado entre 1941 a 1979, sendo regulamentado em 1983. E nesse mesmo ano, houve um amistoso no Maracanã entre os times femininos de Bangu e Cruzeiro, vencido pelo time de Moça Bonita por 4x1, numa preliminar de Flamengo e Corinthians (masculino). Foi a primeira vez que o futebol feminino ganhou destaque, sendo inclusive quadro dos "Gols do Fantástico". No Rio de Janeiro, o campeonato carioca feminino começou a ser disputado justamente em 1983, ocorrendo, no decorrer dos anos, algumas interrupções, com organizadores diferentes, pouco patrocínio e falta de visibilidade, mas sempre resiliente.

E o bairro de Campo Grande também protagonizou o começo da valorização do futebol feminino. Desde a volta da prática do futebol entre as mulheres, o Campo Grande Atlético Clube incentivou a formação de equipes femininas, com participações em competições, inclusive sendo por duas vezes campeão carioca da categoria, em 2004 e 2008, além de um vice-campeonato em 1996.

Abaixo, algumas fotos de uma ex-jogadora do clube, uma das pioneiras do futebol feminino na região, Maria de Lourdes, a Lurdinha, que iniciou no clube em 1981.




A mesma conta que acompanhou toda a dificuldade de aceitação do futebol feminino, além da falta de patrocínio, entre outras adversidades. Abaixo, um trecho de uma matéria de jornal sobre o assunto, citando a jogadora.

Além do Campo Grande, Lurdinha também atuou em outros clubes do bairro, mesmo que amadores, como o River Futebol Clube, fundado no ano do fim da proibição do futebol feminino no Brasil, em 1979, que se localizava na Estrada do Mendanha.

Abaixo, uma carteirinha da atleta pelo clube.


Abaixo, uma foto de um time feminino amador da empresa Jabour. Os jogos aconteciam no antigo campo do Oiti, na Avenida Santa Cruz. Segundo Lurdinha, o time era formado basicamente por funcionárias da empresa. O time foi criado pelas próprias funcionárias, que recebiam um apoio da empresa com fornecimento de uniformes, bolas, lanches e despesas com viagens.


Abaixo, uma foto de Lurdinha na arquibancada do Ítalo Del Cima, esperando para jogar, ao lado de seu filho e do ídolo rubro-negro, Zico.

E assim segue o futebol feminino no Brasil, ainda enfrentando dificuldades, apesar dos avanços, mas nunca deixando a bola cair, e sempre exaltando àquelas que abriram caminho para que hoje outras atletas possam ter vez no esporte.

Fotos e depoimentos cedidos gentilmente pela ex-jogadora Lurdinha. Gratidão infinita!



quinta-feira, 2 de maio de 2024

Maciço do Gericinó - Serra do Mendanha

 

Localizado entre os bairros de Campo Grande e Bangu, além do município de Nova Iguaçu, está o Maciço do Gericinó-Serra do Mendanha. Trata-se de uma área de treinamento militar, que conserva trechos da Mata Atlântica primária na cidade do Rio. Possui também nascentes de rios de água cristalina, a Floresta do Mendanha e restos de um suposto Vulcão 🌋. 
Segundo estudos, há 30 milhões de anos, dois vulcões estiveram em plena atividade na Serra do Mendanha/Serra de Madureira. O que restou do suposto Vulcão virou atração em Nova Iguaçu. Ele foi descoberto pelo geólogo Victor de Carvalho Klein. O outro Vulcão ficaria na Serrinha do Mendanha, em Campo Grande (Chaminé do Lamego), descoberto na década de 1930.

Fonte consultada e imagem: Rio Zona Oeste  - Guia turístico.  

quarta-feira, 1 de maio de 2024

O Banco do Brasil e o antigo cemitério de Campo Grande

 

Localizada na Rua Amaral Costa, no centro do bairro de Campo Grande, em frente à Matriz Nossa Senhora do Desterro, está uma agência do Banco do Brasil. A mesma chama a atenção por possuir uma bela estrutura de paisagismo e arquitetura, com jardins e traços bem produzidos. 



Mas há um outro fato que desperta a curiosidade do local. Onde hoje fica a agência bancária, já existiu um cemitério. Inclusive, segundo informações, antes da construção do banco, existiu no local, um prédio, depois da remoção do cemitério, o qual as pessoas o chamavam de "Caveirinha", devido ao fato dos trabalhadores ou/e pessoas que o frequentavam ouvir e ver "coisas estranhas ", relacionando que ali existira um cemitério, além de encontrarem ossadas.
O cemitério ocupava uma parte do que é hoje o Banco do Brasil, se estendendo por alguns metros nas áreas ao redor. 
O mesmo foi removido e realocado para a Avenida Cesário de Melo, onde se encontra até hoje.

