sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Projeto de Anel Viário em Campo Grande

 

Acima encontra-se uma foto do projeto de Anel Viário no bairro de Campo Grande. A obra consiste em criação de um túnel sob o morro Luis Bom e um mergulhão na Avenida Cesário de Melo, além de melhorias em outras vias do bairro.
Alvo de discussão por parte dos moradores da região, o projeto visa melhorar o caótico trânsito do bairro mais populoso do Rio de Janeiro. 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Campo Grande e seus dois lados

 

Foto: @altodecg Campo Grande do Alto

O bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, se compõe, basicamente, do lado de lá e do lado de cá (não necessariamente nessa ordem), graças e/ou culpa de uma linha férrea, que separa o bairro.
O lado de cá geralmente é considerado o melhor (será?), mas durante a semana todo mundo vai pro lado de lá, porque o lado de lá tem mais comércio e serviços do que o lado de cá. O lado de lá, porém, tem uma coisa definitivamente melhor do que o lado de cá: do lado de lá se vê o lado de cá e não se vê o lado de lá (isso está nos olhos de quem vê).
Para o pessoal do lado de cá ir bater perna e comprar do lado de lá e pro pessoal do lado de lá vir trabalhar do lado de cá existe um viaduto (na verdade existem dois, mas me refiro ao mais antigo) que sai do lado de cá e vai até o lado de lá ( ou vice-versa?) passando por cima da tal culposa, (ou dolosa) linha férrea, além de passarelas e um túnel.
Do lado de cá tem shoppings (do lado de lá também); do lado de lá tem McDonald's (idem do lado de cá); Guanabara tem lá e cá; Caixa Econômica de lá pra cá... aliás, tem McDonald's até no Guanabara (de qual lado mesmo?).
Mas, como cada vez havia mais gente do lado de lá querendo trabalhar do lado de cá e mais gente do lado de cá querendo se divertir do lado de lá, as ruas e estradas foram ficando demasiadamente cheias. 
E assim, hoje, só se passa do lado de lá pro lado de cá ou do lado de cá pro lado de lá (não necessariamente nessa ordem).

Texto baseado/adaptado do texto "A fusão ", de Millôr Fernandes, do livro Que país é este?, 1978 - Círculo do Livro S.A. São Paulo. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

O antigo Sertão Carioca e Zona Rural

 

Os bondes do início do século XX em Campo Grande  - Foto: Arquivo geral da cidade.

No passado, a atual Zona Oeste do Rio de Janeiro foi frequentada pela Corte portuguesa, sendo uma região de cana de açúcar, fazendas de café, dos laranjais, começando a se industrializar por volta dos anos 1960.
A região já foi conhecida como Sertão Carioca e Zona Rural, até ser chamada de Zona Oeste, como é atualmente, com destaques para alguns bairros, como Campo Grande, Santa Cruz, Guaratiba, Bangu e outros.
Os padres Jesuítas deram origem a uma série de fazendas que se estendiam do Engenho Velho a Itaguaí, sendo que a Real Fazenda de Santa Cruz foi a que mais se destacou. A mata intensa, as serras e relevo em geral, além das cachoeiras tornavam o percurso até o local muito difícil e ao mesmo tempo admirável, chamando a atenção da inglesa Maria Graham, preceptora, função de cuidar da formação e educação de Maria da Glória, filha de Leopoldina e D. Pedro I. A mesma encantou-se com a paisagem, chegando a declarar, segundo fontes, que o trecho entre Senador Camará e o Rio da Prata era um dos mais bonitos que tinha visto, deixando, inclusive, um desenho, no qual deixa registrado toda sua admiração. 
A região começou a ser ocupada de forma mais urbana a partir da abertura da Estrada de Ferro D. Pedro II, em 1858. Logo depois vieram os bondes, primeiro puxados a burro, depois os elétricos. Enquanto isso, com uma grande mão de obra escrava, as fazendas produziam farinha, anil, arroz, açúcar, frutas e verduras, com parte dessa produção ajudando a abastecer a cidade.
Com o fim dos cafezais, surgiu o período áureo da laranja 🍊, que dominou o cenário de boa parte dos bairros da então Zona Rural entre as décadas de 1920 e 1940.
Até aproximadamente os 1960, a região ainda era chamada de Sertão Carioca, incomodando os comerciantes e famílias locais, devido à associação com o nordeste brasileiro, Lampião, cangaceiros, violência e outros atributos pejorativos. Assim, um grupo de moradores decidiu mudar o nome da localidade, usando a própria localização geográfica,  e patrocinando um curta metragem sobre a área, denominado de "Zona Oeste ". Sob texto de Moacyr Bastos, o filme continha depoimentos de Burle Marx, do jogador de basquete Algodão, de músicos, e de outros, sendo exibido durante três meses nos cinemas da região, criando uma espécie de sentimento de pertencimento da população com o local, a Zona Oeste. 

