quinta-feira, 28 de maio de 2020

O Salim de Campo Grande

    De origem árabe, o nome Salim, segundo fontes, significa algo como "paz", um "homem com energia para transformar boas ideias em trabalho lucrativo".
     No bairro de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, existe uma localidade (ou sub-bairro), na estrada do Tingui, denominado Salim. Segundo moradores mais antigos, o nome faz referência a um proprietário de terras chamado Salim, que viveu por essas bandas há muitas décadas. Alguns afirmam que o mesmo se tratava de um turco. Porém, era comum na região, descendentes de árabes/sírio-libaneses serem chamados de "turcos". Fica a questão no ar.
     Ainda é possível encontrar na localidade um casarão antigo que, segundo "Seu Eno", um simpático morador da residência em questão, pertenceu ao "Seu Salim". No local, de grande extensão, indo até quase a Avenida Brasil, há plantações, criação de animais e produção de queijo. E é muito comum avistar o "Seu Eno" com sua carroça saindo para seu trabalho, numa cena que remonta muito ao século passado.
Foto casarão antigo: Carlos Eduardo de Souza

    O Sub-bairro Salim também já foi palco de uma conhecida "corrida de cavalos" que, segundo Seu Eno e outros moradores, agitava a localidade, atraindo pessoas de várias partes da cidade.
     Um outro morador antigo do local, mas que hoje não mora mais no Salim, Leu Lima, afirma que no local havia um morro conhecido como "Morro Vermelho", destruído e atualmente dando lugar a um condomínio. Leu Lima ainda afirma que costumava brincar num campinho de futebol, próximo a laranjais, típicos da época em todo Campo Grande. Abaixo, um mapa que o antigo morador fez de como era aproximadamente a localidade do Salim no passado.

Mapa feito por Leu Lima.

     Obs: a rua da Bandeira hoje chama-se Estrada Carvalho Ramos, e a estrada das Bandeiras é hoje parte da Avenida Brasil, que segundo fontes, este trecho ligaria a Avenida Brasil, na estação de Lucas, com a Estrada Rio-São Paulo, em Campo Grande, passando por locais como Coelho Neto, Barros Filho, Deodoro, Gericinó e outros. Nos anos 1960, a Avenida das Bandeiras foi unificada com a Avenida Brasil.
     Ainda no mapa, Leu Lima aponta alguns detalhes do local da época, como algumas propriedades e a quem estas pertenciam.
     Abaixo, um mapa de aproximadamente anos 1950, pertencente a Leu Lima, com a Estrada do Tingui e a localidade do Salim próxima a ela.

    Hoje a localidade convive com as constantes transformações que o progresso proporciona, com elevado número de residências, comércio e serviços em expansão, construções, mas ainda mantendo sítios e paisagens que remontam ao passado rural.
Foto: Carlos Eduardo de Souza. 

Fonte consultada: saudadesdoriodoluizd.blogspot.com
Agradecimentos especiais pelas informações a Leu Lima. 


    

terça-feira, 26 de maio de 2020

"Os Paralamas do sucesso vão tocar...no Campo Grande "

Além do futebol

     Dizem que duas das grandes paixões do brasileiro são futebol e música. Pois bem, seguindo essa máxima, o Estádio Ítalo Del Cima, pertencente ao Campo Grande Atlético Clube, já foi palco tanto de jogos importantes, como de shows memoráveis. O estádio já presenciou a final da Taça de Prata de 1982, conquistada pelo clube da Zona Oeste e, inclusive, um Fla Flu, em 1992, quando o Maracanã passava por reformas.
     Mas, além do futebol, o estádio, que leva o nome de um imigrante italiano, grande empreendedor e figura muito conhecida na região, já abrigou grandes shows de grandes cantores e bandas do Brasil. Entre eles, o do Paralamas do Sucesso, no final da década de 1980, e o do Legião Urbana, em 1990. Alguns outros também se destacam, como o da irreverente Mamonas Assassinas, em 1996, e vários outros  grandes artistas.
   
  A imagem acima mostra o anúncio do show dos Paralamas do sucesso no Ítalo Del Cima, há décadas atrás. A banda, dona de vários sucessos como "Meu erro", "Lanterna dos afogados", "óculos" e outros, com certeza nesse dia afirmou, como diz a letra de "Vital e sua moto": "Os Paralamas do sucesso vão tocar..." no Campo Grande. 


 Foto: Jornal O Globo.


segunda-feira, 25 de maio de 2020

Campo Grande: "ainda somos rurais?"

