"O espaço de uma grande cidade capitalista constitui-se em um primeiro momento de sua apreensão, no conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Tais usos definem áreas, como o centro da cidade, local de concentração de atividades comerciais, de serviços e de gestão, áreas industriais, áreas residenciais distintas em termos de forma e conteúdo social, de lazer e, entre outras, aquelas de reserva para futura expansão. Este complexo conjunto de usos da terra é , em realidade, a organização espacial da cidade ou, simplesmente, o espaço urbano, que aparece assim como fragmentado". O espaço urbano, Roberto Lobato Corrêa.
A definição acima retrata a dinâmica do espaço urbano, com suas características e agentes que produzem esse espaço. Esses agentes sociais são: os proprietários dos meios de produção; os proprietários fundiários; os promotores imobiliários; o Estado e os grupos sociais excluídos.
O bairro de Campo Grande, num passado marcadamente rural, sertão carioca, atualmente se apresenta com uma paisagem suburbana/urbana em expansão, sendo palco de atuação desses agentes, com os bairros sendo os locais de reprodução dos diversos grupos sociais. Como o solo urbano é muito mais valorizado que o rural, vide a comparação entre IPTU e o ITR (imposto sobre a propriedade rural), o bairro vem passando por relevantes transformações socioespaciais e econômicas, afetando diretamente sua população.
Um exemplo disso é a expansão imobiliária que ocorre na região. Já há algumas décadas, Campo Grande é um dos bairros que registra mais investimentos de construtoras e imobiliárias. Com muitos terrenos e uma boa infraestrutura, o antigo bairro dos laranjais e da avicultura, hoje é o oásis para as construtoras. Isso fica evidente ao andar pelo bairro, no qual percebe-se facilmente prédios (comerciais e residenciais), condomínios e casas padronizadas em locais onde um tempo atrás eram ocupados por extensas áreas verdes.
E isso já atinge até áreas mais remotas do bairro, afastadas do centro, como é o caso da localidade Salim, que ainda possui resquícios semi-rurais, como sítios. As duas fotos abaixo são da localidade, num intervalo de apenas um ano. A expansão imobiliária é notória e avassaladora.
É a e(in)(re)volução de Campo Grande.
Fotos: Carlos Eduardo de Souza.
Fontes consultadas:
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. São Paulo. 4ed. Ática, 2002.
SOUZA, Carlos Eduardo de. A criação de um subcentro em Campo Grande. Rio de Janeiro. Editora Pequena Tiragem, 2018.
O GLOBO, Zona Oeste (edição especial/20 anos), Rio de Janeiro, 20/04/2008.
Campo Grande, um bairro em franco crescimento e um excelente lugar para morar. Isso nós não podemos negar.
ResponderExcluirParabéns pelo postagem!
Olá, Carlos!
ResponderExcluirMoro próxima a Campo Grande e estou adorando conhecer mais a respeito desse bairro, através das informações trazidas no seu blog!!!
Boa noite. Muito obrigado. Visite sempre o blog. Um grande abraço.
ExcluirUma incorporadora de Minas Gerais, tem expandido os empreendimentos imobiliários, de maneira voraz, em Campo Grande. Porém, tal expansão, não tem acompanhado o crescimento dos serviços públicos, tais como: o transporte (trens, ônibus e outros), segurança, saúde e a rede de esgoto que não recebe tratamento e ainda é escoada pelas redes pluviais e os moradores ainda pagam por serviços não prestados...
ResponderExcluirBoa noite, Eduardo. Pois é. O tal progresso nem sempre vem acompanhado dos serviços básicos da população. E ainda pagamos por isso. Muito obrigado pela visita ao blog. Um grande abraço.
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