Campo Grande é o bairro mais populoso do município do Rio de Janeiro, com aproximadamente 350.000 habitantes (IBGE/2010). Pode-se afirmar que o começo do crescimento populacional do bairro está atrelado à implantação, em 1878, de uma estação da Estrada de ferro D. Pedro II em Campo Grande. O primeiro trecho dessa estrada de ferro foi inaugurado em 1858, ligando a freguesia de Santana a Queimados (atual município da Baixada Fluminense). Vinte anos depois chega a Campo Grande, impulsionando o crescimento populacional do bairro, ligando-o ao restante da cidade. Assim, o transporte ferroviário acabou auxiliando na transformação desta região tipicamente rural em urbana, ao facilitar o acesso até o centro da cidade.
Em 1894, com a concessão cedida à empresa particular Companhia de Carris Urbanus para explorar a linha de bondes à tração animal, surgiu a possibilidade das localidades mais distantes serem alcançadas, facilitando o desenvolvimento urbano interno. A linha de bonde puxado a burro entre Campo Grande e Santa Clara foi inaugurada em 1898. Com os trens e os bondes, Campo Grande passou a ter acesso a pontos distantes do Rio de Janeiro. O bonde de Campo Grande foi uma das últimas linhas a sair de operação, em 1967. A partir de 1915, os bondes à tração animal foram substituídos pelos elétricos, permitindo maior mobilidade e integração entre os núcleos semi-urbanos já formados. A Companhia de Bondes Elétricos de Campo Grande e Guaratiba passou a operar em 17 de maio de 1917.
Abaixo, duas fotos da Avenida Cesário de Melo do mesmo ponto, em épocas diferentes:
Década de 1960, com o bondeSéculo XXI, com carros e ônibus
Tombada pelo IPHAN, a antiga Usina de Bondes localiza-se exatamente no entroncamento entre a estrada do Mato Alto e a estrada do Magarça, no largo do Monteiro. Alvo de discussão, por ficar no caminho de um projeto de duplicação da estrada do Mato Alto, a Usina permanece por ser patrimônio tombado.
A Usina de Bondes de Campo Grande em épocas diferentes: A primeira, século XXI; a segunda, década de 1960.
Até a construção das estradas de rodagem, os bondes serviram na produção agropecuária de Campo Grande e áreas adjacentes. Após isso, o serviço ficou reduzido a passageiros e pequenas cargas que não eram aceitas nos ônibus. Mesmo assim, em maior número, os ônibus não anularam os bondes, já que, ainda em 1962, os bondes de Campo Grande transportavam aproximadamente meio milhão de pessoas.
Com o fim dos bondes em Campo Grande, no ano de 1967, restaram algumas marcas de trilhos pelo bairro durante décadas seguintes, apagadas com o tempo e pelo progresso na região, ditado pela urbanização em andamento na área.