Tudo começou na década de 1950. Um grupo de estudantes, a maioria do extinto Colégio Belisário dos Santos, teve a ideia de formar um movimento cultural na antiga Zona Rural do Rio de Janeiro. O local específico foi o bairro de Campo Grande. Assim, em 1952, é criado o Teatro Rural do Estudante. O teatro teve como idealizador e fundador, Herculano Leal Carneiro; além do nome citado, destacam-se como co-fundadores do teatro, a atriz e artista plástica Regina Pierini, os atores Carlos Branco e Francisco Nagem, o ator e diretor teatral, Rogério Fróes, entre outros.
Porém, um nome que aparece em destaque, quando o assunto é a criação do Teatro Rural do Estudante, é o de Elza Osborne, a que dá nome à atual Lona Cultural do bairro.
Foto de Elza Osborne. Fonte: Arquivo da Lona Cultural Elza Osborne
Elza Osborne foi uma das principais engenheiras a integrar o quadro de funcionários da prefeitura do então Distrito Federal. Responsável por obras, Elza Pinho Osborne foi pessoa de confiança do então prefeito Negrão de Lima, designada a cuidar da Zona Rural de Deodoro a Santa Cruz. No tempo em que ficou à frente da função, várias obras foram realizadas, como as paredes de contenção dos canais da Manoel Caldeira de Alvarenga e Artur Rios; o Teatro Artur Azevedo e adjacências; a praça do Preto Velho; o Teatro de Arena; o Viaduto Prefeito Alim Pedro, a Praça dos Estudantes (homenagem ao movimento cultural dos estudantes que deu origem ao Teatro Rural), entre outras.
Foto Praça dos Estudantes, em frente à atual Lona Cultural Elza Osborne. Segundo algumas fontes, a estátua representa a deusa Vênus; para outras fontes, representa a deusa Atena. Fonte: Carlos Eduardo de Souza
Primeira mulher administradora regional de Campo Grande (1966 a 1971), Elza foi responsável também por pôr fim a um problema na Rua Coronel Agostinho (atual Calçadão de Campo Grande): é que o local em questão era um pântano, alagando toda vez que chovia, com água, lama e outros detritos invadindo o comércio ali localizado. Durante sua gestão, a área foi canalizada, estendendo-se por toda Rua Campo Grande, até o atual canal da Manoel Caldeira de Alvarenga.
Também dramaturga, com várias peças escritas, Elza Osborne teve uma de suas peças, Zé do Pato, apresentada, sendo vencedora do Festival Nacional do Teatro do Estudante.
Em 1954, é iniciada as obras da estrutura de um teatro laboratório, ainda não concluída.
Em 1958, no mesmo local, é criado o Teatro de Arena, devido à necessidade do aumento do movimento cultural na região.
Abaixo, a ata de lançamento da pedra fundamental do Teatro de Arena, com assinaturas do presidente Juscelino Kubitschek, do prefeito Negrão de Lima, de Elza Osborne, entre outros.
Com o passar do tempo, devido aos problemas com as chuvas, houve o interesse de pôr uma lona no local. Assim, teve-se a ideia, por iniciativa de Ives Macena, administrador do Teatro de Arena Elza Osborne, de aproveitar as tendas utilizadas na ECO 92, importante encontro de cunho ambiental realizado na cidade do Rio, já que estas foram desarmadas e guardadas após o evento.
Assim, em 1993, nascia a primeira Lona Cultural da cidade do Rio de Janeiro, a Lona Cultural Elza Osborne.
Abaixo, imagens antigas do Teatro de Arena.
Fotos: Fonte: Arquivo da Lona Cultural Elza Osborne
Elza Osborne morre em 1995, aos 93 anos, deixando um grande legado para a Zona Oeste, especialmente, para Campo Grande.
Colaboração para o artigo: Ives Macena - gestor da Lona Cultural Elza Osborne e idealizador do projeto de lonas culturais no Rio de Janeiro.
Parabéns! Adorei!
ResponderExcluirBoa Noite. Eu que agradeço. Muito obrigado pela visita ao blog. Um grande abraço.
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