Imagem e fonte: Zona Oeste, uma história de sucesso. Lúcia Rito. Ano: 2002.
Texto adaptado da fonte citada acima.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Vídeo da melhor campanha do Campo Grande no cariocão

 

Abaixo, um link com um vídeo resumindo sobre a melhor campanha do Campo Grande Atlético Clube em campeonatos cariocas, em 1991, ficando com a quinta colocação. 
Nesse ano, o clube contou com jogadores badalados como Roberto Dinamite, Eloi, Cláudio Adão e PC Gusmão.
Ao final da competição, o Campusca só ficou atrás dos quatro grandes.

Fonte/Vídeo: YouTube Só poster e fotos de times de futebol.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Italo e a família Del Cima

 

O bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, possui um histórico, com relação à formação de sua população, de chegada de imigrantes de diversas nacionalidades, como portugueses, sírio-libaneses, judeus, italianos, entre outros grupos.
Com relação ao país de forma de bota 🇮🇹, uma família muito tradicional tem seu nome destacado na história do bairro: os Del Cima.
O Senhor Italo Del Cima nasceu na cidade italiana de Lucas, no dia 23 de novembro de 1885. Dez anos depois, veio com seus familiares para o Brasil, desembarcando em São Paulo. Chegando ao Rio de Janeiro, estabeleceu-se no bairro de Campo Grande, então Zona Rural, Sertão Carioca,  constituindo família.
A partir daí, Italo e a família Del Cima começaram a ser nomes em destaque na região, com o comércio sendo o setor de grande relevância, para o qual trouxe inovações no setor, substituindo as estruturas arcaicas, principalmente a partir de 1946. Alguns nomes do comércio despontaram, como O Gigante (ferragens, tintas, material de construção, etc), de Alfredo e Nello Del Cima; a firma Del Cima e Irmão; Eletro Som; Açougue Central, de Armando Del Cima, entre outros.
Em seu livro "Na terra do Melhoral", Odir Ramos, de forma descontraída e informativa, conta um pouco da família Del Cima, mais precisamente de Italo, que mais tarde viria a ser nome do estádio do Campo Grande Atlético Clube, construído, segundo informações, num terreno doado pela família, na Rua Artur Rios.
Segundo Odir: "O Campo Grande jogava numa redundância (o campinho ficava na rua que tem o seu nome) e a sede se comprimia num sobrado da Coronel Agostinho. Ainda não existia o Italo Del Cima, isso é, existia, mas a pessoa italiana, pai do Nello, do Italo Filho, do Armando, de umas filhas e de vários açougues... Por fim, morto e homenageado, transformou-se em estádio para 15 mil torcedores... Mas, antes de ser estádio, quando ainda era fanático torcedor do Campo Grande, Italo Del Cima deve ter presenciado a memorável batalha campal proporcionada pela sua Excelência num jogo contra o Guanabara. Vai ver foi naquele dia que o Italo decretou ser estádio no futuro..."

Fontes: Jornal Triângulo Carioca, 23/07/1950
              Na terra do Melhoral, Odir Ramos da Costa  - Editora Edital - 2° Edição ampliada, 1991.
Imagem do jornal por Igor Lima.