  

    Na última semana, o bairro de Campo Grande foi palco de uma cena curiosa: uma égua frequentando a passarela da estação ferroviária do bairro, bem no centro de Campo Grande.
 Imagem: g1.globo.com

 A região, que já foi conhecida como Zona Rural e Sertão Carioca, há tempos possui ares mais urbanizados ou/e suburbanos. Principalmente em sua área central, próxima ao Calçadão. Bolsões agrícolas ainda existem, como no Rio da Prata, Serrinha e Mendanha, e ainda é comum ver cenas de carroças dividirem espaço nas ruas com automóveis, mais nos sub-bairros afastados da área central.
     Mas ver uma égua transitar pelo centro do bairro e parar nas escadarias da estação ferroviária, bem no coração comercial de Campo Grande é meio inusitado. Ou realmente ainda temos um "quê" de rural? Ou foi apenas um fato isolado de uma área em urbanização? Ou ainda estamos longe demais das capitais?
     E aí, Campo Grande: Ainda somos rurais?


sábado, 23 de maio de 2020

Heleno de Freitas no Ítalo Del Cima

    Acima se vê um cartaz do filme "Heleno", o qual retrata a trajetória do talentoso e polêmico jogador Heleno de Freitas.
     O filme, que traz o ator Rodrigo Santoro representando o ex-jogador do Botafogo, teve partes filmadas no estádio Ítalo Del Cima, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. 
     Abaixo, um trecho do Filme rodado no estádio do Campusca. 

     

terça-feira, 19 de maio de 2020

Vitória do Campusca com Roberto Dinamite sobre o Vasco

   Em 1991, o Campo Grande conseguiu sua melhor colocação no campeonato carioca, ficando em 5° lugar. Na competição, o Campusca contou com jogadores experientes, como Elói, Claudio Adão e o ídolo vascaíno Roberto Dinamite. 
     O Galo da Zona Oeste tirou pontos de todos os 4 grandes do Rio, inclusive vencendo o Vasco da Gama no Ítalo Del Cima, pelo segundo turno (Taça Rio), por 1x0, com um golaço de Elói.
     Abaixo, uma reportagem do Globo Esporte sobre essa partida.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

E aí, "agora a ficha caiu?"

    Muitos jovens (inclusive até alguns adultos) de hoje já devem ter se perguntado sobre uma expressão ainda muito utilizada. Quem já não ouviu falar nas famosas "Caiu a ficha ", "A ficha ainda não caiu" e outras relacionadas a este pequeno objeto de tamanho parecido com uma moeda.
      Atualmente fazendo parte de itens de colecionadores, a ficha foi muito utilizada até o início dos anos 1990 nos telefones públicos, os chamados "orelhões". O sujeito depositava a dita cuja no telefone na parte superior do aparelho. A ligação só se completava quando a tal ficha caía no local adequado. Só que, em algumas situações, ela demorava um pouco para cair, gerando a expressão "a ficha ainda não caiu ", ou seja, entendido hoje como "o objetivo ainda não foi alcançado", ou "a pessoa ainda não entendeu". Além disso, quando a ficha não caía, gerava-se um outro problema: as reclamações das pessoas atrás de você formando uma imensa fila à espera de uma ligação, numa época em  que a maioria da população não tinha sequer telefone convencional. Mas quando ela finalmente caía, vinha aquele alívio para o usuário, porque "a ficha finalmente caiu", ou seja, "agora o recado foi entendido", finalmente "o negócio funcionou".
     Depois de muito utilizadas, as mesmas foram substituídas por cartões, que também perderam suas utilidades com o advento dos celulares, deixando os orelhões pouquíssimos utilizados atualmente, quase obsoletos.
     Porém, a expressão "agora a ficha caiu" ou algo do tipo continuam vivas no vocabulário das pessoas, metaforicamente significando que alguém  entendeu algo com atraso, igual a demora da ficha telefônica caindo.
     Abaixo, um dos poucos orelhões ainda existentes, localizados ao lado da Escola Municipal Venezuela, no centro do bairro de Campo Grande. 

     Alô, alô, alguém ainda não entendeu? A ficha ainda não caiu?

domingo, 17 de maio de 2020

Reportagem com jogadores campeões da Taça de Prata

   Abaixo uma reportagem exibida no Globo Esporte sobre a conquista da Taça de Prata de 1982 pelo Campo Grande Atlético Clube. Num bate papo descontraído, alguns ex-jogadores que participaram da conquista contam como foi a façanha. Confiram:

sábado, 16 de maio de 2020

A Praça Dr. Raul Boaventura

   Localizada no ponto mais central do bairro de Campo Grande, no Calçadão, a praça Dr. Raul Boaventura - "colada" com a sempre muito movimentada Rua Coronel Agostinho e com a estação ferroviária - homenageia uma figura muito relevante da região. O mesmo fundou a primeira casa de saúde em Campo Grande.  Também foi o primeiro diretor do Dispensário de Campo Grande da Secretaria de Saúde.
     A praça já foi conhecida como Três de Maio, mudando de nome mais tarde.
      Assim como Raul Boaventura, outros médicos também já se destacaram no bairro de Campo Grande, como Dr. Aarão; Dr. Augusto Vasconcelos, também deputado federal e senador; Dr. Barbosa (Francisco Alves Barbosa), pai do Dr. Mario Barbosa; Dr. Clementino Fraga, o qual dava consultas na Farmácia Luzes; Dr. Djalma Costa da Silva, diretor do Hospital Rocha Faria; Dr. José de Castro, secretário de Saúde da Administração Regional de Campo Grande, entre muitos outros que contribuíram com a saúde na antiga Zona Rural. 