Informações: Will Tom. 


quinta-feira, 25 de abril de 2024

O antigo BANERJ

 

Imagem: Elder Veríssimo 

Na Rua Augusto Vasconcelos, em Campo Grande, até o início dos anos 2000, localizava-se o BANERJ (Banco do Estado do Rio de Janeiro), onde hoje está o ITAÚ, que ocupou o mesmo prédio. 
Por muito tempo, o banco foi uma referência na paisagem do bairro de Campo Grande, com seus dois tons de verde, com o nome no meio. Durante a década de 1980, a instituição teve seu logo estampado na Fórmula 1, representado nos carros e uniformes do lendário Ayrton Senna, além de ter no Maracanã seu nome também representado.



Imagem: fotografia folha.Uol.com.br

Lembro de minha infância, quando às vezes ia com minha mãe e minha saudosa avó materna enfrentar longas filas na agência da já citada rua, nos famosos dias de pagamento. Filas essas que ficaram mais acentuadas no governo Collor e na transição para o Real.
Em 1997, o BANERJ foi leiloado na Bolsa de valores do Rio de Janeiro, com o grupo Itaú arrematando 190 agências. 
No ano de 2004 o grupo Itaú anuncia a incorporação do BANERJ, pondo fim a mais um capítulo da história do bairro.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

São Jorge e o bairro de Campo Grande

 

Dia 23 de abril, dia de São Jorge, um dos santos mais identificados com o Rio de Janeiro, também  padroeiro da Inglaterra e do clube Corinthians, festejado em países como Portugal e Espanha, e reverenciado tanto na igreja católica Romana, Ortodoxa e Anglicana, além do sincretismo religioso, no qual na Umbanda e no Candomblé se faz referência a Ogum.

É um dia marcado por festejos, igrejas lotadas, queima de fogos e feijoadas - no caso do delicioso prato, uma referência à comida que os escravos faziam e reverenciavam a Ogum, através de São Jorge -  além de lembrar alegria e confraternização. A cor vermelha é marcante, lembrando o sangue, associando-o ao simbolismo na cultura cristã, remetendo ao sacrifício de Jesus Cristo, além da própria história do martírio de São Jorge, que segundo a tradição, foi um capitão da região da Capadócia (atual Turquia), o qual foi degolado pelo Império de Roma, por se negar a perseguir cristãos.

A fé ao santo também se apresenta em forma de cordões, dos mais variados tamanhos e formas. Na música "O carioca", do grupo Molejo, é citado o fato, ressaltando a forte relação do santo com a população do Rio de Janeiro: "O carioca é aquele que deita na sombra na hora do almoço; está quase sempre com ar de bom moço; que bate uma bola até com um caroço; com um São Jorge no pescoço..."

E no bairro de Campo Grande não poderia ser diferente do restante da cidade. Na região, o Santo Guerreiro é representado de algumas formas. Uma é a existência de um sub bairro denominado São Jorge, contínuo ao sub bairro Aurora, fazendo parte da região da Avenida Cesário de Melo, entre os bairros de Campo Grande e Inhoaíba. O mesmo destaca-se no comércio e como área residencial. Uma outra referência é a tradicional festa de São Jorge no Rio da Prata, acompanhada por devotos, simpatizantes, curiosos e religiosos, com a imagem do santo sendo conduzida por cavaleiros, numa grande multidão que reúne pessoas de várias partes da Zona Oeste, percorrendo locais próximos como a Estrada do Viegas, Estrada do Lameirão Pequeno e Estrada do Cabuçu. E por fim, a existência da Comunidade Católica São Jorge, da Paróquia São João Evangelista, no Rio da Prata; e a capela de São Jorge, na rua Caminho do Padre, no loteamento Monte Sinai, pertencente à Paróquia Nossa Senhora das Graças.


E assim segue a tradição de São Jorge, com sua cor forte, representando superação, guarda e força para as batalhas do dia a dia e que, segundo a lenda, por ser guerreiro, mata o demônio (dragão) e, da Lua, protege a humanidade dos perigos e maldades.

 "Lua de São Jorge, lua deslumbrante... lua de São Jorge cheia, branca, inteira..."🎶🎶🎶

 

quinta-feira, 11 de abril de 2024

O posto das Capoeiras

 

Acima está uma imagem do tradicional Posto de Gasolina localizado na estrada das Capoeiras, no bairro de Campo Grande, datando do início dos anos 1990. O Posto de gasolina ⛽ das Capoeiras também era conhecido pelo seu nome fantasia: Posto Castelinho, devido ao mesmo possuir desenhos de uma espécie de torre.
De 1980 a 1996, o Posto, que fica em frente onde hoje localiza-se o Carrefour, esteve sob direção de um campo-grandense de origem portuguesa chamado Manuel Máximo.


Acima o mesmo posto, no ano de 1985, com a estrada Rio do A ao fundo, ainda sem o Carrefour.

Imagens e informações gentilmente fornecidas e autorizadas por César Folly, filho do Semhor Manuel Máximo.