Fonte consultada e imagem: "Campo Grande ", de Moacyr Sreder Bastos .

terça-feira, 12 de maio de 2020

A história da imprensa em Campo Grande

  Atualmente, as comunicações e informações são instantâneas, recebidas em variados aparelhos eletrônicos, num frenético ritmo típico da pressa contemporânea. Porém, isso não eliminou o gosto em muitas pessoas de ir à uma banca de jornal, folhear um periódico, e até mesmo fazer assinaturas do mesmo, até com esses estando disponíveis nas plataformas digitais.
     Sim, os jornais em papel continuam com seus valores e charmes, disputando ou mantendo seus espaços em meio às inovações tecnológicas. E já foram responsáveis até em amontoar pessoas à sua volta, em cenas que podem muito bem serem comparadas às pessoas que ficam ao redor de alguém com um smartphone nos dias de hoje.
     No Brasil, em 1808, com a chegada da Família Real, começava a circular a "Gazeta do Rio de Janeiro ", o primeiro jornal editado no Brasil, dirigido pelo frade Tibúrcio Rocha, publicado pela imprensa Régia, criada por D João VI. Antes disso, havia sido lançado o "Correio Brasiliense", meses antes, por Hipólito da Costa, mas não sendo considerado como o primeiro jornal brasileiro por ser editado na Inglaterra.
     No bairro de Campo Grande já circularam vários jornais, com os primeiros sendo: "Distrito Federal ", fundado e dirigido por Isaac Cerquinho; "Monitor Suburbano", de Jesse Tavares; "O Triângulo" e "A Renascença", dirigido por Norberto dos Santos; "A Voz" e "União Suburbana", dirigidos por Othon Costa e Newton Costa; "A Ação" e "Gazeta Rural", dirigidos por Helton Veloso, Moacyr Bastos e Orlando Carneiro; "O Campograndense", de Eloy Barreto; "O Triângulo Carioca ", dirigido por Vicente Antonio Perrota e "O Polígono", de João Batista da Silva. Lembrando que no ano de 1912 o "Jornal do Brasil " era representado na região por Abílio Corrêa Bastos.
     Com o passar do tempo, outros jornais e informativos continuaram a dar vida à imprensa em Campo Grande, como "Tribuna Rural", dirigida pelo jornalista Edgar Luiz Duque Estrada; o "Ponto de Vista", o "Jornal de Campo Grande ", o "Patropi", "O Amarelinho", o "Portal Zona Oeste" e alguns mais específicos, como "O Campusca ", destinado a notícias do Campo Grande Atlético Clube, e um que circulava na localidade do Tingui, denominado "O Tal", além de um "caderno Zona Oeste" que circulava semanalmente pertencente ao grupo "O Globo/Extra".
     E assim, de Gutemberg aos dias atuais, os jornais físicos continuam "pop", acessados e úteis, representando um papel ( literalmente, inclusive) importantíssimo entre todos os povos desse mundo globalizado.

Fontes consultadas:
"Campo Grande ", de Moacyr Sreder Bastos. 
"Meu Livro de Pesquisas", Edições Castor. 2°volume.

domingo, 3 de maio de 2020

Mais um grande jogador do Campo Grande


  Cards Ping Pong: arquivo pessoal. 

   O Campo Grande se orgulha de já ter revelado grandes jogadores, como Dadá Maravilha, Vagner Love, Valdir Bigode, entre outros grandes, além de já ter contado no elenco com outros muito relevantes, como o uruguaio Sérgio Ramires, Roberto Dinamite, Elói, Claudio Adão, Luisinho das Arábias, entre outros. 
     Acima está mais um grande jogador cria do Campusca: Tião Marçal. O atacante começou carreira no Galo da Zona Oeste em 1973, saindo em 1975, passando por vários clubes, como Cruzeiro, Atlético Paranaense, o extinto Colorado, do Paraná e tendo participado do campeonato Sul americano de juniores em 1975 com a seleção brasileira.  
     O jogador, nascido em janeiro de 1956, parou de jogar em 1988. Depois tornou-se treinador, vindo a falecer em 2018, vítima de infarto.
     A foto acima é dos cards Ping Pong de 1979, quando o mesmo defendia as cores do Colorado do Paraná.
     Abaixo uma foto de Tião Marçal defendendo a seleção brasileira no sul americano de juniores.
Imagem. Fonte: terceirotempo.uol.com.br

sexta-feira, 1 de maio de 2020

A estreia de Roberto Dinamite no Campo Grande

   Em 1991, o Campo Grande Atlético Clube fez sua melhor campanha no campeonato carioca, ficando em 5° lugar. Nessa competição, o Galo da Zona Oeste contou com jogadores experientes, como Claudio Adão, Elói e Roberto Dinamite. 
     Abaixo, uma reportagem do Globo Esporte exibindo a estreia do artilheiro Dinamite pelo Campo Grande, num amistoso contra a Portuguesa de Desportos de São Paulo, no Ítalo Del Cima, vencido pelo Campusca por 2x0.